Considerada uma das técnicas mais impressionantes do circo, o trapézio voador coloca os atletas em acrobacias nas alturas

Trapezistas de circo abrem escola de trapézio voador em Porto Alegre


Considerada uma das técnicas mais impressionantes do circo, o trapézio voador coloca os atletas em acrobacias nas alturas

Primeira escola de trapézio voador de Porto Alegre, a Trapézio Tri é a mais nova operação da rua Álvaro Alvim, nº 400, no bairro Rio Branco. O negócio oferece aulas de trapézio voador para todas as idades e para os mais variados níveis e tipos físicos. Na modalidade – considerada uma das mais impressionantes do circo –, os alunos penduram-se no trapézio e performam em acrobacias distantes do chãos, realizando saltos, balanços e movimentos de cabeça para baixo.
Primeira escola de trapézio voador de Porto Alegre, a Trapézio Tri é a mais nova operação da rua Álvaro Alvim, nº 400, no bairro Rio Branco. O negócio oferece aulas de trapézio voador para todas as idades e para os mais variados níveis e tipos físicos. Na modalidade – considerada uma das mais impressionantes do circo –, os alunos penduram-se no trapézio e performam em acrobacias distantes do chãos, realizando saltos, balanços e movimentos de cabeça para baixo.
À frente das aulas estão Alexandro Tozetti, Marcel Meyer e Mark Octave, trapezistas circenses. Apesar da união em torno do esporte, os sócios possuem origens completamente distintas. Alexandro é brasileiro; Marcel, uruguaio e Mark, nascido em Santa Lúcia, no Caribe. Entre os empreendedores, Mark é quem tem maior período de experiência em circo. “Tudo começou lá na ilha, quando eu era malabarista. Conheci o trapézio voador e me apaixonei”, conta Mark.
O caribenho veio ao Brasil em 1994, inicialmente para montar trapézios em hotéis da Bahia. Até tentou empreender com uma escola própria no estado de São Paulo, mas não teve adesão. Uma nova oportunidade de trabalho foi o que trouxe Mark para o sul do País. “Recebi uma proposta para vir para o Rio Grande do Sul para montar trapézios em Gramado e Viamão, no Vila Ventura”, recorda. 
TÂNIA MEINERZ/JC
Depois da consolidação dos projetos, Mark ficou em Porto Alegre para trabalhar em uma academia da Zona Sul, onde conheceu Marcel e Alexandro. O trio uniu-se em torno do sonho de ter uma estrutura própria para prática de trapézio voador. “É algo inédito para todo o Estado. Somos a quinta escola do Brasil. A mais próxima fica em Curitiba”, diz Alexandro. A Trapézio Tri foi inaugurada no dia 27 de janeiro. “Quase chorei de ver tanta gente interessada, de ver o produto final”, fala Mark.

Como funcionam as aulas de trapézio voador

As aulas acontecem às terças, quintas e sábados, durante a tarde, e têm duração de 1h30min. As turmas são separadas de acordo com a idade dos participantes. As práticas são conduzidas pelos próprios sócios, começando por uma sessão de alongamentos. Em seguida, ocorrem alguns exercícios em um trapézio mais próximo ao solo, uma espécie de test-drive para a performance nas alturas. “São movimentos pendulares para a pessoa entender como funcionam os comandos, o balanço e o tempo”, explica Alexandro.
Depois desse processo, começam as manobras no trapézio, ainda perto do chão. “Os truques consistem em se posicionar de diferentes maneiras na barra, seja se prendendo com as mãos, com os joelhos ou com as pernas. Os alunos iniciantes podem aprender até 20 truques. Os intermediários chegam a fazer até 40 truques diferentes, mas as possibilidades são infinitas.”
O movimento mais ousado – e impressionante para quem observa – chama-se catch, quando o trapezista se solta da sua estrutura e é segurado por outro companheiro. O truque é indicado apenas para alunos avançados, com mais de seis meses de treinamento.
TÂNIA MEINERZ/JC
O bom desempenho nas acrobacias próximas ao chão leva o aluno à experiência no trapézio voador. É hora de colocar as cordas de segurança e saltar de uma estrutura de quatro metros. Depois de pular, o aluno irá se movimentar como um pêndulo, podendo realizar manobras durante esse percurso. Lá embaixo, colchões esperam o trapezista que não conseguir se sustentar e cair – caso de quem escreve esta reportagem.

