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Publicada em 12 de Maio de 2025 às 20:06

Lago do Parque Germânia não é foco para proliferação de mosquitos da dengue

Contrariando boatos que circulam nas redes sociais, as poucas larvas encontradas não são do Aedes aegypti

Contrariando boatos que circulam nas redes sociais, as poucas larvas encontradas não são do Aedes aegypti

Luana Pazutti / JC
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Luana Pazutti
Luana Pazutti
No último domingo (11), um vídeo do Parque Germânia causou alarde entre os frequentadores. A gravação, que circulou pelas redes sociais, mostrava o lago artificial repleto de pequenos pontos brancos, que logo foram associados às larvas do Aedes aegypti, agente transmissor da dengue. As partículas visíveis nas imagens, contudo, são apenas poeira e pólen. E, as poucas larvas encontradas não são do mosquito causador da doença, segundo a empresa Athena, responsável pela limpeza do corpo d'água. 
No último domingo (11), um vídeo do Parque Germânia causou alarde entre os frequentadores. A gravação, que circulou pelas redes sociais, mostrava o lago artificial repleto de pequenos pontos brancos, que logo foram associados às larvas do Aedes aegypti, agente transmissor da dengue. As partículas visíveis nas imagens, contudo, são apenas poeira e pólen. E, as poucas larvas encontradas não são do mosquito causador da doença, segundo a empresa Athena, responsável pela limpeza do corpo d'água. 
Na tarde desta segunda-feira (12), o Jornal do Comércio esteve no local e conversou com a bióloga Patrícia Valentim, funcionária da Athena. De acordo com a profissional, o lago está com a manutenção em dia e não é um foco de proliferação do mosquito. "No início deste ano, foi realizada a secagem do lago e a retirada dos animais. Na sequência, foi feita a limpeza com hidrojateamento", destacou. 
Um dos principais objetivos dessa iniciativa foi a remoção das tilápias, uma espécie exótica que pode prejudicar o ecossistema dos lagos artificiais. Ao todo, "foram retirados 2,9 mil kg de peixes, 16 m³ de lodo e inúmeros resíduos, incluindo mais de duas dezenas de celulares e, até mesmo, um drone", segundo o proprietário da companhia, Rafael Gonçalves.
Além da limpeza, foi efetuada a aplicação de calcário. Na sequência, com o enchimento do espaço, foram colocados 150 alevinos de lambaris, que se alimentam de larvas de mosquitos e ajudam a prevenir a proliferação dos agentes causadores da dengue e de outras doenças. 
O próximo passo será a oxigenação da água. "Como há peixes no lago, não podemos colocar nenhum produto químico para eliminação das larvas de mosquito. O certo seria, com o nível da água subindo, ligar os aeradores, porque daí oxigena a água. Isso deixa os animais mais ativos para se alimentarem dessas larvas", destacou Patrícia.
Caso seja necessário, Rafael ressaltou que serão colocados mais 200 lambaris para controle dos insetos. A bióloga, contudo, reforçou que não há grandes riscos na região, pois o mosquito da dengue não coloca os ovos diretamente na água. "Ele vai procurar recipientes e colocar os ovos na 'bordinha' desses recipientes. Então, o maior problema seria se o lago estivesse cheio de lixo", completou. Para a população, portanto, a indicação é realizar o descarte adequado de resíduos. 
De qualquer maneira, segundo o proprietário da empresa, que também realiza a limpeza do lago Lanceiros Negros, na Redenção, e dos espelhos d'água do Largo dos Açorianos, estão sendo realizadas vistorias semanais nos corpos d'água para evitar qualquer risco. 
De acordo com a Prefeitura de Porto Alegre, as ações de manutenção ainda ocorrem no lago do Parque Moinhos de Vento, onde há peixes e outros pequenos animais que ajudam a manter o ecossistema em equilíbrio, por ser alimentarem de insetos.
E nos parques públicos, como está a situação?
Enquanto a manutenção do lago no Parque Germânia fica à cargo de sua adotante, a Associação de Amigos do Jardim Europa (AAJE), e da empresa Athena, a limpeza de diversos outros corpos artificiais d'água de Porto Alegre permanece sob responsabilidade do Governo Municipal
Em nota, a Prefeitura destacou que "os lagos localizados em parques da Capital recebem manutenção periódica, como ocorre na Redenção, cujo lago é limpo e com água trocada três vezes por ano". A última limpeza foi efetuada no dia 13 de março deste ano.
No entanto, "lagos, valas e arroios não constituem ambientes favoráveis à proliferação do Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, por serem locais de água corrente ou em movimentação. As fontes propícias para proliferação do Aedes são aquelas com água parada, caso de piscinas desativadas, vasos e pneus velhos", ponderou a gestão do município. 

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