Em 2016, na semana da inauguração da primeira unidade da Amo.te Lisboa, o nervosismo de Filipe Lopes, empreendedor à frente da marca, era evidente. “Eu não tinha coragem de tirar o papel pardo que cobria a loja e começar”, lembra. Para conseguir abrir as portas, precisou chamar um colega da área de TI, que fingiu ser seu sócio no primeiro dia. Esse gesto marcou o início de uma trajetória empreendedora movida pela ansiedade, mas também por um enorme desejo de realizar um sonho. “Era um teste, uma grande vontade de fazer a coisa acontecer”, resume. Hoje, próximo do marco de uma década de operação, o negócio soma três lojas consolidadas e uma história de superação, resiliência e expansão constante.
A segunda unidade surgiu em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, que está prestes a completar oito anos de funcionamento. “O público da Serra tem muito aquela questão turística, e a loja acabou se integrando ao circuito local”, explica. Na Capital, a inauguração mais recente, no Bom Fim, superou as expectativas e fortaleceu a presença da Amo.te Lisboa em um dos bairros mais tradicionais de Porto Alegre. “A loja está acima das nossas expectativas, bem no coração do bairro, e sentimos que aquela rua está crescendo junto com a gente”, destaca Filipe.
Apesar do sucesso, a trajetória não foi linear. Ao longo de nove anos, a Amo.te Lisboa enfrentou crises, inclusive a pandemia. “Ali, quase fechamos as portas, mas conseguimos nos reerguer e crescer de novo”, recorda. Hoje, a marca se apoia em lojas bem localizadas, na relação com o público e em um forte reconhecimento. O empreendedor também projeta passos futuros ousados. “Gostaria de ter um bonde em algum lugar de Porto Alegre, já que ele é a nossa logomarca. Seria um sonho trazer esse símbolo para a cidade.”
O cenário do empreendedorismo em Porto Alegre também mudou muito desde a primeira entrevista dada ao GeraçãoE em 2016. “A sensação que tenho é que, hoje, fala-se muito mais sobre isso. As redes sociais, a mídia. Antigamente, o Sebrae tinha um único curso sobre empreendedorismo e, hoje, são diversos, voltados para mercados específicos”, compara Filipe, observando que o ecossistema empreendedor se fortaleceu na última década.
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A relação com o GeraçãoE foi igualmente marcante. Logo após a primeira matéria, o impacto foi imediato. “Contribuiu de uma forma que eu não tenho nem explicação. Foi muito, muito bom”, afirma. Para Filipe, o jornal deu visibilidade e segurança em um período inicial de incertezas. “Naquela época, o Instagram ainda não era o que é hoje. Ter o apoio de um jornal desse porte foi fundamental. Criou confiança para avançar.” Além da cobertura, lembra dos encontros organizados pelo caderno. “Tivemos a chance de trocar ideias com outros empreendedores. Isso foi muito válido para quem estava começando”, observa Filipe sobre o encontro dos 10 mais lidos no ano de 2016.