A minha experiência no trapézio voador

Foi a minha primeira experiência em um esporte de circo. Subi as escadas com a incerteza de quem nunca tinha praticado algo tão radical. Entregar uma versão completa aos meus colegas e leitores do GeraçãoE foi a motivação para dar um passo adiante, além de uma pitada de espírito aventureiro. Chegando na parte mais alta da estrutura, Alexandro colocou as cordas de segurança no cinto que eu carregava em torno do corpo. Foi por esse cinto que ele me segurou e pediu para que soltasse o meu peso para frente na prancha de salto – isto é, na ponta do precipício de quatro metros. O objetivo era alcançar o trapézio que estava no ar, mas o medo quase me fez desistir.
TÂNIA MEINERZ/JC
Quando agarrei o aparelho com as duas mãos, estava quase pronto para pular. Mark foi quem realizou as instruções finais. No entanto, o nervosismo em excesso não deixou eu segui-las como deveria. No meio do balanço, caí nos colchões. Depois, os sócios explicaram que meus braços estavam muito flexionados, e isso teria impedido o meu sucesso enquanto trapezista. A adrenalina fez eu subir outras duas vezes – e, como se fosse um replay, repeti os mesmos erros. Ficam as boas lembranças de superação e coragem de enfrentar os medos. Como Alexandro disse na entrevista, o trapézio voador é mais que um esporte, é um voo que habilita autoconhecimento e confiança.

Como participar das aulas da Trapézio Tri

Para quem se sentir inspirado pelo relato, as aulas podem ser agendadas pelo Instagram (@trapeziotri). Uma experiência avulsa no trapézio voador custa R$ 100,00. Participar de uma aula por semana custa R$ 180,00 por mês. Existem planos para maiores frequências. A expectativa dos sócios é abrir novas turmas em horários alternativos às aulas de terças, quintas e sábados. Não é necessário adquirir equipamentos para a prática, apenas é recomendado vestir roupas confortáveis.
“A manifestação das pessoas que vieram aqui foi muito gratificante. Tem questões de superação, autoconfiança. É mais que um esporte”, entende Alexandro. Os sócios também planejam agregar outras artes circenses à escola, como tecido acrobático e trapézio fixo. São técnicas de circo mas que, ao contrário do trapézio voador, não projetam os atletas para voos livres.
O trio realizou um aporte de cerca de R$ 40 mil para montar a estrutura atual. "Nosso trapézio é o petit volant, que é mais compacto e ideal para treinamentos. Nesse tipo de trapézio, o colchão é a alternativa mais segura e eficiente. São colchões desenhados para isso. Os trapézios que usam rede são aqueles com mais de 10 metros. No nosso caso, a rede iria ceder com a queda", comenta Alexandro.
Apesar da recente inauguração, o negócio será realocado em breve. A Trapézio Tri está situada no complexo Villa Beach, operação provisória onde futuramente será construído um prédio da Melnick. O local também conta com quadras de beach tennis e pickleball, além de ambientes de lazer com churrasqueira, área kids e espaço pet. “Quando começar a construção, que deve ser no meio do ano, a escola vai mudar de endereço. Temos duas, três propostas para continuar”, planeja Marcel.

Informações gerais da escola de trapézio voador

TÂNIA MEINERZ/JC
Localizado na rua Álvaro Alvim, nº 400, a Trapézio Tri oferece aulas de trapézio voador às terças, quintas e sábados, durante a tarde. Os horários variam entre 13h50min até 18h.