A temática do envelhecimento no Brasil foi introduzida na Constituição Federal de 1988, quando os primeiros direitos sociais foram garantidos. Em 1994, a Política Nacional do Idoso foi sancionada pela Lei nº 8.842 e consiste em um conjunto de ações governamentais com o objetivo de assegurar os direitos sociais dos idosos. Com isso, diversos projetos foram criados com base na saúde e bem estar da pessoa com 60 anos ou mais. E é o caso dos “Jogos Adaptados para Pessoas Idosas”, que acontecem entre os dias 6 e 9 de novembro, nos Pavilhões da Festa do Peixe, em Tramandaí.
A competição faz parte da ação que incentiva a criação de programas de lazer, esportes e atividades físicas que propiciem a melhoria da qualidade de vida do idoso. O evento é realizado anualmente no Estado desde 1998, com exceções de 2009, quando o governo estadual não apoiou o evento, e 2020 e 2021, devido à pandemia da Covid-19.
Dentre as modalidades que estão em disputa, a principal delas é o Câmbio, considerado o esporte símbolo da pessoa idosa. Ele nada mais é do que uma adaptação do vôlei e do nilcon, onde nove jogadores ficam em rodízio e arremessam a bola ao campo adversário. Ganha quem fizer 15 pontos primeiro, ou a equipe que tiver mais pontos em 15 minutos.
O presidente da Federação Gaúcha de Jogos Adaptados para Idosos (FGJAI), Kassius Nitzke, se juntou ao evento em 2010 e nunca mais saiu. Segundo ele, a principal forma de sustentar a entidade vem de oficinas de câmbio, que eles levam aos municípios, e cursos de arbitragem. “Destes eventos e cursos, vêm os subsídios da federação”, conta Nitzke. Além disso, a FGJAI recebia apoio do do Estado, da prefeitura de Tramandaí e do Conselho Estadual da Pessoa Idosa (CEI). Contudo, após a pandemia, eles se organizam somente com apoios municipais.
Nitzke ainda complementa que a federação sempre está atenta aos praticantes do Câmbio e que o cadastro na organização independe de ser ou não uma prática competitiva. “Estamos sempre monitorando o Câmbio no Estado. Hoje, temos um cadastro de grupos que participam das atividades no Rio Grande do Sul, seja de forma competitiva ou mesmo integrativa (sem disputas, servem como estimulantes para encontros)”, finalizou.
Ao todo, existem 145 grupos de câmbio espalhados pelo RS, que, somados, agregam mais de 4,6 mil atletas. As finais estaduais terão mais de mil atletas presentes e acontecem neste fim de semana no Clube Recreativo Dores, em Santa Maria, e englobam três categorias: master (entre 50 e 59 anos), sênior (entre 60 e 69) e a super sênior (70 anos ou mais). Somando todas as categorias, são 64 equipes de 33 cidades gaúchas já estão classificadas.