Porto Alegre tem 16 mil casos confirmados de dengue, com 20 óbitos registrados em 2025. Os dados são do último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta terça-feira (1°). De acordo com o levantamento, até o último sábado (28), havia cerca de 54,5 mil notificações suspeitas da doença. A tendência, contudo, é que ocorra uma diminuição no número de casos durante os próximos dias com a queda das temperaturas.
Nas duas últimas semanas, foram registrados casos de dengue em 27 bairros da capital gaúcha. As regiões do Praia de Belas e do Jardim Floresta tiveram maior incidência de dengue por 100 mil habitantes. Os dados foram atualizados na última segunda-feira (30) pela Diretoria de Vigilância em Saúde, e ainda estão sujeitos a revisões.
O número de suspeitas notificadas já ultrapassou as marcas do ano passado, mas a quantidade de casos confirmados ainda é inferior. Durante o mesmo período de 2024, houve aproximadamente 35 mil suspeitas e pelo menos 17,3 mil casos confirmados. A letalidade, contudo, quase dobrou em 2025. Nos seis primeiros meses do último ano, foram 11 óbitos confirmados.
O vigésimo óbito
Nesta terça-feira, a Diretoria de Vigilância em Saúde confirmou a mais recente morte por dengue. A vítima foi uma criança de 8 anos do sexo masculino, com comorbidades. O óbito ocorreu no dia 27 de maio, e o início dos sintomas foi no dia 8 de maio.
Os 20 óbitos, todos de pessoas com comorbidades, foram registrados entre os meses de março e maio. Até o momento, a faixa etária que concentra mais mortes é dos 71 a 80 anos, com seis ocorrências. A vítima mais jovem tinha 8 anos, e a mais velha, 99. Ainda há nove óbitos, ocorridos em maio e junho, que estão em investigação.
Frio pode diminuir o número de casos
De acordo com o biólogo Tiago Vazolo, do Núcleo de Vigilância de Roedores e Vetores (NVRV), que integra a Diretoria de Vigilância em Saúde, as baixas temperaturas já estão provocando quedas no número de casos confirmados de dengue. Isso acontece porque o frio tende a deixar os mosquitos transmissores menos ativos e, por consequência, reduzir a incidência de picadas.
"O nosso problema é que, às vezes, percebemos uma amplitude térmica. Vamos dizer que os termômetros medem 10°C até um certo período da tarde, quando vai à 16°C ou 17°C. Nesse intervalo, o mosquito pode estar ativo de novo", explica Vazolo.
Mesmo assim, o frio deve ajudar no combate à dengue, influenciando diretamente no Índice Médio de Fêmeas do Aedes aegypti (Imfa), que mede a infestação dos mosquitos. Desde o dia 24 de maio deste ano até então, os indicadores já passaram do nível crítico para o satisfatório.
Precauções devem ser mantidas
Embora as projeções sejam positivas, as medidas de precaução devem ser mantidas. Segundo o biólogo, a eliminação de criadouros deve continuar sendo prioridade. E, os cuidados precisam ser redobrados em ambientes em ambientes internos, que costumam servir de abrigo para os mosquitos nos dias mais frios.
"É, neste momento, que temos que eliminar tudo o que há de criadouros para que, em setembro ou outubro, quando começa de novo a proliferação do mosquito, os números não serem tão altos", aponta Fazolo.
Outra medida preventiva essencial é a vacinação. A Secretaria Municipal de Saúde mantém a oferta de vacinas contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em todas as unidades de saúde. Até esta terça-feira, a cobertura vacinal é de 49,2% para a primeira dose e 19,2% para a segunda dose.