Por Adrielly Araújo, especial para o JC
O município de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, prepara decreto de emergência em razão da superlotação de leitos e UTIs por casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A medida segue o decreto estadual, que já havia sido emitido diante do aumento expressivo de internações.
Segundo dados do Painel de Hospitalizações de Síndrome Respiratória Aguda Grave da Secretaria de Saúde do Estado (SES), a cidade registra 58 hospitalizações, sendo 32 em UTIs, e 14 óbitos – um índice de letalidade hospitalar próximo a 25%, considerado alarmante. A situação é agravada pela ocupação de 300% em alguns serviços de saúde, conforme alerta da prefeitura de Canoas, que admite dificuldades em manter os atendimentos.
Segundo dados do Painel de Hospitalizações de Síndrome Respiratória Aguda Grave da Secretaria de Saúde do Estado (SES), a cidade registra 58 hospitalizações, sendo 32 em UTIs, e 14 óbitos – um índice de letalidade hospitalar próximo a 25%, considerado alarmante. A situação é agravada pela ocupação de 300% em alguns serviços de saúde, conforme alerta da prefeitura de Canoas, que admite dificuldades em manter os atendimentos.
Cenário preocupante no RS
O Rio Grande do Sul já contabiliza 4.099 hospitalizações por SRAG em 2025, com 305 mortes, de acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), até o dia 19 de maio. Um terço das internações (1.374) envolve crianças menores de cinco anos, faixa etária que também responde por 10 óbitos.
O decreto emergencial permite que hospitais do SUS ampliem leitos clínicos e de UTI, além de agilizar a contratação de profissionais e a compra de insumos. O Estado também pode solicitar recursos federais para reforçar a estrutura.
O decreto emergencial permite que hospitais do SUS ampliem leitos clínicos e de UTI, além de agilizar a contratação de profissionais e a compra de insumos. O Estado também pode solicitar recursos federais para reforçar a estrutura.
Avanço rápido das infecções
Em apenas cinco semanas, as internações por SRAG mais que dobraram: saltaram de 194 (na semana epidemiológica 14) para 451 (na semana 19). A influenza é uma das principais causas, com aumento de 1.100% nas hospitalizações graves no Estado – de 9 para 116 casos. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também preocupa, especialmente em crianças, respondendo por 495 internações (95% em menores de cinco anos).
A SES alerta que a baixa adesão à vacinação contra a gripe (menos de 30% nos grupos de risco) e a chegada do frio devem agravar o cenário. "A maioria dos hospitalizados por SRAG não estavam vacinados. A imunização reduz em mais de 90% os casos graves", afirmou Tani Ranieri, diretora do Cevs, em entrevista anterior ao JC.
Com o sistema de saúde sob pressão, o decreto busca evitar um colapso, mas a tendência é de aumento de casos nas próximas semanas.
Com o sistema de saúde sob pressão, o decreto busca evitar um colapso, mas a tendência é de aumento de casos nas próximas semanas.