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Publicada em 16 de Abril de 2024 às 19:01

Veja alternativas para substituir o álcool 70% líquido

Formulação em gel é uma das melhores escolhas para substituir a composição líquida

Formulação em gel é uma das melhores escolhas para substituir a composição líquida

ERIKA SANTELICES/AFP/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Até o final desse mês, quem utiliza álcool 70% líquido para afazeres domésticos ou higienização pessoal terá que encontrar novas alternativas para suprir esse papel. Afinal, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estará proibido, a partir do dia 30 de abril, a comercialização do produto em todas as regiões do Brasil.
Até o final desse mês, quem utiliza álcool 70% líquido para afazeres domésticos ou higienização pessoal terá que encontrar novas alternativas para suprir esse papel. Afinal, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estará proibido, a partir do dia 30 de abril, a comercialização do produto em todas as regiões do Brasil.
A decisão, que não restringe o comércio da formulação em gel, visa reduzir o número de acidentes registrados com a utilização da solução. Segundo o professor e diretor do Centro de Gestão e Tratamento de Resíduos Químicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Eduardo Rolim, seus principais riscos estão ligados ao alto teor de inflamabilidade.
“O álcool 70%, por conter baixa quantidade de água, acaba pegando fogo muito fácil. Ao mesmo tempo, é um produto extremamente volátil e seu vapor, que também é inflamável, pode entrar em combustão quando em contato com qualquer faísca. Por isso, muitas pessoas acabam se queimando sem nem entender como aquele fogo se formou,” explica Rolim.
O professor ainda acende o alerta sobre os perigos da ingestão do produto. “Muitas pessoas acabam bebendo-o para suprir a necessidade alcoólica e pensam que os efeitos serão semelhantes a outras bebidas. Porém, por possuir uma fórmula diferente, o consumo de álcool 70% costuma resultar em morte”, completa.
A venda do álcool 70% líquido já havia sido proibida no Brasil em 2002, após uma resolução da própria Anvisa. Contudo, em meio à emergência sanitária da pandemia de Covid-19, foi temporariamente liberada à população em geral no ano de 2020, conforme explicou a Agência em nota enviada ao Jornal do Comércio.
“Com o objetivo de manter o produto disponível para o combate de novos casos de infecção pelo vírus Covid-19 e, também, como possível agente de mitigação da transmissibilidade da MonkeyPox, a resolução nº 766/2022 estabeleceu uma excepcionalidade temporária à regra vigente (RDC nº 691/2022), permitindo a venda direta ao consumidor do álcool 70%, na forma física líquida, até 31/12/2023, com possibilidade de esgotamento dos estoques até 29/04/2024”, diz a nota.
Mesmo com a proibição, os consumidores ainda terão disponível, em qualquer estabelecimento comercial, o álcool etílico 70% em outras formas físicas, como gel, lenço impregnado e aerossol. Ademais, seguirá permitida a venda do produto líquido com álcool a 70%, quando enquadrado como medicamento, em farmácias, desde que o volume máximo seja 50mL.
Além disso, a Anvisa divulgou, ainda em 2020, uma lista de produtos recomendados para a substituição do álcool na desinfecção de objetos e superfícies. Entre eles, destaca-se o Hipoclorito de sódio (água sanitária), o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e a iodopovidona, que pode ser encontrada em farmácias como antisséptico para curativos. Todos apresentam maior taxa de segurança que o álcool 70% líquido.

Veja quais produtos podem substituir a solução: 

  • Hipoclorito de sódio a 0.1% (concentração recomendada pela OMS)
  • Alvejantes contendo hipoclorito (de sódio, de cálcio) a 0,1%
  • Dicloroisocianurato de sódio (concentração de 1,000 ppm de cloro ativo)
  • Iodopovidona (1%)
  • Peróxido de hidrogênio 0.5%
  • Ácido peracético 0,5%
  • Quaternários de amônio, por exemplo, o Cloreto de Benzalcônio 0.05%
  • Compostos fenólicos
  • Desinfetantes de uso geral aprovados pela Anvisa

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