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Publicada em 23 de Abril de 2024 às 20:45

Entenda o que muda com o decreto de emergência pela dengue na Capital

Autoridades querem evitar que situação da súde pública fuja do controle

Autoridades querem evitar que situação da súde pública fuja do controle

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Na tentativa de conter a escalada de casos de dengue, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, emitiu na noite da última segunda-feira um decreto de emergência em saúde pública no município. Com mais de 20 mil suspeitas relatadas e 2.227 casos confirmados somente este ano na Capital, a medida visa facilitar a aquisição de recursos médicos essenciais, além de qualificar a cidade para receber assistência financeira do Ministério da Saúde.
Na tentativa de conter a escalada de casos de dengue, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, emitiu na noite da última segunda-feira um decreto de emergência em saúde pública no município. Com mais de 20 mil suspeitas relatadas e 2.227 casos confirmados somente este ano na Capital, a medida visa facilitar a aquisição de recursos médicos essenciais, além de qualificar a cidade para receber assistência financeira do Ministério da Saúde.
A decisão considera o cenário e risco epidemiológico da doença e vale para outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como zika e chikungunya. Conforme exemplifica o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, o maior ganho que o executivo municipal terá será na agilidade.
"Podemos contratar novos serviços, ampliar a aplicação de inseticidas, fazer o chamamento de novos profissionais, comprar novos testes, entre outras coisas, tudo de forma imediata. Isso abrevia muito nosso tempo de execução para o combate à epidemia dessa doença", explica.
Ainda, de acordo com Ritter, a Capital poderá agora solicitar suporte financeiro ao Ministério da Saúde. "Foi lançada uma portaria, em fevereiro, que permite a busca de recursos extraordinários para investimentos em ações de dengue caso o município esteja em situação de emergência, como é o nosso caso no momento", completa.
Para maior eficácia dos bloqueios de transmissão da doença, durante este período, as denúncias de locais com acúmulo de água limpa e parada, recebidas via sistema 156, serão automaticamente direcionadas para os órgãos competentes. O atendimento será prioritário para regiões com maior concentração de casos confirmados de dengue, conforme o cenário epidemiológico de cada distrito sanitário.
Os bairros com incidência acumulada de mais de 300 casos por 100 mil habitantes são: Agronomia, Higienópolis, Jardim do Salso, Rio Branco, São Geraldo, Teresópolis, Pedra Redonda, São João, Tristeza e Auxiliadora. 
Até o momento, a cidade registra ainda dois óbitos por dengue: uma mulher, na faixa etária de 31 a 40 anos, e um homem, na faixa etária de 71 a 80 anos. O falecimento do segundo foi o estopim para que a Secretaria Estadual de Saúde (SES), optasse pelo Decreto.
"Até então, entendíamos que, comparado a outros municípios, estávamos numa situação até relativamente confortável. Porém, com a confirmação desse óbito e mais outro caso que estamos investigando, resolvemos agir antes que a situação fuja do controle. Até porque somos referência no Estado", finaliza.
O número de casos suspeitos na Capital, superior a 20 mil, representa um aumento de 500% quando comparado ao mesmo período do ano passado. Segundo a pneumologista do Hospital São Lucas da Pucrs, Liana Corrêa, a atenção precisa ser redobrada quando o assunto é essa arbovirose.
"Temos visto muitos casos. Essa doença está longe de acabar e as pessoas precisam ter atenção já que, além de gerar muitos comprometimentos à saúde, a dengue também pode ser fatal, principalmente, em sua forma hemorrágica", destaca.
Com a sobrecarga no sistema de saúde porto-alegrense e o Índice Médio de Fêmeas de Aedes aegypti (IMFA) no nível crítico, com alta ou muito alta infestação em 42 bairros desde a última semana, o secretário de saúde pede que a população dedique 10 minutos da semana para revisar possíveis focos da doença dentro de casa. Segundo ele, apenas com essa medida, é possível eliminar 80% dos criadores.
 

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