Durante o Brasil de Ideias, evento sobre mudanças climáticas e transição energética, realizado na tarde desta terça-feira (5), no Instituto Caldeira, em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo se mostrou preocupado com a atual conjuntura política do Brasil. Durante a abertura da solenidade, que ocorreu um dia após a notícia da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, Melo se mostrou preocupado com uma suposta censura presente na sociedade, que, segundo ele, "está caminhando para um caminho muito perigoso".
"Minha identidade política nasceu na Esquina Democrática, em 1978, combatendo a ditadura. Penso que o Brasil está caminhando para um caminho muito perigoso. No estado democrático de direito não cabe nem censura e nem perseguição política e vale a lei e a Constituição. Nesse momento difícil a gente não pode se acovardar, tem que estar posicionado", afirmou o prefeito.
O evento foi promovido pela Revista Voto e, além de Melo, contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Comandante Nádia, assim como a do secretário de desenvolvimento econômico Ernani Polo. Outros painelistas marcaram presença, como o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sandoval de Araújo Feitosa Neto; o diretor-geral de Celulose da CMPC no Brasil, Antonio Lacerda; o vice-presidente de Soluções para Clientes da EDP na América do Sul, Carlos Andrade; e o coordenador do Grupo Temático de Energia da FIERGS, Ricardo Pigatto.
A abertura foi feita por Melo, que abordou a urgência das mudanças climáticas e a necessidade de planejamento e investimento em infraestrutura para adaptar a cidade. Além disso, defendeu que a transição energética no Brasil deve ser feita através de parcerias público-privadas.
“A questão climática não é para o futuro, é agora tem que ser enfrentada. As cidades brasileiras, onde vivem hoje 86% das pessoas, não foram concebidas para esse novo normal. O Brasil precisa enfrentar um planejamento, pois você tem 82 mil pessoas que morrem em área de risco. Isso é a vida real da cidade, então você tem que passar por um processo de adaptação climática. E a questão da transição energética, o Brasil tem riqueza nesse processo, mas tem que ter planejamento, dinheiro e parceria com o privado.”
"Minha identidade política nasceu na Esquina Democrática, em 1978, combatendo a ditadura. Penso que o Brasil está caminhando para um caminho muito perigoso. No estado democrático de direito não cabe nem censura e nem perseguição política e vale a lei e a Constituição. Nesse momento difícil a gente não pode se acovardar, tem que estar posicionado", afirmou o prefeito.
O evento foi promovido pela Revista Voto e, além de Melo, contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Comandante Nádia, assim como a do secretário de desenvolvimento econômico Ernani Polo. Outros painelistas marcaram presença, como o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sandoval de Araújo Feitosa Neto; o diretor-geral de Celulose da CMPC no Brasil, Antonio Lacerda; o vice-presidente de Soluções para Clientes da EDP na América do Sul, Carlos Andrade; e o coordenador do Grupo Temático de Energia da FIERGS, Ricardo Pigatto.
A abertura foi feita por Melo, que abordou a urgência das mudanças climáticas e a necessidade de planejamento e investimento em infraestrutura para adaptar a cidade. Além disso, defendeu que a transição energética no Brasil deve ser feita através de parcerias público-privadas.
“A questão climática não é para o futuro, é agora tem que ser enfrentada. As cidades brasileiras, onde vivem hoje 86% das pessoas, não foram concebidas para esse novo normal. O Brasil precisa enfrentar um planejamento, pois você tem 82 mil pessoas que morrem em área de risco. Isso é a vida real da cidade, então você tem que passar por um processo de adaptação climática. E a questão da transição energética, o Brasil tem riqueza nesse processo, mas tem que ter planejamento, dinheiro e parceria com o privado.”
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Após a fala do prefeito, Polo e Nádia subiram no palco para dar continuidade ao assunto. Eles discutiram a desconexão entre o tempo da crise climática e o tempo da política, a necessidade de um ambiente regulatório favorável à inovação em infraestrutura e energia, e a atração de investimentos através da segurança jurídica.
Outro ponto debatido por eles foi o Plano Diretor, que é visto por eles como fundamental para que a cidade possa se organizar e se desenvolver. Porém, a dupla reclamou da relação do governo atual com a oposição, denominada por Nádia como a "vanguarda do atraso".
“Nós vemos ataques diretos ao Plano Diretor. Inclusive, estamos sofrendo agora novamente, uma questão de que 'não fizeram audiência pública'. Foram mais de 200 audiências públicas e oficinas feitas para um plano diretor que se arrasta por sete anos. E aí eu vou dizer pros senhores: por conta de quem? Por conta da 'vanguarda do atraso', nós não podemos falar isso. O pacote é bonito, é um presente bem embrulhado, mas dentro tem coisinhas que são impeditivas pro desenvolvimento econômico, que barra é desenvolvimento social”, lamentou a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Um painel composto por Sandoval de Araújo Feitosa Neto, Antonio Lacerda, Carlos Andrade e Ricardo Pigatto, mediado por Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira, debateu o cenário energético brasileiro, com foco na transição energética justa e sustentável, além dos desafios regulatórios e econômicos que impactam o setor.
