O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na madrugada de segunda-feira (28) e se estendeu pela manhã subiu o nível do mar e causou estragos no Litoral Norte. São diversos relatos de ondas violentas que avançaram pela faixa de areia e invadiram as ruas, além dos fortes ventos trazidos pelo fenômeno, causando estragos em residências e ocasionando a falta de luz e queda de postes.
No município de Imbé, a última atualização da Defesa Civil consta cerca de 20 casas parcialmente destelhadas, seis árvores e cerca de 30 postes caídos. A garagem da prefeitura, que comporta a frota da cidade, também foi severamente afetada. O comandante da organização, Vinicius Haubert, destaca que grande parte da cidade ainda está sem energia e que houve dois incêndios em casas de madeira — por conta da falta de luz, moradores acenderam velas que culminaram no acidente. Com o mar arrefecendo, há bastante sujeira na beira devido à ressaca.
As águas também invadiram as ruas de Rainha do Mar, município vizinho a Osório e próximo de Imbé. O principal motivo é a velocidade do vento, que chegou aos 100 km/h. Durante a madrugada desta terça, as rajadas seguiram, mas em menor intensidade. Haubert destaca que ainda há, durante a manhã, ventos em menor escala e sem condição de causar novos estragos.
Em Xangri-lá, o secretário de segurança e coordenador da defesa civil municipal, Wolfgang Trein, explica que os ventos foram fortes, mas não são muitas as casas atingidas. Ainda assim, algumas foram afetadas e, nesta terça, o foco está em recuperar as residências das pessoas mais necessitadas. Ele ainda destaca que foram muitos postes derrubados. De madeira e antigos, já haviam tido sua troca solicitada, mas sem êxito. A consequência é a falta de luz, que atinge boa parte da cidade neste final de manhã.
Trein salienta que o mar segue agitado. Foi ele o responsável por danificar a plataforma de Atlântida, fundada em 1975 e interditada desde 2023. O secretário conta que, nesta madrugada, um segundo pedaço da estrutura foi derrubado pela água. A parte superior, inclusive, já estava condenada e não seria recuperada, conforme um estudo feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) para a cidade, explica. O problema, agora, é que os destroços estão soltos no mar e causam riscos para banhistas.
Em Capão da Canoa, o vento está segurando a maré e há o temor que a água volte a subir durante a madrugada. Na segunda, três famílias, no total de 16 pessoas, foram abrigadas na casa da defesa civil da cidade. Ela já retornaram às residências. Ao todo, cerca de 130 famílias foram afetadas diretamente pelo ciclone.