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Publicada em 30 de Junho de 2025 às 19:41

Guaíba já atingiu ápice da cheia, mas nível seguirá elevado, diz IPH

Na tarde desta segunda-feira, a régua da Usina do Gasômetro marcava 3,36 metros

Na tarde desta segunda-feira, a régua da Usina do Gasômetro marcava 3,36 metros

BRENO BAUER/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
O nível do Guaíba voltou a subir rapidamente entre domingo (29) e segunda-feira (30), aproximando-se da cota de inundação em Porto Alegre, após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul no fim de semana e os ventos intensos que represaram a Lagoa dos Patos, na Zona Sul do Estado. De acordo com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-Ufrgs), porém, o pico da cheia já foi alcançado, mas o lago deve seguir elevado ao longo da semana.
O nível do Guaíba voltou a subir rapidamente entre domingo (29) e segunda-feira (30), aproximando-se da cota de inundação em Porto Alegre, após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul no fim de semana e os ventos intensos que represaram a Lagoa dos Patos, na Zona Sul do Estado. De acordo com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-Ufrgs), porém, o pico da cheia já foi alcançado, mas o lago deve seguir elevado ao longo da semana.
Na tarde desta segunda, a régua da Usina do Gasômetro marcava 3,36 metros — a cota de inundação no ponto é de 3,6 m. Segundo o IPH, o nível do Guaíba deve se manter estável nos próximos dias, permanecendo acima dos 3 metros, ainda sob influência do vento sul e do escoamento dos rios da região.
"As cheias dos rios Caí, Jacuí e Sinos já começaram a recuar, e o Taquari, embora ainda com vazão alta, também deve baixar em breve. Agora, o fator determinante é o vento. Com o vento Sul, o nível do Guaíba permanece elevado, mesmo sem previsão de chuvas significativas", explica Fernando Meirelles, pesquisador do IPH.
A projeção mais otimista indica que o lago deve baixar da cota de alerta, de 3 metros, por volta de sexta-feira. Já no cenário mais pessimista, esse patamar seria atingido apenas no domingo. De qualquer forma, o nível seguirá elevado ao longo da próxima semana, sobretudo em áreas mais vulneráveis, como as Ilhas, que devem seguir enfrentando os impactos da cheia até pelo menos o dia 10 (quinta-feira da próxima semana).
Meirelles destaca que o instituto tem monitorado especialmente as condições do vento, que têm influência direta no comportamento do lago. "Se o vento vier do sul, represa a Lagoa dos Patos e impede o escoamento, o que segura o nível do Guaíba. O melhor cenário seria o vento Norte ou Nordeste, que favorece o escoamento das águas", detalha o pesquisador.
As chuvas que caíram sobre a Capital entre sábado e domingo somaram entre 30 e 40 milímetros, volume que chegou a gerar pequenos alagamentos urbanos e contribuiu para a elevação dos rios da região e do próprio Guaíba. Em poucas horas, o lago subiu entre 30 e 40 centímetros.
Como medida preventiva, a prefeitura de Porto Alegre decidiu fechar as comportas 1, 2, 4 e 6, do Sistema de Proteção contra Cheias, no Cais Mauá. Já a comporta 12, localizada no 4º Distrito e ainda em obras, foi bloqueada provisoriamente com sacos de areia e argila compactada. Até o momento, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registra nove pontos de bloqueio de trânsito no 4º Distrito, na Zona Sul e no bairro Arquipélago em razão da elevação das águas do Guaíba.
O nível do Rio Taquari já começou a baixar nas áreas mais altas da bacia, mas seguia em 22,34 metros no Porto de Estrela — mais de três metros acima da cota de inundação em Lajeado e Estrela. No Vale do Caí, o rio já atingiu o pico da cheia em São Sebastião do Caí, com o nível passando dos 12 metros, cerca de dois metros acima da cota de transbordamento.
Na Fronteira Oeste, o Rio Uruguai segue em rápida elevação na região de divisa com a Argentina e já alcança cotas de inundação no Noroeste do Estado. No Vale do Paranhana, o nível do rio que nomeia a região continuava subindo em Taquara e, até o fechamento desta matéria, estava mais de 70 centímetros acima da cota de inundação.
 

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