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Publicada em 04 de Maio de 2024 às 12:34

Centro Histórico fica embaixo d'água na maior cheia do Guaíba da história

Centro Histórico de Porto Alegre tomado pelas águas na cheia histórica do Guaíba

Centro Histórico de Porto Alegre tomado pelas águas na cheia histórica do Guaíba

Nathan Lemos/JC
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Osni Machado
O cenário das ruas do Centro Histórico de Porto Alegre, na manhã deste sábado (4), era impressionante com a maior enchente desde 1941 na Capital. Por todo lado, havia bueiros vertendo água e também era possível ver algumas pessoas atravessando áreas alagadas e carregando pertences.
O cenário das ruas do Centro Histórico de Porto Alegre, na manhã deste sábado (4), era impressionante com a maior enchente desde 1941 na Capital. Por todo lado, havia bueiros vertendo água e também era possível ver algumas pessoas atravessando áreas alagadas e carregando pertences.
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No Mercado Público de Porto Alegre, o quadro era desolador. Nas ruas do entorno sem condições de trafegabilidade. Ruas como a Uruguai, Sete de Setembro, Mauá, Júlio de Castilhos também eram intransitáveis.
Nathan Lemos/JC
Com as portas fechadas, Mercado Público está cercado pelas águas (Nathan Lemos/JC)
Havia também fatos curiosos, como ver um pequeno barco parado na avenida Borges de Medeiros. O “barqueiro” era Jefferson Vezzosi, que estava fazendo o abastecimento para a empresa de telecomunicações, BR Digital. “Esse barco é de uns amigos e eu estou, desde a meia noite, fazendo esse trabalho”, explicou. Vezzosi disse que o barco precisa fazer trajeto de aproximadamente 500 metros pelas ruas alagadas.
Na Rua dos Andradas, a Brigada Militar fazia um patrulhamento a cavalo. Na na frente do Banco Safra, uma barricada com sacos de areia tentava evitar a entrada da água, que, naquele momento, ainda estava distante, atingindo grande parte da Praça da Alfandega. Já a vazão dos bueiros era grande, dando ideia de um cenário futuro mais critico para o Centro Histórico da Capital.
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Já na Praça da Alfândega era possível ver Lucas Sousa, sem alternativas, atravessando o local com muita dificuldade, por causa das águas, que já estavam próximas de seu peito. Ele relatou que é vigilante e havia terminado o seu turno de trabalho. “Eu tenho que ir para minha casa; moro no bairro Sarandi e foi informado que as águas do valão estão aumentando e chegando próximo da minha rua. Já, já vai entrar água de novo dentro de casa”, disse.
Nathan Lemos/JC
Água avança pela rua Uruguai trazendo junto a sujeira para os trechos ainda não submersos (Nathan Lemos/JC)
Em outro local do Centro Histórico, a senhora Imigrando dizia “Meu Deus”, enquanto registrava a enchente com a câmera de seu celular. Ela explicou que é da região do Vale do Taquari e mora em Porto Alegre há três anos. “Estou admirada, eu nunca tinha visto algo igual, apesar de saber que lá na cidade também está desesperador. Meus pais moram na cidade de Dois Lajeados”, conta. Imigrando disse que se ela quisesse ir embora não teria possibilidade de acesso.

“A última alternativa era a balsa, de Bento Gonçalves a Dois Lajeados, mas ela também foi levada (pelas águas). Já na BR 386, a estrada que liga Estrela e Lajeado, a ponte está submersa e a ponte que liga Arroio do Meio a Lajeado caiu”, explicou.

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