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Publicada em 08 de Junho de 2024 às 14:48

Abandonado há mais de 10 anos, Estádio Olímpico salvou vidas como ponto de doações

Estádio gremista segue recebendo doações e com volume muito grande de entregas

Estádio gremista segue recebendo doações e com volume muito grande de entregas

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Folhapress
O estádio Olímpico, antiga casa do Grêmio, está abandonado há dez anos. Seu último jogo foi em 2013, a estrutura ainda foi utilizada para treinamentos até 2014 e depois acabou relegada ao tempo. Mas durante a tragédia climática pela qual o Rio Grande do Sul passou, o 'Velho Casarão' retomou protagonismo. Virou polo de solidariedade e ajudou a salvar vidas. Enquanto isso, Beira-Rio e Arena estavam debaixo d'água.
O estádio Olímpico, antiga casa do Grêmio, está abandonado há dez anos. Seu último jogo foi em 2013, a estrutura ainda foi utilizada para treinamentos até 2014 e depois acabou relegada ao tempo. Mas durante a tragédia climática pela qual o Rio Grande do Sul passou, o 'Velho Casarão' retomou protagonismo. Virou polo de solidariedade e ajudou a salvar vidas. Enquanto isso, Beira-Rio e Arena estavam debaixo d'água.
A área do Olímpico está presa em um dilema jurídico envolvendo o Grêmio e a empresa que construiu a Arena. O complexo ainda está sob posse do clube, que mantém atividades apenas em parte da área. Em outubro de 2022, o UOL mostrou a situação do estádio em uma reportagem especial. Na ocasião, a prefeitura de Porto Alegre tentava alinhar a demolição do estádio até 2023, algo que acabou não acontecendo pelo imbróglio legal no qual a área está envolvida.
POLO DE SOLIDARIEDADE
Menos de dois anos depois, o estádio gremista, parcialmente demolido, ajudou a salvar vidas durante a maior tragédia climática da história do Estado. Em maio, com o avançar das chuvas e dos alagamentos, o Grêmio, por meio de seu departamento de responsabilidade social, com apoio do Instituto Geração Tricolor (IGT), foi orientado pelo presidente Alberto Guerra a abrir o Olímpico para receber doações.
Mesmo com outros pontos de arrecadação -como a Arena, até o alagamento, escolinhas e hotel-, o estádio histórico virou o local predileto dos torcedores. Bastou começar a receber donativos que o Olímpico se tornou polo da solidariedade gremista.
"Ninguém tinha noção da proporção que isso tomaria. A torcida procurou em peso o Olímpico. O que seria só um ponto de coleta virou um grande Centro de Distribuição (CD). Inicialmente, tínhamos voluntários, mas precisamos de auxílio de funcionários tamanha demanda", disse Luiz Jacomini, diretor do departamento de responsabilidade social do Grêmio.
Mais de um mês depois do início da tragédia climática, o estádio gremista segue recebendo doações e com volume muito grande de entregas. Entre os serviços já prestados estão desde a entrega de alimentos (quentinhas) até colchões, ração animal, roupas, água, produtos de limpeza e higiene.
Além de receber e encaminhar doações, o estádio também serviu como heliponto para helicópteros que trabalharam em resgates e atendimentos a atingidos pela enchente. As aeronaves utilizaram o local onde antigamente ficava o gramado suplementar, usado para treinamentos do Tricolor. Como o estádio está em escombros, as doações foram separadas na estrutura física da antiga capela e da loja Grêmio Mania, ambas logo na entrada do complexo. Dali partiam para entregas após separação.
NÚMEROS DE DOAÇÕES NO OLÍMPICO
Locais atendidos: 1.082
Água (em litros): 192.726
Refeições prontas: 54.925
Caixas de leite (uma caixa equivale a um litro): 2.092
Ração pet (em quilos): 11.208
Produtos de higiene e limpeza (em quilos): 10.788
Colchões/cobertores/travesseiros (em unidades): 4.676
Alimentos (em quilos): 15.099
Roupas/calçados (em quilos): 16.195
Manta térmica (em metros): 11.100

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