No perfil do Instagram de Guilherme Smee (@guilhermesmee), o aviso é claro: estamos diante de um "apaixonado por quadrinhos de um jeito perigoso".
O exagero se justifica quando entendemos seu grau de devoção à nona arte. Seja como roteirista, pesquisador, escritor ou organizador, a assinatura de Smee consta em mais de 40 publicações, entre HQs, literatura e livros teóricos. O feito se torna ainda mais impressionante quando descobrimos que o quadrinista, nascido em Erechim, tem apenas 41 anos.
Como se não bastasse, ele ainda arranja tempo para produzir uma newsletter - DeSmeeOlado, na qual traz resenhas e reflexões sobre o que anda lendo. "No meu blog (Splash Pages, o qual manteve por quase 12 anos) eu já fazia isso. Tem um pouco a ver com o fato de me sentir deslocado, e também com minha ansiedade de produzir. Acho que é uma coisa terapêutica, de me mostrar útil", afirma.
Smee é um dos raros casos em que a quantidade não compromete a qualidade do conteúdo. Muito disso só é possível graças a seu "conhecimento enciclopédico", acredita o escritor Samir Machado de Machado. Ele recorda que os dois se conheceram "como num sitcom": dois esquisitos folheando revistas em quadrinhos na livraria da Pucrs, que depois virariam colegas de estágio durante o curso de Publicidade e Propaganda.
A impressão era de que o sujeito já havia lido "tudo o que poderia existir para se ler em termos de quadrinhos". Somando isso ao interesse de Samir por História, surgiu a ideia de montar na universidade um curso que unisse os dois temas, no início dos anos 2000. A parceria ganhou corpo quando ambos se uniram a Antônio Xerxenesky, Luciana Thomé e Rodrigo Rosp para criar a Não Editora - e resultou em uma amizade que permanece até hoje.
"Se tem uma coisa que admiro no Gui é a resiliência e a persistência. Fazer quadrinhos já não é fácil, mas fazer quadrinhos no Brasil é coisa de doido. E a isso ele foi acrescentando mais e mais camadas: quadrinhos socialmente engajados, trabalhando questões de saúde mental, preconceitos LGBTQIAPN+ e raciais", observa o autor do romance O Crime do Bom Nazista, agraciado com o prêmio Jabuti.
O repertório amplo possibilitou a Smee trabalhar com artistas do Brasil inteiro - como o ilustrador mineiro Danilo Aroeira, que o conheceu em um grupo online de quadrinistas. A conexão veio do interesse mútuo em criar um gibi que abordasse o folclore nacional.
Em 2019, quando foram parceiros de mesa na CCXP (Comic Con Experience), o vínculo se estreitou, e, com ele, a certeza de que fariam algo juntos. Esse trabalho foi Mandinga!, publicação de 2021 viabilizada pela Lei Aldir Blanc, e que valeu a Smee uma indicação ao prestigiado Troféu HQMix.
"Considero o Gui um dos melhores roteiristas brasileiros da atualidade. Sua produção é profunda, genuína e sensível. Fazer Mandinga! foi uma das experiências mais enriquecedoras que já tive. Ele desenvolveu um roteiro gigante, que dava realmente vontade de desenhar", elogia Danilo.
Mesmo atuando em diversas frentes, é fato que, na última década, Smee tem produzido muitos trabalhos relacionados à temática queer, como se refere. O primeiro foi a HQ Anéis de Saturno, com desenhos de Ju Loyola, na coletânea Boys Love em Quadrinhos (2015). De lá pra cá, vieram diversas outras publicações, incluindo Só os Inteligentes Podem Ver (2019), uma corajosa autobiografia em que fala sobre percepções tardias sobre sua sexualidade.
Algumas percepções, porém, vêm de muito mais longe. Em 1994, Smee descobriu a animação dos X-Men, e, no ano seguinte, começou a colecionar gibis "pra valer". "O que me chamou atenção nos quadrinhos dos mutantes da Marvel foi uma frase que dizia que 'eles 'juraram proteger uma sociedade que os teme e odeia'. Mas no desenho animado já havia recados sobre tolerância e aceitação do diferente", lembra.
Para um menino em idade escolar que sofria bullying, foi uma revelação. "Aquilo me acolheu de alguma forma inconsciente, já que eu me sentia rejeitado pelas pessoas com quem convivia, muito em função de estar descobrindo minha sexualidade", explica Smee.
Hoje, ele nutre o mesmo amor pelos quadrinhos de super-heróis que tinha quando criança, mas não abre mão de analisá-los de forma crítica. Recentemente, promoveu um curso de extensão sobre personagens e suas relações com gênero, etnias e sexualidades. A iniciativa fez parte de seu estágio pós-doutoral em Ciências Humanas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Segundo Samir Machado, o fato de que, enquanto pesquisador, Smee vai no âmago das questões que movem os super-heróis - como fantasias de poder e masculinidade - não é pouca coisa. "Não consigo imaginar prova maior da paixão de alguém por uma arte do que colocá-la sob a análise crítica e continuar amando-a."
Por mais diversidade narrativa

