Os próximos dias serão chuvosos no Rio Grande do Sul. O clima instável, que afeta o Estado desde a última segunda-feira (16), deve se estender até sexta-feira (20), com previsão de chuvas intensas e acumulados de 150 a 250 milímetros durante a semana. A Defesa Civil estadual aponta para a possibilidade de alagamentos, enxurradas e cheias em córregos, arroios e pequenos rios.
Até a tarde desta terça-feira (17), as chuvas se concentraram na Região Oeste, na Região das Missões e no Centro do Estado. A partir desta quarta-feira (18), a tendência será outra. De acordo com a meteorologista Cátia Valente, que integra o Centro de Monitoramento da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, a chuva deve se direcionar para a a porção Leste, atingindo a Região Metropolitana, o Litoral Médio e a Lagoa dos Patos.
A instabilidade deve se estender até sexta-feira, entretanto, a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, aponta que a quarta-feira será de maior alerta em grande parte do Rio Grande do Sul. "A chuva volta a ganhar força e ocorre de forma mais ampla e generalizada nas áreas do Centro, Oeste e Leste do Estado", destaca.
Neste dia, os acumulados variam de 40 a 90 mm/dia no Centro, Norte, Vales, Costa Doce e Grande Porto Alegre, podendo chegar a 140 mm/dia no Noroeste, nas Missões, nos Vales e entorno da Região Metropolitana, segundo dados divulgados pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul.
Estael ainda aponta para a queda de temperaturas, que deve atingir os municípios gaúchos a partir de quinta-feira (19), quando ainda podem ocorrer chuvas volumosas durante a madrugada. Neste dia, a mínima deve ficar em 15°C e a máxima em 18°C em Porto Alegre, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
De acordo com a Defesa Civil de Porto Alegre, entre quarta e quinta-feira, a cidade deve presenciar ventos de até 50 km/h, descargas elétricas e risco moderado de alagamentos em vias públicas, além de possíveis inundações em áreas ribeirinhas.
Na sexta-feira, por sua vez, um ciclone deve se formar próximo à costa gaúcha, mantendo o tempo instável. De modo geral, os acumulados devem contabilizar entre 40 e 60 mm/dia, chegando a 75 mm/dia na Costa Doce e no Litoral Médio. Na Capital, a previsão é de pancadas de chuva, trovoadas e muita umidade.
Em Porto Alegre, na Região Metropolitana, no Litoral Norte e na Costa Doce, há potencial de alagamentos. Já o risco de inundações decorrentes das tempestades preocupa, especialmente, na metade Oeste e no Vale do Rio Pardo. "O Ibirapuitã já está perto da cota de inundação. Além dele, há o Ibicuí, o Santa Maria, Rio Quaraí e Rio Uruguai. Esses ainda estão baixos, mas devem aumentar", aponta Estael.
De acordo com o hidrólogo Pedro Camargo, do Centro de Monitoramento da Defesa Civil, as chuvas volumosas trazem riscos hidrológicos para todo o Rio Grande do Sul. Entretanto, "a faixa central é a que mais preocupa, porque há risco de inundações de rios maiores e mais desenvolvidos. Logo, é a região mais crítica do Estado pensando hidrologicamente", destaca.
Chuva intensa demanda precaução
Diante deste cenário, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul indica condições de ATENÇÃO e ALERTA para as cidades em Amarelo e Laranja no mapa hidrológico. A maioria delas está situada no centro e metade oeste do Estado.
Ambas as condições demandam precauções especiais por parte da população. De acordo com a Ten. Sabrina Ribas, da Defesa Civil do Estado, a recomendação é não atravessar áreas inundadas ou alagadas a pé e nem de carro. Além disso, é importante não se expor excessivamente a esses fenômenos climáticos, "especialmente, se trazerem ventos ou descargas elétricas", aponta.
Sabrina destaca ainda que foi feito uma articulação com as Prefeituras para que adotem as medidas previstas nos seus planos de contingência. A atenção deve ser redobrada para as populações ribeirinhas ou que residam em áreas alagáveis.
Na Capital, a orientação da Defesa Civil Municipal é "evitar sair durante o mau tempo, manter distância de estruturas como postes, árvores e placas de sinalização, e não transitar por áreas alagadas ou próximas a arroios e rios". Além disso, os moradores de áreas de risco devem procurar abrigo seguro, seja com "parentes, amigos ou nos locais preparados pela Prefeitura para acolhimento temporário".