O Rio Grande do Sul enfrenta uma forte onda de calor, ao menos até quarta-feira (13). As altas temperaturas, que podem chegar até 40ºC em Porto Alegre e 43ºC em outros pontos do Estado, demandam cuidados redobrados com os pets, para evitar danos graves.
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O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Mauro Moreira, explica que, quando a temperatura ultrapassa os 39ºC, já começa a ser perigoso para os animais. Danos podem envolver desidratação, insolação e queimaduras de pele, além de vômitos e diarreia, e em casos graves, adoecimento e óbito.
Altas temperaturas e sol intenso podem, segundo Moreira, causar queimaduras nas patas e pele, e demandam proteção contra o sol, e cuidado redobrado principalmente em cães e gatos com pele e pelo muito claros, inclusive com o uso de protetor solar. "Assim como câncer de pele pode acometer uma pessoa, também pode acometer um animal, por exposição excessiva ao sol", adverte.
Os sinais de perigo para um tutor, explica, são, em grande parte, difíceis de serem analisados por pessoas leigas. Mas, em geral, deve-se ficar atento quando animais se sentirem ofegantes durante caminhada, vomitarem ou apresentarem diarreia. Os sinais de desidratação se apresentam como pregas da pele, olhos e nariz secos. "O animal pode apresentar febres, tremores musculares e muita agitação", explica.
Recomendações
Quanto à alimentação e hidratação, é imprescindível que haja água disponível e em abundância o dia todo. Dar uma ração mais pastosa e de fácil digestibilidade também pode ajudar. Inclusive, pode-se colocar gelo na água ou oferecer picolés próprios para pets.
De preferência, o animal deve ficar solto e em local em que ele consiga achar abrigo, onde haja terra e grama, os quais possuem solo menos quente. Cuidados com temperatura do solo aplicam-se também aos passeios, que devem ser realizados até as 10h da manhã e após as 18h da tarde.
Um alerta realizado por Moreira é que animais não realizam troca de temperatura pela pele, como os humanos, mas sim pela respiração. "Se o ambiente está agradável ele consegue, pela respiração, abaixar a temperatura corporal", explica.
Por isso, a tosa não é sempre indicada. "Temos várias raças de cachorros e gatos, e no caso de muitas dessas raças não se preconiza fazer a tosa muito baixa, ou nem deve-se realizá-la." É o caso de raças como Golden Retriever, nas quais os pelos atuam como proteção contra as altas temperaturas. "E quando fazemos a tosa, a pele desse animal fica mais exposta, e o calor fica mais forte", complementa. Em geral, explica, caso seja necessário realizar a a tosa, não deve-se deixar a pele exposta.
Também em função da troca de calor, raças de animais com focinhos mais achatados também são pontos de atenção. Elas têm dificuldade genética em fazer a troca e refrigeração do ar quente, facilitada pelo focinho. Por isso, é preconizado deixar o animal em um ambiente mais ameno, ou até com o ar condicionado ligado, segundo Moreira.
Além disso, nunca deve-se deixar o animal dentro de um carro com incidência de sol por longos períodos, que pode até mesmo levá-lo à óbito.
Cuidados devem ser redobrado com animais idosos. Isso incluir respeitar a disponibilidade deles à atividades físicas, como passeios.
A realização de viagens, como à praia, em períodos de intenso calor demandam também cuidados específicos. Deve-se ter uma programação voltada para isso, com paradas para caminhada, necessidades e troca de calor em um ambiente com ar mais ameno. O animal também deve ser acompanhado com reservatório de água durante toda a viagem.