A revitalização do Viaduto Otávio Rocha, no Centro Histórico de Porto Alegre, começa a se aproximar do fim após mais de dois anos de obras e sucessivos atrasos. No início deste mês, as quatro pistas da avenida Borges de Medeiros voltaram a ser liberadas para o trânsito, e a obra entrou na etapa final, com intervenções nas escadarias e acabamentos estruturais. A previsão de conclusão, agora, é para o último trimestre do ano.
Com a retirada dos tapumes que bloqueavam parte da via no sentido Centro-bairro, agora deslocados para a área de estacionamento, o tráfego voltou a fluir normalmente na região. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), no entanto, orienta motoristas a manter atenção redobrada no trecho devido à proximidade dos pedestres. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), o avanço das frentes de trabalho permitiu essa liberação, com os serviços concentrados agora em acabamentos e impermeabilizações.
"Hoje, a obra está cerca de 80% concluída. Estamos finalizando a colocação do sirex, uma cobertura especial do concreto, mantendo o padrão histórico do viaduto. Alguns trechos tiveram que ser refeitos porque o acabamento não ficou satisfatório", explica o secretário André Flores.
Na última sexta-feira (11), uma nova etapa foi iniciada: os cinco primeiros degraus da escadaria Outono, na rua Duque de Caxias, foram interditados para aplicação de impermeabilização. A previsão é que o trecho permaneça bloqueado até o dia 25 de julho.
Essa intervenção faz parte da impermeabilização da calçada da Duque, no trecho do guarda-corpo, sentido Centro-bairro. Durante esse período, o acesso de pedestres às lojas e residências deve ser feito pelas escadarias Verão ou pela rua Fernando Machado.
"Estamos finalizando os acabamentos da revitalização e as coberturas das quatro escadarias internas, que estavam fechadas há décadas", comenta Flores.
Tombado como patrimônio histórico e inaugurado em 1932, o viaduto passou por uma requalificação que exigiu cuidados específicos, segundo a prefeitura. Além de preservar o estilo arquitetônico original, a Smoi promoveu a regularização das redes de água, esgoto, energia elétrica, telefonia e internet nas 31 lojas localizadas sob a estrutura. Os espaços já foram reformados, mas ainda não têm ocupação comercial.
"A Secretaria de Planejamento e Gestão está conduzindo as negociações para uso das lojas. Sei que está avançado, mas nosso foco é entregar o espaço com infraestrutura e segurança para os comerciantes e a população", diz o secretário.
O projeto também inclui a restauração das fachadas, piso com ladrilho hidráulico, novas câmeras de segurança, iluminação em LED, luz cênica e corrimãos nas escadas. A intervenção no piso da escadaria Outono é uma das últimas previstas antes da liberação completa da área de pedestres.
Iniciada em novembro de 2022, a obra deveria ter sido concluída em maio de 2024, mas enfrentou sucessivos adiamentos. O custo também aumentou: passou dos R$ 13,7 milhões orçados inicialmente para mais de R$ 16 milhões.
Segundo Flores, os principais fatores que impactaram o cronograma foram a desocupação das lojas sob o viaduto, as exigências técnicas de restauração de um bem tombado com 92 anos de idade e a paralisação causada pela enchente de 2024, que afetou fornecedores e causou escassez de materiais como cimento e ladrilhos.
A prefeitura pretende liberar parte da área de circulação de pedestres em agosto. A entrega total da obra deve ocorrer até o fim do ano.