Porto Alegre,

Publicada em 12 de Maio de 2025 às 00:30

Carazinho investiga início da epidemia de chikungunya

Município contabilizou até o momento 219 casos positivos e dois óbitos; outros 66 pacientes são suspeitos

Município contabilizou até o momento 219 casos positivos e dois óbitos; outros 66 pacientes são suspeitos

/Prefeitura Municipal de Carazinho/Divulgação/Cidades
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Larissa Britto
Larissa Britto Repórter
Desde o mês de março, o município de Carazinho, na região noroeste do estado, sofre com uma epidemia de chikungunya, um dos vírus transmitidos pelo mosquito fêmea Aedes aegypti. O município, que tem cerca de 63 mil habitantes, registrou até a sexta-feira (9) 219 casos positivos e dois óbitos confirmados, de acordo com informações da Secretaria Municipal da Saúde. Além disso, quatro casos estão em viremia (período entre oito e 10 dias em que a doença pode ser transmitida), e outras 66 suspeitas estão sendo investigadas.
Desde o mês de março, o município de Carazinho, na região noroeste do estado, sofre com uma epidemia de chikungunya, um dos vírus transmitidos pelo mosquito fêmea Aedes aegypti. O município, que tem cerca de 63 mil habitantes, registrou até a sexta-feira (9) 219 casos positivos e dois óbitos confirmados, de acordo com informações da Secretaria Municipal da Saúde. Além disso, quatro casos estão em viremia (período entre oito e 10 dias em que a doença pode ser transmitida), e outras 66 suspeitas estão sendo investigadas.
Para conter o avanço da doença, assim como da proliferação do mosquito, o governo estadual mobilizou-se para amparar o município de Carazinho. A secretária municipal da Saúde, Carmen Santos, em entrevista, explicou o atual cenário da cidade e como a mobilização estadual pode estancar a progressão da epidemia.
Jornal Cidades - O que ocasionou o aumento expressivo de casos de chikungunya na cidade de Carazinho?
Carmen Santos - Estamos em um período de pesquisa e temos algumas ideias sobre o que pode ter acontecido. Acreditamos que a doença tenha sido importada, porque em dezembro vem muitos estrangeiros, tanto fora do estado, assim como fora do Brasil aqui para a cidade. Como o território com o primeiro caso foi oriental, estamos fazendo uma pesquisa que pode ter sido um usuário, que foi em férias no início de janeiro e trouxe clinicamente dentro do seu organismo. A gente começou, a pedido do prefeito, a fazer planejamento semanal com todos os protocolos dados pela vigilância. Começamos a fazer busca ativa de locais, assim como fazer abordagens qualificadas com material didático para a população de como prevenir que o mosquito colocasse os óvulos.
O Estado, junto com toda a equipe da vigilância, assim como a superintendência do Ministério da Saúde, estiveram conosco. Começamos as formações de protocolos clínicos com os médicos do manejo e os protocolos da chikungunya. Essa semana o município comprou testes para não ficar refém do Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen), em Porto Alegre. Compramos, também, armadilhas para pegar mosquito adulto, o qual coloco óvulo.
Cidades - Por que os casos da doença estão crescendo mais que os da dengue no município? O mosquito é o mesmo?
Carmen Santos - Em relação à chikungunya, hoje os casos se encontram em três bairros: o território da Sassi, da Oriental e da Operário. Nós conseguimos delimitar e estamos com os casos estabilizados. Não se encontram em todo o território. Então, seria uma incoerência técnica se a gente dissesse que Carazinho tem só casos de chikungunya. Nós temos um mapa que a gente atualiza semanalmente, que identifica onde é que estão os casos da dengue, onde estão os chikungunya para que não tenha essa falta de interpretação técnica na área da vigilância sanitária e epidêmica".
Cidades - Como o sistema de saúde de Carazinho está lidando com o aumento na procura por atendimentos na epidemia?
Carmen Santos - Aqui em Carazinho nós temos atenção primária, com 14 unidades básicas, mais dois contêineres no interior. Nós temos a atenção média, que é UPA, a emergência é alta. As três complexidades estão trabalhando juntas, porque a gente tem um sistema que todos podem acompanhar o usuário. Trabalhamos conforme o SUS preconiza na interligação. Para dar conta das unidades básicas, que fecham às 17h, nós temos um apoio na UPA, botamos um médico a mais um enfermeiro para estendermos o horário até a meia-noite e finais de semana e nos grandes dias de pico a gente coloca unidade básica para dar reforço com a equipe clínica".
 

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