Após a fala do prefeito, Polo e Nádia subiram no palco para dar continuidade ao assunto. Eles discutiram a desconexão entre o tempo da crise climática e o tempo da política, a necessidade de um ambiente regulatório favorável à inovação em infraestrutura e energia, e a atração de investimentos através da segurança jurídica.
Outro ponto debatido por eles foi o Plano Diretor, que é visto por eles como fundamental para que a cidade possa se organizar e se desenvolver. Porém, a dupla reclamou da relação do governo atual com a oposição, denominada por Nádia como a "vanguarda do atraso".
“Nós vemos ataques diretos ao Plano Diretor. Inclusive, estamos sofrendo agora novamente, uma questão de que 'não fizeram audiência pública'. Foram mais de 200 audiências públicas e oficinas feitas para um plano diretor que se arrasta por sete anos. E aí eu vou dizer pros senhores: por conta de quem? Por conta da 'vanguarda do atraso', nós não podemos falar isso. O pacote é bonito, é um presente bem embrulhado, mas dentro tem coisinhas que são impeditivas pro desenvolvimento econômico, que barra é desenvolvimento social”, lamentou a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Um painel composto por Sandoval de Araújo Feitosa Neto, Antonio Lacerda, Carlos Andrade e Ricardo Pigatto, mediado por Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira, debateu o cenário energético brasileiro, com foco na transição energética justa e sustentável, além dos desafios regulatórios e econômicos que impactam o setor.
Um painel composto por Sandoval de Araújo Feitosa Neto, Antonio Lacerda, Carlos Andrade e Ricardo Pigatto debateu o cenário energético brasileiro,
TÂNIA MEINERZ/JC
"É nosso compromisso e é uma obrigação de todos e todas nós fazer esse investimento e fazer com que a transição energética exista na prática, não só no papel. Vamos tirar a transição energética do papel e fazer com que os projetos realmente se transformem em sustentabilidade para todos e todas nós", afirmou Lacerda.
Sandoval, por sua vez, destacou que a transição energética "não é um problema climático". Segundo diretor-geral da ANEEL, a transição energética deve ser socialmente justa, além de ecologicamente correta.
"A transição energética não é um problema climático, longe disso. Ela é um problema geopolítico, econômico e social. Porque fazer o discurso da transição energética favorecendo apenas quem pode ir, por exemplo, para o Mercado Livre, comprar energia renovável ou quem tem recurso para instalar geração distribuída e esquecer aquela camada que não pode fazer nem uma coisa nem outra, mas que vai pagar essa conta, não é justo", afirmou.
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Lacerda também demonstrou preocupação sobre o atual momento geopolítico que estamos vivendo, “além da politização da mudança climática”. Segundo ele, a transição energética está mais cara e esses podem ser alguns dos fatores.
"A transição energética tem enfrentado uma série de problemas recentemente, ela ficou um pouco mais cara do que todos nós estimávamos. Isso se deve a fatores como a subida das taxas de juros, problemas geopolíticos e a politização do tema da mudança climática, que gera muita incerteza para o investimento."
Pigatto destacou, ainda, que a indústria gaúcha atravessa um "momento histórico muito ruim", e afirmou que a transição energética deve ser um movimento cuidadoso, que não pode esquecer o passado e a segurança energética.
"Do ponto de vista de transição energética, não esqueçamos: transição é sair de um ponto para chegar no outro, e não podemos chegar neste outro ponto esquecendo o nosso passado e a nossa segurança energética", afirmou o representante da Fiergs.
Lacerda também demonstrou preocupação sobre o atual momento geopolítico que estamos vivendo, “além da politização da mudança climática”. Segundo ele, a transição energética está mais cara e esses podem ser alguns dos fatores.
"A transição energética tem enfrentado uma série de problemas recentemente, ela ficou um pouco mais cara do que todos nós estimávamos. Isso se deve a fatores como a subida das taxas de juros, problemas geopolíticos e a politização do tema da mudança climática, que gera muita incerteza para o investimento."
Pigatto destacou, ainda, que a indústria gaúcha atravessa um "momento histórico muito ruim", e afirmou que a transição energética deve ser um movimento cuidadoso, que não pode esquecer o passado e a segurança energética.
"Do ponto de vista de transição energética, não esqueçamos: transição é sair de um ponto para chegar no outro, e não podemos chegar neste outro ponto esquecendo o nosso passado e a nossa segurança energética", afirmou o representante da Fiergs.