Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 09 de Julho de 2025 às 20:40

Ponte da Ramiro Barcelos não ficará pronta em 2025

Intervenções estão paralisadas e não possuem previsão de conclusão

Intervenções estão paralisadas e não possuem previsão de conclusão

BRENO BAUER/JC
Compartilhe:
Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
Prometida inicialmente para ser concluída em fevereiro deste ano, a obra de recuperação da ponte da rua Ramiro Barcelos, no cruzamento com a avenida Ipiranga e a rua São Luís, em Porto Alegre, já passou por duas prorrogações e agora sequer tem previsão para ser finalizada. Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores, a complexidade da estrutura e os danos agravados pela enchente de 2024 exigiram a reformulação completa do projeto. A conclusão ainda em 2025, diz ele, é praticamente descartada.
Prometida inicialmente para ser concluída em fevereiro deste ano, a obra de recuperação da ponte da rua Ramiro Barcelos, no cruzamento com a avenida Ipiranga e a rua São Luís, em Porto Alegre, já passou por duas prorrogações e agora sequer tem previsão para ser finalizada. Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores, a complexidade da estrutura e os danos agravados pela enchente de 2024 exigiram a reformulação completa do projeto. A conclusão ainda em 2025, diz ele, é praticamente descartada.
A intervenção começou oficialmente em 8 de outubro do ano passado, com bloqueio total da ponte no dia 16. Na época, o investimento previsto era de R$ 779 mil e a obra visava recuperar vigas inferiores com problemas pontuais. Mas já nos primeiros levantamentos, a equipe técnica identificou o rompimento de duas vigas de concreto protendido, o que comprometeu a sustentação da estrutura e forçou a interdição total. Em março deste ano, a prefeitura chegou a adiar a previsão de conclusão para outubro. Agora, o prazo voltou a ser indefinido.
“Hoje, posso dizer que a conclusão da obra em 2025 é muito difícil. Nossa meta é retomar as obras, que estão paralisadas enquanto o projeto é finalizado, ainda neste ano, mas terminar neste mesmo período é pouquíssimo provável”, afirma Flores.
Um laudo de 2023 contratado pelo município não havia apontado problemas relevantes. Segundo o secretário, é possível que o agravamento tenha ocorrido após a cheia histórica de maio de 2024, quando o nível do Arroio Dilúvio subiu e pode ter contribuído para o rompimento da estrutura. “Não temos como afirmar com 100% de certeza, mas todos os indícios apontam que foi a enchente que comprometeu os protendidos dessas vigas”, explicou.
Mais recentemente, outro desafio foi descoberto: a parte superior da ponte, chamada tabuleiro, também é feita de concreto protendido. Isso significa que os cabos de aço que dão sustentação à laje são tensionados, o que complica qualquer tentativa de retirada das vigas inferiores sem afetar a estabilidade da estrutura. “Estamos praticamente refazendo o projeto de reforma. Essa é a ponte mais complexa entre todas que estamos intervindo na cidade”, disse.
Além da complexidade técnica, há preocupação com a segurança do Arroio Dilúvio, que percorre cerca de 14 quilômetros e recebe água da chuva de mais de 30 bairros. “A remoção das vigas não pode causar risco de material cair no leito do Dilúvio e bloquear a passagem da água. Um acidente assim teria consequências gravíssimas para a cidade”, alerta o secretário.
O novo projeto estrutural, segundo ele, está bastante adiantado. A empresa responsável já entregou uma versão preliminar e prometeu concluir a versão final até o fim desta semana. A partir disso, será possível estimar o tempo de execução e avaliar se a ponte poderá ser liberada parcialmente antes da conclusão total.
Atualmente, a obra está parada. Intervenções iniciais, como a troca de calçadas, chegaram a ser feitas, mas o trabalho principal só será retomado após a entrega do projeto definitivo. Embora o atraso cause impacto à rotina da população e ao transporte público, o secretário afirma que ainda não houve grande aumento no custo direto da obra, já que a empresa contratada não está com o canteiro mobilizado. Um aditivo de 14% já havia sido autorizado no início do ano, elevando o valor para R$ 908 mil. 
Enquanto isso, o trânsito segue desviado. Motoristas e ônibus que passam pela região precisam contornar a ponte interditada por ruas como Ipiranga, Santana, Silva Só e São Luís, sem prazo para que a normalidade volte ao trecho.

Notícias relacionadas