A prefeitura de Porto Alegre lançou, na manhã desta terça-feira (27), um edital para reconstrução da contenção dos taludes do Arroio Dilúvio, compreendido na margem esquerda do Planetário, na avenida Ipiranga, até a margem direita da rua Silva Só.
O limite para recebimento das propostas é até 11 de setembro, sendo que o cronograma do projeto executivo estima mais seis meses de obras. Atualmente, a ciclovia segue bloqueada em todo trecho da avenida João Pessoa até a Antônio de Carvalho, afirma a Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC).
Segundo a EPTC, ainda será feita avaliação para circulação conforme avanço das obras. O diretor-geral adjunto do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre (Dmae), Darcy Nunes dos Santos, por outro lado, julga que não há essa possibilidade. “A obra é reconstrução integral do talude, e eu não tenho como fazer liberação parcial ou integral do talude durante a obra”, explica.
O diretor do órgão, que contratou estudo para projeto executivo e responsável pela abertura da licitação, comenta que soluções temporárias já haviam sido estudadas anteriormente.
O trecho já foi, desde setembro, bloqueado em três momentos. O primeiro, por conta das fortes chuvas e deslizamentos. Posteriormente, após novas chuvas em novembro e as enchentes de maio, conforme esclarecimentos do Dmae.
De acordo com a previsão do projeto executivo, o trecho deve completar, até o fim do tempo estimado, um ano com movimento prejudicado. Ainda, informa a documento, há a imprevisibilidade de realizar obras no Arroio, devido ao fluxo de água e possíveis enxurradas.
Na última sexta-feira (23) também foi declarado, após chuvas, a suspensão da liberação do trecho da ciclovia da avenida Ipiranga, entre a João Pessoa e a Salvador França, após uma reunião com as diretorias das secretarias de Mobilidade Urbana (SMMU) e de Obras, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e Dmae. Segundo nota da prefeitura, a revisão da medida ocorreu para a reavaliação de questões como segurança e mobilidade urbana no trecho.
O diretor-geral adjunto do Dmae explica que já houve três tentativas de abertura de licitação para obras de recuperação dos taludes que sofreram deslizamento. A obra, que compreende reconstrução integral dos taludes e construção de estrutura de concreto para suporte, não conseguiu empresas candidatas para dar continuidade ao processo. Foi, então, elaborado novamente o projeto e o orçamento. Juntamente com as enchentes, pararam por dois meses em função do esgotamento da água da cidade e reconstrução dos danos. “Os dois trechos poderiam estar em obras desde abril”, afirmou.
Outros trechos atingidos na ciclovia da avenida Ipiranga
Paralelo aos trechos tratados no edital, foram também realizados estudos para avaliação geral dos taludes. Essa avaliação apontou trechos que precisam de monitoramento ou de intervenção, assim como pontos sem essas necessidades.
Outros quatro trechos do Arroio, abarcados pelo estudo, devem ter licitação para obras abertas ainda na semana que vem. Ainda, uma obra adicional deve ser realizada na esquina da rua Silva Só, em lado oposto ao estabelecimento do McDonald's, que desabou em maio. O último desabamento, porém, terá uma licitação específica, em formato emergencial. Ainda, o projeto executivo do edital vigente aponta três trechos adicionais, totalizando 10. Esses últimos ainda estão em fase de elaboração de projetos de engenharia.
Acerca dos demais trechos do arroio com necessidade de intervenção, a EPTC informou à reportagem, por meio de nota, que é inviável liberar trechos sem conexão na ciclovia. "Quando liberamos é um trecho inteiro que possibilite o uso, como foi feito em janeiro, por exemplo, em que liberamos da avenida Edvaldo Pereira Paiva até a avenida João Pessoa. A secretaria de Mobilidade Urbana fará avaliação nos trechos que forem sendo recuperados pela empresa a ser contratada pelo Dmae e, conforme apresentarem condições de segurança para ciclistas, novos trechos da ciclovia serão liberados."