O escritor Antônio Xerxenesky ficou surpreso quando soube que tinha ganhado o Prêmio São Paulo de Literatura de 2022, um dos mais prestigiados do País, com o livro Uma Tristeza Infinita, lançado pela Companhia das Letras. "Estou tendo que morder a língua, porque costumo falar que os livros que eu escrevo são muito esquisitos, do tipo que não ganha prêmio", diz. Ele também é autor dos romances Areia nos Dentes, de 2008, F, de 2014, e As perguntas, de 2017, que percorrem e desconstroem elementos da literatura de gênero. "É o meu primeiro livro que não tem nada fantástico, não tem monstros, ou zumbis. Esse me parece muito mais palatável para o leitor", observa.
Apesar disso, a trama pode soar mesmo esquisita em um primeiro momento: o livro conta a história de um jovem psiquiatra francês que é convidado a trabalhar em um hospital em uma cidade pequena no interior da Suíça pós-Segunda Guerra Mundial.
Com uma paisagem literária que pode ser considerada inusitada para quem escreve no Brasil, a narrativa, porém, acaba refletindo bastante o atual momento político e social. "Nós brasileiros vivemos o bolsonarismo, e falamos diretamente sobre, mas eu sou muito obcecado pelo filósofo Walter Benjamin. E ele tem um ensaio em que aborda a ideia de olhar para o passado, com a orientação do presente, ou seja olhar para outro contexto, para outra luta, mas que tem muitas relações com o agora", diz.
Somado a isso, ele também percebeu um aumento de notícias sobre saúde mental. "'Epidemia de depressão', era o termo utilizado, como se fosse um vírus. E eu pensei, se você mora no Brasil, você está deprimido. Ainda mais se trabalha com cultura ou com humanidades, porque é como se o seu futuro tivesse sido cancelado", aponta. O livro começou a ser escrito em 2017 durante uma residência artística da Fondation Jan Michalski, em Montricher, na Suíça, e finalizado no início de 2021. Muitas das paisagens descritas no livro são oriundas da pequena cidade europeia.
Com essas coisas todas em mente, Xerxenesky escreveu Uma Tristeza Infinita. "Tem também a questão de que eu era muito alienado politicamente. Mas eu notei cedo que a gente estava diante de algo em que não dava para ser isento e obviamente assumi uma posição radicalmente contrária. Esse livro é um pouco de acerto de contas, porque os personagens são pessoas que, quando não deviam ter sido isentos, foram. E eles precisam lidar com isso", conta. Mas, claro, tudo envolto em muita literatura. "Disfarçado com mil camadas de ficção, de linguagem. Eu não tenho isso da autoficção. Eu sempre dou mil voltas para não ser essa pessoa direta."
Para o professor e pesquisador André Araújo, o livro anterior de Xerxenesky, As Perguntas, já insinuava uma preocupação sobre o que ele chama de 'grandes questões': acerca da falta de sentido do universo, a pequeneza perante a solidão e a aparente inevitabilidade da depressão como condição coletiva. "
Uma Tristeza Infinita parece ser um desenvolvimento natural de tais preocupações. Ainda que pareça um objeto esquisito dentro de sua obra, considero que também trata do uso de gêneros literários a serem desconstruídos por dentro. Nesse caso, o romance realista de ideias, propriamente alemão, na linha de Walser e Musil. Por mais que o romance se passe na Suíça do pós-guerra, tendo a ver esse romance como o mais latino americano e também o mais pessoal de Antônio. A imaginação, sua principal característica, abandona as peripécias e acontecimentos sobrenaturais e se volta para a constituição de um paralelo entre as feridas do pós-guerra europeu e a situação contemporânea do Brasil", diz. A escritora
Carol Bensimon diz que é perceptível que ele está se debruçando em temas mais delicados. "A própria linguagem ganhou uma força extra. Os diálogos de
Uma Tristeza Infinita são um primor. Todo o livro é muito sensível e preciso", comenta.
