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Reportagem Cultural

- Publicada em 04 de Maio de 2023 às 20:27

Roque Jacoby lembra trajetória em livro de memórias e destaca Editora Mercado Aberto

Na sala de estar de casa, Roque Jacoby comenta com a reportagem o seu livro, um 'ajuste de contas com o passado'

Na sala de estar de casa, Roque Jacoby comenta com a reportagem o seu livro, um 'ajuste de contas com o passado'


ANA TERRA FIRMINO/JC
Márcio Pinheiro, especial para o JC
Márcio Pinheiro, especial para o JC
Raro caso de um gestor político que ocupou a Secretaria da Cultura em dois momentos, a da Capital, Porto Alegre, e a do Rio Grande do Sul - o outro exemplo é Luiz Paulo Pilla Vares, nos dois governos de Olívio Dutra -, Roque Jacoby chega aos 75 anos com a intenção de fazer o balanço de uma trajetória de mais de cinco décadas dedicadas ao livro e à Cultura.
Valeu a pena? Valeu. E muito. Tanto valeu que Roque inclusive escolheu como título do seu livro de memórias que lança daqui a três dias a expressão citada anteriormente: "Valeu a Pena". E completou, explicando a época e os motivos que o levaram a escrever a obra Memórias escritas na pandemia.
Semiaposentado - "em termos profissionais pretendo ainda dedicar-me a projetos editoriais e em alguma atividade política, se houver espaços; em termos pessoais me resta, sempre que possível, viajar e pescar pelo mundo com a minha mulher" -, Roque está casado pela segunda vez, agora com Márcia Lang, tão presente no livro quanto em outras etapas da vida dele. Pai de Rafaela, já adulta, Roque explica que sentiu a necessidade de deixar um registro para que sua trajetória fosse melhor conhecida pelas duas netas, Julia e Rebecca. "A minha carreira demonstra todo o carinho e todo o respeito que tenho pelo setor cultural. Em especial, o legado do conteúdo dos livros da Mercado Aberto, que é o que mais me orgulha", define.
Construído em ordem cronológica, com idas e vindas, o livro começa pelo espanto do autor diante da pandemia para, em seguida, rebobinar a memória em busca de recordações da infância, da vida no seminário e das passagens por Passo Fundo e São Paulo. Essa última etapa, então, registraria uma das mais radicais mudanças na vida de Roque, que é quando ele opta por deixar o seminário e buscar uma profissão laica, agora na capital paulista.
"Eram tempos heroicos", lembra ele. "Quando comecei, em 1969, a trabalhar na revisão das traduções dos livros da Editora Herder as provas ainda dependiam da montagem, letra por letra, para formar uma página: o linotipo". Roque segue recordando: "As ilustrações e fotos só poderiam ser usadas após a confecção dos clichês. Depois veio a máquina de escrever da IBM que agilizou o processo".
A partir de meados dos anos 1970, o envolvimento com um novo trabalho, numa nova cidade, seria a primeira etapa para um desafio muito maior que se apresentaria para Roque. Novamente ele seria convidado a mudar de cidade. E a vinda para Porto Alegre, certamente, significaria o envolvimento com um novo estilo de vida, um novo mercado. Um mercado aberto.

 