Detalhe da HQ A Balada dos Guascas Mascarados, feita em parceria com Nícolas Santos e Barlo Moreira
EDITORA TREM FANTASIA/REPRODUÇÃO/JCQuantas vezes você já ouviu que "a arte salva"? Não é só força de expressão. Às vezes, a descoberta de um disco ou de um livro pode servir como um bálsamo em tempos difíceis e fazer com que tenhamos uma nova perspectiva sobre a vida. Apesar de muita gente ainda ver as histórias em quadrinhos como imaturidade ou coisa de criança, elas também são uma forma de expressão artística - e, portanto, têm esse mesmo 'poder curativo'. Para Guilherme Smee, as histórias dos X-Men foram a primeira referência nesse sentido. Mas não a única.
Filho da bancária Miriam Isabel Sfredo e do advogado Luiz Felipe Miorando (daí o "Smi", logo transformado em Smee), o quadrinista se interessou pela leitura ainda pequeno. Aprendeu a ler e escrever com o avô materno, Samuel, que trabalhava no IBGE, e conviveu com parentes ligados às letras, como professores e jornalistas.
"Eu vivia em um ambiente de muita música, literatura... Fui muito privilegiado nesse sentido", afirma, destacando o irmão caçula, Bernardo, como um de seus incentivadores. "Ele foi a primeira pessoa a fazer doutorado na família e me estimulou a também seguir a carreira acadêmica", diz Smee, hoje doutor em Ciência da Comunicação pela Unisinos.
Por outro lado, havia situações em que se sentia incompreendido. Viver a infância em uma cidade interiorana (Erechim), nas décadas de 1980 e 1990, não foi nada fácil para alguém que não se encaixava nos padrões de comportamento 'aceitáveis' para o sexo masculino.

Página de Boy MaGya, cuja continuação deve ganhar versão impressa ainda em 2025
DANVERDURA/REPRODUÇÃO/JCParte dessas experiências foram relatadas em Só os Inteligentes Podem Ver: Notas Autobiográficas sobre Crescer sem Perceber sua Homossexualidade, uma mescla de quadrinhos e dissertação acadêmica resultante de seu mestrado profissional em Memória Social e Bens Culturais pela Universidade LaSalle. A obra - uma das raras em que Smee também assina as ilustrações -, teve como referência um quadrinho da autora norte-americana Alison Bechdel, que é lésbica.
"Eu tinha o projeto de fazer uma autobiografia desde que li Fun Home, em 2008, e no dia seguinte resolvi sair do armário. Fiz todos os desenhos da HQ, que somam umas 30 páginas, em uma semana", explica.
Sensível, a história mostra um jovem Guilherme questionando alguns comportamentos machistas do pai e, às vezes, entrando em conflito consigo mesmo. "Causou desconforto na minha família", confessa. "Mas era algo que eu precisava fazer."
"Eu tinha o projeto de fazer uma autobiografia desde que li Fun Home, em 2008, e no dia seguinte resolvi sair do armário. Fiz todos os desenhos da HQ, que somam umas 30 páginas, em uma semana", explica.
Sensível, a história mostra um jovem Guilherme questionando alguns comportamentos machistas do pai e, às vezes, entrando em conflito consigo mesmo. "Causou desconforto na minha família", confessa. "Mas era algo que eu precisava fazer."

Obra de caráter autobiográfico, 'Só os inteligentes podem ver' é um dos destaques da produção de Guilherme Smee
MARCA DE FANTASIA/DIVULGAÇÃO/JCDe certo modo, o livro também foi um expurgo para outras dores. Em 2005, Smee havia sido demitido do primeiro emprego e, no ano seguinte, perdeu o pai. "Entrei em uma depressão crônica por mais de 10 anos, que tinha a ver com minha relação com a sexualidade, mas também com o fato de não conseguir me encaixar nas expectativas sociais", reflete.
Se os X-Men o salvaram na infância e Fun Home serviu de farol na vida adulta, hoje Smee retribui com roteiros e estudos sobre diversidade nas HQs - mesmo que os fãs mais conservadores torçam o nariz. Seu livro Supergays: Mais de 180 Super-Heróis Fora do Armário (2024), por exemplo, rendeu xingamentos e até ameaças na internet.
"Precisamos questionar as coisas dentro desse universo, que ainda é muito preconceituoso", diz. "Por outro lado, hoje temos uma maior diversidade de narrativas e de público, especialmente o mais jovem. Se fosse assim quando eu era adolescente, acho que teria me aceitado melhor e sofrido menos."
Se os X-Men o salvaram na infância e Fun Home serviu de farol na vida adulta, hoje Smee retribui com roteiros e estudos sobre diversidade nas HQs - mesmo que os fãs mais conservadores torçam o nariz. Seu livro Supergays: Mais de 180 Super-Heróis Fora do Armário (2024), por exemplo, rendeu xingamentos e até ameaças na internet.
"Precisamos questionar as coisas dentro desse universo, que ainda é muito preconceituoso", diz. "Por outro lado, hoje temos uma maior diversidade de narrativas e de público, especialmente o mais jovem. Se fosse assim quando eu era adolescente, acho que teria me aceitado melhor e sofrido menos."
Roteiros para todos os gostos

