Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 08 de Julho de 2025 às 20:08

Prefeitura retoma obras nas comportas do sistema de proteção contra cheias

Após intervenção pela recente cheia, conclusão deve ocorrer no primeiro trimestre de 2026

Após intervenção pela recente cheia, conclusão deve ocorrer no primeiro trimestre de 2026

Luciano Lanes/PMPA/JC
Compartilhe:
Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
A prefeitura de Porto Alegre retomou nesta terça-feira (8) as obras nas comportas do sistema de proteção contra cheias da Capital. Interrompidas há quase três semanas devido à elevação do nível do Guaíba, as intervenções agora concentram esforços na comporta 8, localizada no dique da avenida Castelo Branco, nas imediações do Cais Navegantes. A previsão é de que todo o conjunto de obras, iniciado após a enchente histórica de maio do ano passado, esteja concluído até o primeiro trimestre de 2026.
A prefeitura de Porto Alegre retomou nesta terça-feira (8) as obras nas comportas do sistema de proteção contra cheias da Capital. Interrompidas há quase três semanas devido à elevação do nível do Guaíba, as intervenções agora concentram esforços na comporta 8, localizada no dique da avenida Castelo Branco, nas imediações do Cais Navegantes. A previsão é de que todo o conjunto de obras, iniciado após a enchente histórica de maio do ano passado, esteja concluído até o primeiro trimestre de 2026.
A comporta 8 será completamente extinta e substituída por uma barreira definitiva em concreto armado. "Essa passagem não tem função de mobilidade, não dá acesso a veículos e a pedestres. Então, por critérios técnicos, decidimos fechar completamente com concreto, como já fizemos em outras passagens da Mauá", explica Vicente Perrone, diretor-executivo do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). A intervenção deve durar cerca de 30 dias.
A obra marca a retomada do cronograma das intervenções, que envolvem 14 comportas. Desde o fim de maio, quando as obras começaram, sete passagens já foram atendidas: três foram fechadas definitivamente (3, 5 e 7) e quatro passaram por revisão e melhorias na vedação (1, 2, 4 e 6). Com o reinício dos trabalhos, a previsão é concluir os fechamentos definitivos das comportas 8, 9, 10 e 13 nos próximos quatro a seis meses. Na sequência, serão substituídos os portões 11, 12 e 14, com conclusão estimada entre oito e dez meses.
As intervenções fazem parte de um pacote de obras no valor de R$ 11 milhões, com recursos do município. Além da requalificação das comportas, a prefeitura projeta novas casas de bombas e obras de micro e macrodrenagem.
O prefeito Sebastião Melo afirma que os investimentos são indispensáveis para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. "Estamos melhores hoje do que estávamos antes da enchente, mas o desafio ainda é enorme. Só as obras nas comportas não bastam. Precisamos também de sistemas eficientes para tirar a água da cidade quando ela entra, e isso envolve bombas, redes de drenagem e grandes investimentos", defende.
O prefeito reconhece que o período entre a enchente e a conclusão das obras não é o ideal, mas afirma que todos os trâmites legais foram seguidos, o que demandou um maior tempo. "Na gestão pública, você só pode fazer o que a lei permite. Não é possível contratar obra de um dia para o outro. Mesmo assim, estamos conseguindo avançar com segurança e qualidade técnica", afirma.
Fora do sistema de comportas do Cais Central, áreas como a Zona Sul da cidade seguem vulneráveis. Nesses casos, a prefeitura estuda a construção de diques provisórios, novas casas de bomba e outras soluções emergenciais, enquanto aguarda recursos para obras permanentes. "O estudo que contratamos contempla uma proteção que vai do Cristal até o Lami. Já pedi à equipe técnica que priorize os trechos mais sensíveis. Talvez, no bairro Guarujá, possamos instalar uma bomba provisória e elevar a calçada, mas tudo isso depende de dinheiro", diz Melo.
O prefeito também voltou a defender o debate técnico sobre dragagem e desassoreamento do Guaíba. Embora reconheça que essa atribuição é do Estado e da União, ele afirma que a retirada de areia pode ser parte da solução. "É preciso debater com base em estudos e dados, e não no achismo. Precisamos de um consenso técnico entre a academia, os gestores e a sociedade sobre o que fazer com o nosso sistema hídrico", declarou.
 

Notícias relacionadas