Morando em São Paulo desde 2012, casado e com um filho pequeno, Xerxenesky está mais otimista, apesar de acreditar que a extrema direita seguirá forte por muito tempo. Mas ele conta de um autor que redescobriu durante a pandemia e que aponta um caminho. "Eu andei lendo muito Paulo Freire. E o que vai definir se o Brasil vai ter algum futuro é uma educação crítica. Agora que dou aula com alguma frequência, em cursos livres principalmente, você nota o quanto um professor tem responsabilidades. Acho que não há nenhum emprego mais importante agora no Brasil do que o de professor", conclui.
Caminho para a literatura
Antônio Xerxenesky passou pelo Direito e Física antes de iniciar sua trajetória acadêmica em Letras
/ISABELLE RIEGER/JC
Nascido em Porto Alegre em 1984, Antônio Xerxenesky cresceu no bairro Petrópolis, e estudou no colégio Leonardo da Vinci boa parte da sua vida. "Eu era o típico CDF, uma criança que não era chamado para o futebol, todo aquele estereótipo. Também gostava muito de exatas, era o meu forte, e não dava muito bola para literatura na época", diz. Com o tempo isso foi se modificando, principalmente quando leu A morte de Ivan Ilitch, do escritor russo Liev Tolstoi. "Foi indicação de uma professora incrível na oitava série. Esse livro mudou totalmente a minha vida. Não que tenha entendido tudo na época, mas teve um impacto grande", diz.
Depois de se formar no Ensino Médio, ainda descobrindo o que gostaria de fazer, acabou ingressando na faculdade de Direito, onde não se adaptou muito bem. Resolveu, então, prestar vestibular para Física, uma área que é apaixonado. "Sempre amei ler sobre o tema, autores como Carl Sagan, por exemplo, e também sempre gostei muito de ficção científica. Eu era muito fã do Philip K Dick na época, e o Thomas Pynchon era um escritor que eu estava descobrindo. Eu achava que a Física era isso, as pessoas ficarem discutindo buracos negros - e é isso também, só que a base dela é a matemática pura", conta. Então, ele começou a reprovar com frequência nas matérias, e percebeu que não iria conseguir concluir o curso. "Eu nunca deixei de ler sobre física, amo até hoje, mas me dei conta que não tinha o conhecimento e a habilidade matemática", diz.
Resolveu, então, fazer algumas aulas do curso de Letras para ver se gostava da graduação. "Também já estava escrevendo o meu primeiro livro, então, fiz algumas disciplinas e me dei super bem. Pedi transferência, em 2006", explica. Foi lá que ele conheceu a professora Rita Lenira Bittencourt, que foi sua orientadora no trabalho de conclusão de curso e também no mestrado. "Eu tinha acabado de chegar na Ufrgs, vinha de Florianópolis e estava procurando um bolsista para minha pesquisa, intitulada A Literatura de Limiar de Enrique Vila-Matas. Quando entrei na sala de aula tinha um rapaz sorridente sentado bem na minha frente. Mais tarde o encontrei no xerox, fazendo cópia para as aulas de espanhol. Aí perguntei se ele estava interessado em trabalhar com pesquisa, pedi que me mandasse o currículo e fiz uma entrevista", explica Rita. A partir de então, Xerxenesky também começou a participar do grupo de pesquisa da professora.
O futuro autor de Uma tristeza infinita começava um percurso na pesquisa acadêmica na área da literatura, em 2012, concluindo a dissertação sobre a obra de Roberto Bolaño e Enrique Vila-Matas. Rita diz que ele sempre foi um leitor curioso, "gostava de textos extensos e que colocassem problemas teórico-ficcionais". Xerxenesky diz que, nessa época, interessava-se também muito por discussões sobre metalinguagem e pós-modernismos. "Lia todos esses autores franceses, como Derrida, Deleuze, toda essa turma muito por causa da professora Rita, mas em algum momento acabei mudando meu interesse e fui mais para a 'turma alemã', com o filósofo Walter Benjamin, que eu sigo até hoje e dou aula sobre", explica. Em 2019, ele concluiu o doutorado na Universidade de São Paulo, com a tese O romance monstruoso: 2666 de Roberto Bolaño.
