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Moradores de Torres abraçam rocha gigante contra avanço de projetos imobiliários
Mais de 350 pessoas envolveram a torre de rocha com um abraço no Parque da Guarita
NANÁ HAUSEN/DIVULGAÇÃO/JC
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Patrícia Comunello
Com assobios, gritos de "Eu amo a Guarita" e aplausos que ecoaram na paisagem do Litoral Norte, na manhã deste sábado (19), moradores de Torres celebraram o abraço a uma rocha gigante para protestar contra o avanço de empreendimentos imobiliários nas proximidades do parque criado pelo ecologista mais famoso do Rio Grande do Sul, José Lutzenberger, que morreu em 2002.
JC NOTÍCIAS: Vídeo mostra como foi o ato no Parque da Guarita, em Torres
Por volta das 10h, as pessoas começaram a chegar ao parque para fazer a manifestação, chamada pela comunidade e ONGs como a Onda Verde. Os mais de 350 participantes conseguiram o feito de envolver a Torre da Guarita, um dos montes rochosos que estão na sequência das falésias - a mais conhecida é do Morro das Furnas -, conjunto único geomorfológico no litoral brasileiro e uma das belezas e atrativos para quem visita a costa da região, seja na temporada do verão ou ao longo do ano.
A ideia era fazer um "abraço simbólico", mas a forte adesão ao ato, segundo os organizadores, garantiu que toda a circunferência da rocha fosse coberta. A mobilização, que já teve outros protestos, alerta para a construção de um projeto com espigões de 14 andares, atrás do Parque Estadual da Guarita, ou José Lutzenberger,
Segundo a ONG Onda Verde, uma das organizadoras, a iniciativa busca chamar a atenção do Estado, já que a praia atrai milhares de visitantes para a temporada de verão e em outros períodos, além de ter residentes de outras localidades com imóveis na cidade, para "os danos da construção das torres ao lado do parque, praticamente dentro da reserva", dizem os promotores do ato.
Participantes se concentraram em frente à Torre da Guarita para pedir a preservação do parque na praia gaúcha
NANÁ HAUSEN/DIVULGAÇÃO/JC
"Pelo desenvolvimento sustentável", bradaram os participantes do abraço. O temor dos segmentos que questionam os projetos aprovados pelo município e permitido, após aprovação e entrada em vigor do novo Plano Diretor de Torres, é sobre os efeitos negativos após as construções estarem pronta, como sombra, mudanças na circulação de vento, para a vegetação e o fluxo de aves migratórias, além da paisagem, caracterizada pela beleza natural, que une mata e as formações rochosas únicas no Brasil.
Alexis Sanson, presidente da ONG ambiental, lembra que, desde 2013, há alertas de especialistas sobre os impactos da liberação de construções de maior porte que acabaram sendo contempladas nas mudanças do Plano Diretor.
"Este ato discute o futuro de Torres, para os nossos filhos e netos. Estamos aqui por um motivo: o Parque da Guarita, que é extremamente relevante do ponto de vista ambiental, cultural e ecológico", destaca Sanson. O parque foi criado há mais de 50 anos. "Estamos em um corredor ecológico, entre os parques da Guarita e de Itapeva, outro diamante a ser abraçado", lembra o ambientalista.
"Este abraço visa a criar uma imagem icônica do movimento. A gente acredita que uma imagem vai valer mais que mil palavras, mil debates ou mil depoimentos", exalta o ecologista. O presidente da ONG acrescenta que o movimento não se restringe a criticar a instalação de espigões próximos ao parque, mas também em diversas áreas da cidade.
"É um crescimento desenfreado, além dos limites estabelecidos", argumenta Sanson. "Não existe aqui pessoas contrárias à empresa A, B, C ou D. Somos contra todos que estejam defendendo um crescimento desordenado e desenfreado da nossa cidade. Queremos um crescimento ordenado e sustentável", contrapôs o dirigente.