Abrindo e fechando o mercado

Valeu a Pena é também a oportunidade que Roque tem de fazer um ajuste de contas com o passado - o seu passado. Neste período, a sua maior alegria é também seu maior fantasma: a Editora Mercado Aberto.
Roque Jacoby nasceu em Tangará, no oeste catarinense, em 1948, para onde seus pais, pequenos agricultores no Rio Grande do Sul, haviam se mudado em busca de melhores oportunidades. A família, oriunda da região de Selbach/Ibirubá nem bem havia se estabelecido e foi atingida por uma tragédia: a morte do patriarca num acidente de trabalho. "Entre os quatro irmãos, sou o caçula. Aos nove anos fui estudar no seminário dos Padres Redentoristas em Pinheiro Machado, distrito de Carazinho. Concluí o Clássico em Passo Fundo, em 1966, e segui para Tietê, São Paulo, onde fiz o Noviciado em 1967, e já na metade da Filosofia em São Paulo, deixei o seminário em agosto de 1968, onde iniciei minha vida profissional como balconista de uma livraria e editora alemã. Passei a me encantar com os livros."
Em 1977, já em Porto Alegre e com um nome consolidado no meio editorial gaúcho, Roque resolveu criar uma empresa que permitisse a produção de audiovisuais por uma equipe de criação e o posterior aproveitamento desta equipe para edição de livros. Ou seja, a intenção inicial era desenvolver programas audiovisuais para empresas, uma complementação à linha de produtos já comercializados pela Audipel. Os livros entrariam nas horas vagas.
Em pouco tempo tudo mudaria. Com a decisão de dedicação exclusiva à publicação de livros seria preciso que fosse criado um conselho editorial composto por membros representativos das comunidades acadêmica e cultural do Estado. Os quatro escolhidos por Roque foram os professores Sergius Gonzaga, José Hildebrando Dacanal, Antonio Hohlfeldt e Ligia Averbuck.
"Escolhi o nome da editora, Mercado Aberto, como forma de provocar as outras editoras existentes no Rio Grande do Sul, em especial a Editora Globo, que fora nas décadas de 1940 a 1960 a maior, ou uma das maiores editoras do Brasil, e que não mantinha mais aquele esplendor de outrora, a Sulina, com uma linha editorial difusa e a L&PM, editora com mais vigor, mas que também propiciava pouco espaço aos autores do Sul", explica Roque.
Deu certo. Segundo ele, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter sempre que o encontra elogia a sacada do nome. Roque diz que seus maiores objetivos eram fortalecer o autor gaúcho, dar espaço ao debate acadêmico e tentar abrir o mercado brasileiro para o pensamento aqui vigente. "A Mercado Aberto foi a principal plataforma de lançamento de autores gaúchos nos anos 1980 e 1990. Nomes da literatura gaúcha se firmaram como autores e chegaram ao público graças ao trabalho estruturado pela equipe do Roque junto às escolas. Isso abriu perspectivas para carreiras que teriam dificuldades para progredir não fosse esse impulso", destaca o jornalista Sérgio Lüdtke, gaúcho radicado em São Paulo há mais de uma década e parceiro de Roque quando os dois tiveram no comando da Câmara Rio-Grandense do Livro, com Roque como presidente e Sérgio como secretário.
O primeiro grande sucesso editorial da Mercado Aberto seria já em 1985, com o lançamento de um livro de não ficção: Viva a corrupção - O escândalo BNCC/Centralsul, do jornalista Francisco Oliveira. Foram vendidos, em 60 dias, em torno de 45 mil exemplares nas livrarias da Capital e do Interior.
Na sequência vieram outros best-sellers, como Caminhando na Chuva, de Charles Kiefer. Neste caso, há uma história curiosa: "Kiefer, a meu convite já trabalhava há um ano na Mercado Aberto, apresentou o Caminhando na Chuva e recebeu um solene parecer negativo formalizado por um dos membros do conselho editorial. Felizmente, tive a oportunidade de ler o original, ousei discordar e me contrapus à decisão. Resumindo: Caminhando na Chuva vendeu mais de 200 mil exemplares", conta Roque, destacando que a Mercado Aberto se concentrou na busca de autores e no constante fortalecimento do catálogo "com vários títulos de Luiz Antonio de Assis Brasil, inclusive com a repercussão da trilogia Um Castelo no Pampa, e de Videiras de Cristal, a primeira obra dele na Mercado Aberto, que ganhou edição especial quando do lançamento do filme A Paixão de Jacobina, de Fábio Barreto".
"Assis Brasil pode ser considerado o autor mais representativo da efervescência da literatura gaúcha daquele período e muito prestígio deu ao catálogo da editora. Porém, o maior sucesso editorial foi obtido por José Clemente Pozenato com O Quatrilho, que teve 15 edições e virou filme, também dirigido por Fábio Barreto". Além desses, Tabajara Ruas, Liberato Vieira da Cunha, Hermilo Borba Filho, Carlos Heitor Cony e Aguinaldo Silva contribuíram para a formação de um rico catálogo.
Além da editora, Roque entraria a partir de 1986 na área das livrarias. Inaugurada na Rua Riachuelo, com um conceito inovador para a época, com os livros expostos em gôndolas semelhantes a de um supermercado e com um sistema de compra self-service, a Livraria Mercado Aberto transformou-se num fenômeno imediato, logo disputando espaço com nomes tradicionais, como a Sulina e a Globo.
Porém, o grupo Mercado Aberto perderia o fôlego com novas tecnologias na comunicação e as mudanças de hábitos da população. O desmonte, iniciado em 1995, só foi concluído em 2004 com a venda das duas últimas empresas.
 