Formando uma Não Editora
Um dos idealizadores da Não Editora, Xerxenesky lançou por ela seu primeiro romance,
Areia nos Dentes
/RENATO PARADA/DIVULGAÇÃO/JC
Antes dessa caminhada na pesquisa acadêmica em literatura, Xerxenesky já escrevia. Em 2006, ganhou o edital Fumproarte, de Porto Alegre, e lançou o primeiro livro, uma coletânea de contos chamada Entre, que atualmente ele menciona pouco em sua trajetória. "Eu não tinha com quem conversar sobre literatura. É um livro amador e adolescente e que eu... É feio dizer que renego, mas que eu realmente prefiro que não leiam. Mas eu notei com esse processo todo que Porto Alegre precisava de uma editora pequena e com um trabalho gráfico legal", diz. Na época, ele lembra da inspiração que foi a experiência da Livros do Mal, que funcionou entre 2001 e 2004, criada por Daniel Galera, Daniel Pellizzari e Guilherme Pilla.
Paralelamente a isso, Xerxenesky começou a participar do tradicional grupo de escrita da professora Léa Masina, que por muitos anos foi professora do curso de Letras da Ufrgs. "Ali eu conheci boa parte da equipe do que se tornaria a Não Editora. Todo mundo de alguma maneira estava envolvido ou entraria nesse grupo. O Samir Machado, que era designer gráfico, o Rodrigo Rosp, a Lu Thomé, que era assessora de imprensa. Então, em certo momento, a gente se deu conta que todos os talentos para fazer um editora estavam ali."
Samir Machado de Machado lembra desse momento. "Conheci o Antônio lá por 2006, pelo Rodrigo Rosp, quando organizei o primeiro Ficção de Polpa. Eles eram colegas no grupo da professora Léa Masina, e eu ingressei logo depois. Nossa afinidade foi imediata; foi o Antônio quem me convenceu a ler Thomas Pynchon e Ian McEwan pela primeira vez. Tínhamos vários interesses em comum em literatura, cinema e videogames. Ele tinha uma bagagem cultural enciclopédica impressionante aos 23 anos, e ninguém era capaz de odiar ou amar uma obra com tanta intensidade quanto ele", diz. Pela Não Editora, Xerxenesky publicou o romance Areia nos Dentes, que chamou a atenção da mídia especializada de grandes jornais do centro do País. A editora Rocco acabou convidando o autor para um contrato de reedição da obra, com lançamento nacional.
Xerxenesky conta que nessa época começou a fazer um esforço de circulação a fim de conhecer os escritores da cidade. “Fazia convites para tomar café, ia em eventos. Tinha começado a popularizar o Orkut, então, eu estava em grupos de prosa contemporânea. Eu fui da pessoa que não conhecia ninguém no meio para uma que se jogou para conhecer todo mundo”, comenta. Para ele, era muito difícil manter contatos na vida antes das redes sociais. “Tudo parecia inacessível, você ia na Palavraria [famosa livraria que existiu em Porto Alegre, no bairro Bom Fim], e torcia que o escritor que você gostasse estivesse por lá para falar com ele. Agora os escritores aparecem até demais, respondem qualquer mensagem em redes sociais.”
Atualmente, a Não-Editora é um selo da Dublinense. "A Dublinense é uma versão racional da Não Editora. Eles conseguiram organizar de uma maneira que fosse economicamente viável ter uma editora. A Não foi um projeto de jovens animados, mas serviu para um grande aprendizado sobre edição e sobre como funciona uma editora", acredita. Para ele, mais iniciativas e cursos para formação nesse sentido foram se criando com o tempo. "Se as pessoas quiserem abrir uma editora agora, você pode fazer cursos de edição, a profissionalização é maior", pondera.
