Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 18 de Agosto de 2025 às 19:20

Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos ganha sede em Porto Alegre

Órgão busca investigar e combater delitos cometidos em ambiente virtual

Órgão busca investigar e combater delitos cometidos em ambiente virtual

BRENO BAUER/JC
Compartilhe:
Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
Na última semana, o Rio Grande do Sul ganhou oficialmente um novo espaço voltado a enfrentar uma das modalidades de crime que mais cresce no Estado: os delitos cometidos em ambiente virtual. Foi inaugurado o Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), que passa a funcionar em sede própria na rua 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento, na Capital. Apesar do ato simbólico, o órgão já estava em operação desde abril e, nesse curto período, realizou dez grandes operações em dez estados diferentes, resultando em 41 prisões preventivas, segundo o delegado responsável.
Na última semana, o Rio Grande do Sul ganhou oficialmente um novo espaço voltado a enfrentar uma das modalidades de crime que mais cresce no Estado: os delitos cometidos em ambiente virtual. Foi inaugurado o Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), que passa a funcionar em sede própria na rua 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento, na Capital. Apesar do ato simbólico, o órgão já estava em operação desde abril e, nesse curto período, realizou dez grandes operações em dez estados diferentes, resultando em 41 prisões preventivas, segundo o delegado responsável.
A criação do departamento atende a uma demanda cada vez mais evidente: golpes, fraudes eletrônicas e invasões de sistemas têm se multiplicado nos últimos anos, afetando desde usuários comuns até grandes empresas. O delegado Eibert Moreira, diretor do DERCC, afirma que a estrutura representa uma mudança de paradigma dentro da Polícia Civil.
“A partir desse departamento, o crime cibernético passa a ser tratado como prioridade institucional, assim como já ocorre no combate aos homicídios ou ao narcotráfico. Essa nova estrutura coloca a criminalidade virtual em um patamar equivalente de enfrentamento”, explica.
Os dados dão respaldo a essa mudança. Enquanto o Estado registra quedas nos crimes violentos, o volume de ocorrências ligadas a clonagem de perfis, roubos de dados e, principalmente, estelionato digital -modalidade mais recorrente hoje no Rio Grande do Sul - cresce em ritmo acelerado.
A tendência, no entanto, não é exclusiva do território gaúcho: em diferentes partes do mundo, a sofisticação dos golpes virtuais desafia autoridades policiais, que precisam adaptar métodos de investigação a um cenário em que fronteiras físicas importam pouco. “Aqui no Estado isso fica mais evidente porque conseguimos reduzir a criminalidade de rua, o que abre espaço para voltarmos o foco a esse outro tipo de delito”, acrescenta.
As operações já realizadas dão a medida dessa dinâmica. Muitas vezes, o ponto de partida é um boletim de ocorrência registrado por uma vítima gaúcha. A partir da investigação, descobre-se que o autor do crime está em outro Estado. A equipe coleta provas, solicita ordens judiciais e organiza, junto com polícias locais, a ação para efetuar prisões. “As vítimas estão aqui, mas os golpistas muitas vezes estão em São Paulo, Rio de Janeiro ou outros estados. Por isso nosso trabalho exige cooperação interestadual”, detalha o delegado.
O DERCC nasceu formalmente em abril, por decreto do governo estadual, e desde o início foi pensado para centralizar e especializar a apuração dos delitos virtuais. Entre as atribuições, estão investigações de crimes cometidos por meio da chamada deep web, casos de uso de inteligência artificial para golpes e a repressão a redes de disseminação de conteúdos ilícitos. O prédio onde na última sexta-feira foi inaugurada a sede começou a ser preparado no início do ano, com estrutura, equipamentos e mobiliário.
Para a população, o acesso ao novo departamento é simples. Não há necessidade de se deslocar até a sede no Moinhos de Vento: as ocorrências podem ser registradas em qualquer delegacia do Estado ou pela Delegacia Online. A partir daí, os registros são encaminhados ao DERCC, que inicia a investigação.

Notícias relacionadas