Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, divulgados nesta quarta-feira (14), por meio do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que o Rio Grande do Sul ainda se recupera de um período pós pandemia.
O índice apresenta nota geral de 6,0 para os anos iniciais do ensino fundamental no Estado, atingindo a meta brasileira. Porém, segue abaixo nos anos finais, com 4,9, enquanto a meta é 5,5. No ensino médio, o RS tem 4,2, mesma pontuação do índice geral brasileiro, ante uma meta de 5,2.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é utilizado para medir a qualidade da educação no Brasil. O índice, em geral, apresenta maiores valores em escolas privadas. Esta é a primeira edição do programa desde a publicação da portaria do Ministério da Saúde que declara fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pela Covid-19, em abril de 2022. Assim, foi definida pelo MEC, por meio de nota informativa, como "particularmente importante por se tratar da segunda avaliação da corte de estudantes que vivenciaram, em algum momento de sua trajetória escolar, impactos da pandemia de Covid-19", juntamente com a edição de 2021.
O Ideb relaciona as taxas de aprovação escolar com as médias de desempenho em língua portuguesa e matemática dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Como ocorre de dois em dois anos, permite comparar, por não ter tido mudança metodológica, segundo nota informativa da pasta, com os níveis pré-pandemia, sendo a última edição em 2021 e a penúltima em 2019.
Ensino Médio
Entre os índices de todas etapas de ensino, o ensino médio brasileiro é o que apresenta, em geral, menor nota, 4,2 pontos. No ensino médio do RS, escolas particulares apresentaram uma melhor colocação no índice. O Ideb no Estado, em escolas privadas, é de 5,7 em 2023. Escolas estaduais, por outro lado, 3,9, mas os dados também sugerem uma diferença menos expressiva, se considerados os anos anteriores à pandemia.
Em comparação com os níveis durante a pandemia no âmbito estadual, o índice geral se mantém: de 4,2 em 2019 para 4,3 em 2021, e 4,2 novamente em 2023. Nas escolas privadas, entre as três edições analisadas, as notas do Ideb são 6,1, diminuindo para 5,8 e 5,7, respectivamente, o que pode representar um impacto mais expressivo pós pandemia.
No cenário estadual, o Ideb também fica abaixo dos níveis anteriores ao enfrentamento da Covid-19, mas com números mais próximos: 3,9, em relação aos índices de 4,0 e 4,1 em 2019 e 2021.
Em contrapartida, os dados de proficiência em português e matemática, sem realizar o cruzamento com as taxas de aprovação, apresentam dados abaixo dos níveis pré pandemia em todas as fases de ensino, tanto públicas e estaduais quanto privadas. A nota média padronizada entre ambas as proficiências, em índices gerais para o Estado, era 5,12 em 2019, 4,91 em 2021 e 4,92 em 2023.
Ensino Fundamental
No índice geral, durante os anos finais do ensino fundamental, que corresponde do sexto ao nono, houve um Ideb, em 2019, de 4,8. Já em 2021, de 5,2, e 4,9 na última edição.
Novamente, escolas privadas apresentam a maior nota, cenário similar ao restante do País. Porém, ainda abaixo do nível pré-pandemia 6,5 ante 6,6 em 2019.
Já as escolas estaduais e públicas apresentaram resultados similares entre elas, ambas em 4,7 pontos percentuais, ante 4,4 no âmbito estadual e 4,5 no público em 2019, mostrando desempenho melhor quando comparados ao nível pré pandemia.
Entre o primeiro e quinto ano, o índice de desempenho é o maior, de 6,0. Enquanto as escolas públicas e estaduais apresentam índices similares, ambos de 5,8, iguais aos níveis pré pandemia, as instituições privadas, em contrapartida, apresentam 7,5, também iguais aos níveis anteriores a Covid-19.
Já as notas médias de proficiência nos anos iniciais eram de 6,43 em 2019, e diminuíram para 6,17 e 6,31 em 2023. Um cenário similar é visto também nos anos finais: 5,66 na edição pré pandemia, 5,49 na seguinte e 5,45 na atual.