Mr. X responde

Editor exerceu também a função de secretário da Cultura na Capital e no RS

Editor exerceu também a função de secretário da Cultura na Capital e no RS


/ANTONIO PAZ/ARQUIVO/JC
Outro ajuste de contas, esse mais direto, específico e pessoal, tem a ver com um tema que Roque até então nunca havia abordado, nem mesmo em conversar mais reservadas: a publicação do livro A Era dos Espertos: Um Romance do Real - A Incrível História de Mr. X e de seu Infortunado Assessor. "Ao rascunhar as minhas memórias, relembrei de um episódio ainda não esclarecido do passado, e a curiosidade aflorou. Afinal, após 23 anos, precisaria conhecer o conteúdo do opúsculo escrito por um ilustre conselheiro que me acompanhara durante 15 anos na editora. Fui à luta", conta Roque no livro.
O autor revela que ao pesquisar o título na internet, teve duas surpresas. A primeira, a existência de uma nova edição da obra. A segunda, ela ter sido reeditada em julho de 2006, em pleno período da campanha eleitoral, quando Roque disputava uma vaga à Assembleia Legislativa. "Seria apenas uma coincidência?", questiona Roque.
Ele lembra que, apesar da demora em responder, ele já sabia do lançamento do livreto desde 1997, quando chegou a "receber um dos 200 exemplares impressos numa gráfica das minhas relações. Mas nunca me interessei em lê-lo".
Agora, quase três décadas depois, Roque admite que leu e conclui, com um questionamento: "Não seria, talvez, o libelo uma forma inteligente para o autor justificar e escamotear o fracasso dos seus sonhos pessoais?".
O autor do livro é José Hildebrando Dacanal, gaúcho de Catuípe, onde nasceu há 80 anos. Jornalista, professor e ensaísta, Dacanal tem um extenso currículo que inclui a formação em letras clássicas e vernáculas e em ciências econômicas e doutor em literatura brasileira pela Ufrgs. Com mais de 30 títulos publicados, na área de teoria literária, história da literatura, linguagem, gramática e sociologia, Dacanal já escreveu sobre temas tão abrangentes quanto Guimarães Rosa, Karl Marx, Jesus Cristo e o PT.
Roque segue: "Li e reli o opúsculo. Uma sofisticada e engendrada aula de economia impregnada de veneno. Mas, gostei. Gostei da lembrança do fictício 'império' do Mister X, gostei do viés macroeconômico do opúsculo e achei deveras curiosa a formulação da Lei Dacanal da Moeda". Mais adiante, Roque acrescenta: "O estilo contundente do autor, sua verve costumeira, seus amplos conhecimentos da história e da literatura mundiais e sua capacidade de análise para prospectar o futuro de olho no passado sempre me encantaram. Desfrutamos de um convívio respeitoso, mas normalmente tenso. Suas radicalizações e críticas ferozes assustavam a todos que o cercavam, contudo jamais comprometeram seu discurso e seu comportamento cristão".
Dando o assunto por encerrado, Roque finaliza: "Mister X nunca se autoproclamou como um ser perfeito, mas ser tratado da maneira como o autor do opúsculo o tratou - uma pessoa esclarecida e conhecedora da conjuntura econômica reinante - mereceria até uma resposta inclemente por meio do ajuizamento de processos indenizatórios por perdas e danos e por calúnia e difamação. Mas o autor pode ficar tranquilo: Mister X sobreviveu a tudo e quer hoje conviver em paz com a mulher, com a filha e com as netinhas".
 