Guilherme Smee: "Precisamos questionar as coisas no universo dos quadrinhos, que ainda é muito preconceituoso"
EVANDRO OLIVEIRA/JCEmbora Guilherme Smee seja especialista em gênero e sexualidade, seus interesses vão muito além disso. Tanto que já escreveu sobre temas tão distintos como folclore brasileiro, mitologia nórdica, música pop, tradições gaúchas e games.
Antes da temática queer - e mesmo dos quadrinhos - o autor se arriscou na literatura fantástica, com o conto Carne, na antologia Ficção de Polpa (2007), da Não Editora. Dois anos depois, o terceiro volume da coletânea trouxe sua estreia no formato HQ: uma história curta chamada O Quarto Desejo, desenhada por Jader Corrêa.
Smee também experimentou em outros formatos, como o cinema - foi um dos roteiristas do premiado curta Todos os Balões Vão Para o Céu (2011), de Frederico Cabral. Em 2014, publicou Loja de Conveniências, sua primeira narrativa longa. Mas não teve jeito: a paixão pelos quadrinhos acabou falando mais alto.
Há uma década, ele publica pelo menos uma HQ por ano, por meio de editais, financiamentos coletivos ou parcerias com pequenas editoras. Bastante ativo na internet, tanto em seu extinto blog como em grupos de quadrinistas, acabou criando uma enorme rede de colaboradores.
É o caso do desenhista porto-alegrense Dieferson Trindade, seu parceiro em Dobras (2021). "O conheci pela internet mesmo, por conta de algum lançamento de quadrinho. Acredito que tenha sido em Lady Horror Show (2016) que ele me chamou atenção. Comecei a acompanhar tanto seu trabalho como roteirista como no blog Splash Pages, no qual li textos maravilhosos", elogia.
Quando recebeu o roteiro de Dobras, Dieferson ficou impactado por ver tanto sentimento envolvido em um texto. "Cada palavra era usada de forma a fazer com que o leitor sentisse que aquilo partia do coração do escritor", diz. "Isso me empolgou a desenhar e a conhecer melhor o Guilherme."
Para o ilustrador Danilo Aroeira, um dos méritos de Smee é a generosidade. "O Gui se cerca de pessoas talentosas e procura dar visibilidade a elas nos espaços dos quais faz parte. E, na esfera criativa, isso também acontece: ele se despe de qualquer vaidade, ouvindo com atenção os argumentos de quem desenha. É um trabalho de coautoria, mesmo."
Propagando a nona arte

Guilherme Smee (em foto de 2021) doou 2,5 mil itens e teve participação decisiva na formação da Gibiteca da Biblioteca Pública do Estado
BPE/DIVULGAÇÃO/JCPara além da pesquisa acadêmica e da fértil produção de HQs, Guilherme Smee é um incansável disseminador dos quadrinhos. Foi por iniciativa sua que nasceu a Gibiteca da Biblioteca Pública do Estado, como lembra a ex-diretora da instituição, Morgana Marcon.
Em 2019, durante uma feira gráfica, o quadrinista a procurou perguntando se havia interesse em montar uma gibiteca no local. "Eu amei a proposta, pois há algum tempo vinha identificando essa necessidade junto ao público. Para nossa surpresa, o Guilherme, doou 2,5 mil gibis", afirma.
Mas o envolvimento dele não ficou 'só' nisso: o quadrinista estimulou outros colecionadores a fazerem o mesmo. Em novembro de 2021, o espaço finalmente foi inaugurado. "Para fazer o acervo chegar a seu público, começamos a organizar eventos. Convidamos o Guilherme para fazer a curadoria voluntária e ele prontamente aceitou."
Morgana considera Smee um grande artista e um cara de "coração enorme". "Ele sempre se dispôs a ajudar, fazer contatos, buscar novidades para a Gibiteca. Merece todo o nosso reconhecimento e admiração. Sou muito fã, e tenho orgulho de ter trabalhado com ele pela causa dos quadrinhos."
O engajamento de Smee se estende para as diversas entidades das quais faz parte. Uma delas é a Associação de Quadrinistas do Rio Grande do Sul (Aquarios), que já organizou eventos como a Feira GibiTRI! e este ano lançou o Prêmio Sofrenildo de Quadrinhos Gaúchos como forma de reconhecer a excelência dos profissionais do Estado. O nome, claro, é uma referência ao azarado personagem do cartunista Sampaulo. "Nada mais apropriado para refletir a realidade sofrida dos nossos quadrinistas", brinca ele. As inscrições vão até 30 de junho.
Smee também integra a diretoria da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (Aspas), com foco no desenvolvimento científico e pedagógico acerca das HQs. Na entidade, fez grandes amigos e amigas, como a paulista Dani Marino, uma das organizadoras do premiado livro Mulheres & Quadrinhos. "Com o tempo, o Guilherme se tornou um amigo e também uma referência para mim e para várias pessoas que estudam questões de gênero e cultura pop", diz a pesquisadora.
Lançamentos no forno