Escrevendo, descobrindo, editando
Próximo livro de Xerxenesky "é para ser uma volta ao terror", diz autor
/ISABELLE RIEGER/JC
Perguntado sobre a mudança no seu processo de escrita ao longo dos mais de 15 anos de atividade literária, Xerxenesky é enfático ao dizer que a questão está diretamente relacionada a fatores externos à criação em si. "Cada livro meu foi muito (pensado a partir do dilema): como eu vou adequar o meu tempo de escrita ao tempo que eu de fato tenho para ser criativo? E isso, na verdade, é sempre uma reinvenção. É muito diferente fazer um livro quando você mora na casa dos pais, trabalhando de carteira assinada, ou em uma residência artística. Afeta todo o seu planejamento."
O autor relembra uma residência literária em Iowa, nos Estados Unidos, da qual participou ao lado de escritores de vários lugares do mundo. "Eu era o único que tinha um emprego, conheci pessoas que nunca trabalharam na vida. Eu estava conversando com um poeta finlândes, que virou meu amigo, e me explicou que, no país dele, os artistas são pagos pelo Estado, e me perguntou se tinha algo assim no Brasil", conta. Essa residência rendeu o livro As Perguntas (2017), escrito sobre encomenda para a RT Features. Aliás, ele conta que seu próximo livro será uma espécie de sequência para As Perguntas, mas com outros personagens, e mostrando São Paulo nos dias de hoje. "É para ser uma volta ao terror. Agora que ganhei um prêmio, posso voltar a ser um autor esquisito", brinca.
Em 2012, Xerxenesky se mudou para São Paulo para trabalhar no Instituto Moreira Salles, como redator institucional. "Quem chega fica deslumbrado no primeiro ano, mas isso logo acaba. Hoje eu sou capaz de falar mal de São Paulo por horas, mas, no início, você vê que tem sempre o que fazer todas as noites", comenta. As Perguntas tem a capital paulista como cenário. "Ele é bem representativo desse sentimento, de quando você nota que sua vida virou aquilo: chegar atrasado no trabalho, sem tempo para nada, sendo esmagado no ônibus. E a saída, no caso do livro, é a questão do misticismo", diz. Desde novembro de 2020, Xerxenesky edita o selo DBA Literatura, lançando ficção contemporânea mundial.
Nessa função, ele trabalha como editor e também descobrindo nomes que ainda não foram publicados no Brasil. "A ideia é tentar construir um catálogo muito bom, estando atento a novidades, sempre observando o que está escapando pelas frestas das grandes editoras." Para o professor e pesquisador André Araújo, o trabalho de Xerxenesky traz uma contribuição fundamental na pesquisa e publicação de literatura contemporânea. "Revelando esse seu lado fundamental como antena do que acontece, tanto do ponto de vista da atenção a autores promissores ainda não badalados, mas principalmente de tendências poéticas que se avizinham. Prestar atenção ao trabalho de Antônio como editor é ter o privilégio de conhecer aquilo que vem", acredita.
A escritora Julia Dantas lançou seu recente romance, Ela se chama Rodolfo, pela DBA, e Antônio foi seu editor. Para ela, foi marcante a empolgação dele com o processo. "Editar um texto longo é um processo demorado, trabalhoso, às vezes até maçante, e só alguém realmente apaixonado pela literatura fica empolgado com a perspectiva de passar semanas em cima de mais de duzentas páginas de texto e ainda lidando com a autora, os apegos e as dúvidas da autora", afirma. Para ela, o fato de Xerxenesky ser um escritor ajudou. “Quando ele fez apontamentos, foi certeiro. No meu caso, a honestidade e a animação dele foram conquistando toda minha confiança, e ele também confiava nas minhas decisões. Quando ele quis abolir um ‘bem capaz’ da voz de um dos personagens, eu topei; quando eu quis quebrar uma série de regras da norma culta, ele topou. Esse diálogo aberto e afetuoso veio desde a assinatura do contrato e continua até hoje”, conclui.