Por uma política cultural

Roque Jacoby recebe Título de Cidadão de Porto Alegre no Legislativo

Roque Jacoby recebe Título de Cidadão de Porto Alegre no Legislativo


/ACERVO PESSOAL ROQUE JACOBY/REPRODUÇÃO/JC
Em paralelo ao crescimento empresarial, Roque sempre teve preocupações com o crescimento do setor em que estava envolvido. Foi integrante do Conselho Estadual de Cultura e da Câmara Riograndense do Livro, onde chegou a presidente, com a responsabilidade de organizar a Feira do Livro de Porto Alegre. "A importância do Roque para a cultura se dá pela renovação que ele impôs à Feira, transformando-a num evento cultural que foi muito além da literatura. A Feira se torna com o Roque um local obrigatório para o porto-alegrense, um motivo de orgulho para a cidade e que contribuiu para a elevação da autoestima dos cidadãos da capital", analisa Sérgio Lüdtke.
Tal envolvimento com sua categoria fez com que a política partidária fosse um caminho natural. Assim, em 1993, ele filiou-se ao PSDB, exercendo várias funções na executiva estadual. "Fui vice-presidente na gestão do Nelson Marchezan (deputado federal, pai do ex-prefeito da Capital), fui candidato a vereador de Porto Alegre em 2000 e em 2006, após ter sido secretário de Estado da Cultura no governo Rigotto, lancei-me, a pedido do partido, candidato a deputado estadual".
Sem sucesso nas duas tentativas eleitorais, Roque, em 2008, deixaria o PSDB para se filiar ao Democratas a convite do deputado Onyx Lorenzoni. Em 2013, seria indicado pelo partido como o secretário da Cultura de Porto Alegre, integrando o primeiro escalão do governo Fortunati. "Trabalhamos os quatro anos de sua gestão. Destaco sua atenção à responsabilidade pública e ao cuidado com o patrimônio, além da implementação de políticas públicas adequadas aos orçamentos", ressalta Jorge André Brittes, que fez parte da equipe de Roque como o responsável pela Coordenação de Música. "Foi um grande prazer ter trabalhado com o Roque. Um homem afável, trabalhador e que sempre buscou soluções. Lembro que, apesar da falta de recursos, fruto da crise econômica de 2015 e 2016, ele nunca se dobrou e sempre com criatividade coordenou a secretaria realizando atividades culturais importantes", acrescenta o ex-prefeito José Fortunati.
 

Vida de editor (e de pescador)