Em Mandinga!, Smee e Danilo Aroeira exploram o folclore brasileiro
DANILO AROEIRA/REPRODUÇÃO/JCMesmo em meio ao estágio pós-doutoral em Florianópolis, o quadrinista não diminui o ritmo de publicação. Em 2025, sua vasta bibliografia vai ganhar, pelo menos, três novas obras.
Um desses lançamentos é a versão física de Boy Magya: Eva Angélico, parceria com o roteirista Chris Gonzati e o desenhista Danverdura. A HQ dá continuidade à saga do divertido super-herói, que já havia protagonizado Boy Magya contra o Monstro do Armário (2024). Os apoiadores do financiamento coletivo já receberam a versão digital, mas a impressa deve ser entregue até o fim do ano.
Com desenhos de Marina Duarte, Aí Vêm os Super-Humanos!: Músculos e Moldes é um quadrinho-documentário em que Smee analisa as influências culturais que levaram à criação dos super-heróis como modelos de força e virilidade. A obra vai sair pela editora Trem Fantasma, durante a Poc Con, convenção de quadrinhos e artes gráficas protagonizada por artistas LGBTQ que ocorrerá em São Paulo nos dias 20 e 21 de junho.
"O quadrinho-documentário é um formato que tem me encantado bastante, e que vem reverberando na literatura também. É algo em que pretendo investir, uma vez que consigo unir meu interesse por crítica e HQs", ressalta ele.
E vem mais por aí: em outro livro que será lançado na Poc Con, Smee e Filipe Chagas convidaram um time de desenhistas para retratar 60 heróis e vilões a partir de seus atributos físicos. O nome da obra é SuperFalo - e, sim, ela aborda exatamente a parte da anatomia masculina que você está imaginando.
Smee por Smee

D.I.V.A.S. Brasileiras, em parceria com Eduardo Ribas, homenageia mulheres que mudaram a cultura do País
EDUARDO RIBAS/REPRODUÇÃO/JCPedimos ao quadrinista para escolher cinco obras que sejam representativas de sua trajetória. Mesmo sabendo que muita coisa ficaria de fora, ele topou o desafio. Para mais, acesse guilhermesmee.com.
Dobras (2021, Independente), com Dieferson Trindade - "Esta é a HQ mais sensível que escrevi e a que mais considero como quadrinho-arte, muito em função do trabalho do Dief. Além disso, fala sobre família e aceitação, dois assuntos que me tocam bastante."
D.I.V.A.S. Brasileiras (2020, Independente), com Eduardo Ribas - "Ao falar de grandes brasileiras que mudaram a cultura do País, Edu e eu demos um tom diferente para cada uma, trazendo um trabalho que é educativo e divertido sem ser forçado."
Mandinga! (2021, Independente), com Danilo Aroeira - "Foi muito bom escrever uma personagem maligna como vilã de novela numa HQ sobre o folclore brasileiro na atualidade, ainda mais ornada com os desenhos do Dan. Pela primeira vez fui indicado a um prêmio (HQMix) como roteirista."
Supergays (2024, Marsupial) - "Fiz uma pesquisa sobre todos os super-heróis gays do mundo em três meses, junto com alguns textos do meu finado blog. Com design do VAM! (ilustrador), acho que é uma das publicações mais lapidadas e redondinhas que produzi."
Olhares sobre os X-Men (2024, Marsupial) - "Fiquei muito chateado que os 50 anos dos X-Men não foram comemorados com dignidade. A resposta foi organizar esse livro com outros aficionados e com o apuro do VAM!, trazendo um panorama 'x-pecial' e completo, como a equipe de mutantes merece."
*Daniel Sanes é jornalista formado pela Universidade Católica de Pelotas. Já foi
repórter e editor no Jornal do Comércio. Hoje, trabalha na República – Agência de
Conteúdo e atua como freelancer.
repórter e editor no Jornal do Comércio. Hoje, trabalha na República – Agência de
Conteúdo e atua como freelancer.