Nesta quarta-feira, 7 de junho, comemora-se o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. A data foi instituída para lembrar manifesto de 1977 que exigia o fim da censura promovida pela ditadura militar. Para o presidente da Associação Riograndense de Imprensa (Ari), José Nunes, o direito à informação e à comunicação são fundamentais para o ser humano, e a liberdade de imprensa é fundamental para a manutenção da democracia no Brasil.
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Nunes afirma que a data tem que ser um marco para lembrarmos a respeitar e fortalecer a imprensa, para que ela seja de fato livre e cumpra o seu papel. Ele lembra de épocas complicadas para jornalistas brasileiros. "Passamos por vários momentos desde o manifesto que institui o dia da Liberdade de Imprensa, muitos deles até com algum tipo de enfrentamento. Porém acredito que os jornalistas e as empresas de comunicação conseguiram superar esses momentos, muito por conta do apoio da sociedade", diz o presidente.
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No dia 3 de maio, celebra-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Neste ano, a organização não governamental (Ong) Repórteres sem Fronteiras divulgou que o Brasil subiu 18 lugares no ranking internacional de liberdade de imprensa - foi da 110ª colocação à 92ª. Para avançarmos ainda mais nesta lista, o presidente da Ari defende que isso "só será possível no momento em que o profissional e o veículo de comunicação não sofram ataques, sejam eles promovidos por ente público, ou pela sociedade como um todo". Nunes ainda completa: "zelar pela boa informação é o compromisso de cada cidadão e o papel da imprensa".
O presidente ainda relata os momentos bélicos que jornalistas enfrentaram durante o governo Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022. "Foram momentos difíceis, chegando nos remeter a tempos passados, quando o profissional e o veículo acabavam sendo desrespeitados e os chamados plantadores de perguntas eram exaltados no cercadinho montado em Brasília", afirma Nunes. Quanto ao atual governo, do presidente Luís Inácio Lula da Silva, José Nunes diz que houve uma melhora na liberdade de imprensa do País, mas pondera: "isso deve servir para o fortalecimento do papel da imprensa, ou seja, de ser o verdadeiro tambor da sociedade".
Assunto polêmico no Brasil de hoje, a regulação das mídias sociais é uma pauta defendida pelo presidente da Ari. "As redes sociais servem para aproximar as pessoas, mas acabam sendo também um local onde a disseminação da informação fraudulenta ganha espaço e muitas vezes confundem quem é leigo, ou não tem acesso a um veículo com credibilidade. É necessário, sim, buscar a regulação no sentido de combater essa prática que ganha espaço a cada dia", afirma Nunes. Outro ponto defendido pelo presidente é a retomada da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Para Nunes, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar inconstitucional a exigência de ensino superior para realizar a função de jornalista também "é responsável pelo avanço da desinformação no Brasil".


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