Com Nóia Kern, a Voz do Poste, e Júlio La Porta, Xerife da Feira do Livro

Com Nóia Kern, a Voz do Poste, e Júlio La Porta, Xerife da Feira do Livro


/ACERVO PESSOAL ROQUE JACOBY/REPRODUÇÃO/JC
Roque é pescador. Uma atividade que exige tranquilidade e reflexão, mas que também estimula a audácia, o convívio em grupo, a contação de histórias - e algumas mentiras, "poucas e inofensivas", esclarece. Mas fora desse ambiente, Roque sempre fala a verdade, com preocupações pelo bem comum e com boa memória para recordar algumas histórias:
Uma alegria: "Mario Quintana vivia com dificuldades financeiras num hotel na Rua André da Rocha, onde sua sobrinha Helena dava o suporte. Resolvi ajudá-lo. Combinei com a Helena que pagaria adiantado, mês a mês, os direitos autorais sobre as vendas de 20 mil exemplares de dois títulos então já publicados: Lili Inventa o Mundo e Sapo Amarelo. Graças a Deus, para o Mario e para a Helena deu tudo certo, mas as vendas para a Mercado Aberto só se concretizaram muitos anos depois".
Uma decepção: "Foram os dois livros lançados sobre o Grêmio e o Internacional, escritos pelo Ruy Carlos Ostermann. O investimento foi altíssimo, pois na época, um livro capa dura, em papel couchê e com seleção de cores exigia a confecção de fotolitos caríssimos, algo totalmente inimaginável hoje em dia. Duas belas edições que muito me orgulham, mas quase afundaram a editora. Meu Coração é Vermelho (1999) e Até a Pé nós Iremos (2000), ambos com uma tiragem de 5 mil exemplares, teriam seu custo inicial coberto e equilibrado somente com a venda de toda primeira edição que, imaginávamos, se esgotaria em três meses. Porém, depois de três anos ainda existiam exemplares no estoque. O único consolo que ainda me resta em relação a estas duas publicações é o seu atual preço nos sebos de Porto Alegre. Viraram preciosidades!".
Uma opinião: "Acredito que a Feira do Livro de Porto Alegre contribuiu muito para o surgimento de novas editoras, que atingiram o auge nas décadas de 1980 e 1990. Porém, atualmente, a Feira do Livro necessita, urgente, de mudanças radicais para sobreviver. Confesso que muito tenho refletido sobre esta realidade cruel, sem encontrar as alternativas. Eis aí um desafio que faço a toda sociedade pensante do Rio Grande Do Sul".
 

TRECHO DE 'VALEU A PENA'

“Em 2004, após muitos sobressaltos e cansado pelas dificuldades financeiras, consegui negociar a Editora Mercado Aberto e a Audipel com o próprio advogado que respondia pelas empresas: jovem e brilhante advogado, amante de livros e empreendedor ambicioso. Imaginava eu que em suas mãos a editora prosseguiria com sucesso em sua trajetória.
Infelizmente descobri que errara em meus prognósticos, exatamente no dia da assinatura dos novos contratos sociais. Ao despedir-me dele na sede da editora, com um olhar irônico, perguntou-me à queima-roupa:
– Vem cá, Roque, como tu te sentes agora, mais pobre?
– Como é? – interpelei eu, não acreditando no que ouvira.
– É Roque, como tu te sentes agora, depois de não ter mais nada?
Engoli em seco, perplexo. Jamais imaginaria que ele estivesse pensando isso. Em resposta à sua provocação apenas sacudi a cabeça e esbocei um leve sorriso.
Realmente, eu havia renunciado a tudo. No frigir dos ovos, eu doei a ele as duas empresas, em troca de honorários advocatícios pendentes e pelas contas em aberto nas empresas. Não recebi nenhum centavo na negociação, apenas transferi a ele compromissos de várias ordens, completando, conforme havia planejado, o ciclo de rompimentos com tudo o que havia construído.
Em suma, estava livre para recomeçar nova vida!”

Programe-se

 Livro de Roque Jacoby
 Lançamento e sessão de autógrafos dia 8 de maio, a partir das 18h,
no Chalé da Praça XV
 Editora Besouro Box, 224 páginas, R$ 60,00
 

Assinatura

* Márcio Pinheiro é jornalista e escreveu os livros Esse Tal de Borghettinho e Rato de Redação - Sig e a História do Pasquim.
* Márcio Pinheiro é jornalista e escreveu os livros Esse Tal de Borghettinho e Rato de Redação - Sig e a História do Pasquim.