Amizades para a vida
Xerxenesky (aqui em foto de 2014) foi aperfeiçoando o pano de fundo ético e emocional de suas narrativas, segundo o escritor Daniel Galera
/RENATO PARADA/DIVULGAÇÃO/JC
O tradutor Bruno Mattos e Antônio Xerxenesky são grandes amigos desde 2007, quando se conheceram em um show em Porto Alegre. Acabaram se aproximando devido a vários interesses em comum, sendo a literatura um dos principais. Ainda estudante de Jornalismo, Mattos começou a circular com o pessoal da Não Editora, prestando alguns serviços. "Conversei com o Antônio sobre querer escrever e ele acabou me falando também da possibilidade de ser tradutor. Por não fazer faculdade de Letras, estava receoso, mas ele literalmente me ensinou a traduzir, apontando o que eu tinha feito de certo ou errado em traduções iniciais. Acho que eu tinha jeito, porque até hoje vivo só disso", diz. Desde 2016, os dois mantêm a empresa de tradução Meridiano - Projetos Editoriais.
E a relação entre os dois também passa pela leitura. Mattos acaba sendo sempre um dos primeiros leitores do que Xerxenesky produz, por exemplo. "Alguns eu leio duas ou três versões, anoto várias coisas", diz. Mattos leu Uma Tristeza Infinita e achou muito bom, assim como um amigo em comum dos dois, ambos concordando que Xerxenesky tinha encontrado a sua voz. "E o Antônio dizia que o livro não ia interessar ninguém, porque era um assunto muito específico, sem enredo… E a ideia é engraçada, porque é de longe o livro dele que teve melhor aceitação, que vendeu melhor, que teve melhor recepção de crítica, que ganhou prêmio", pontua.
Xerxenesky foi escolhido também para ser a aparição especial no livro de zumbis Corpos Secos, que Samir Machado escreveu com outros três autores. "Perguntei se ele se importava de ter uma daquelas mortes horríveis típica de histórias de zumbis, e ele respondeu que seria 'um sonho realizado'. E pediu ainda que colocassem ele como um personagem meio canalha, que morresse tentando disputar alguma coisa bem idiota. Na história, ele morre disputando uma caixa de Bis branco, algo que ele mesmo me disse que detesta", conta. Samir aponta a generosidade do amigo. "Quando ele gosta de algo, ele faz o possível para divulgar o trabalho de um autor no meio, fazer acontecer. Eu mesmo devo muito a ele. E o velho sofá do quarto de hóspedes dele devia parar no Museu da Literatura Brasileira, de tanta gente que já se hospedou ali de passagem por São Paulo", revela.
O escritor Daniel Galera conta que, quando conheceu Antônio, ele se dizia inspirado pelos seus primeiros livros. "Para mim, foi marcante descobrir, através dele, que meu trabalho já era referência para escritores novos. Mas logo nossa relação se tornou de amizade e de troca mútua. Com frequência lemos os originais um do outro". Galera observa que, a cada livro, Xerxenesky foi aperfeiçoando o pano de fundo ético e emocional de suas narrativas. "Uma tristeza infinita nos mostra isso. É um livro profundo e envolvente, que revela também o quanto o Antônio conhece sobre história e literatura, uma vez que também é pesquisador. Com esse romance, ele se tornou o que às vezes chamamos de autor completo", analisa.
Livros de Antônio Xerxenesky
Detalhe da capa de 'Uma Tristeza Infinita', de Antônio Xerxenesky
/COMPANHIA DAS LETRAS/DIVULGAÇÃO/JC
Romances
- Areia nos dentes (Não Editora, 2008; Rocco, 2010)
- F (Rocco, 2014; Companhia das Letras, 2021)
- As perguntas (Companhia das Letras, 2017)
- Uma tristeza infinita (Companhia das Letras, 2021)
Contos
- Entre (Fumproarte/SMC e Ed. Movimento 2006)
- A página assombrada por fantasmas (Rocco, 2011)
- A noite descosturada (Mojo Books, 2013)
* Rafael Gloria é jornalista, mestre em Comunicação (Ufrgs) e editor do site Nonada Jornalismo.