de Nova York
Participante do painel “As Relações econômicas entre Brasil e os EUA" no evento Lide Brazil Investment Forum, realizado nesta terça-feira (13) no Harvard Club, em Nova York, ao lado de outros seis governadores - Claudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO), Raquel Lyra (PE), Ibaneis Rocha (DF), Renato Casagrande (ES), Jorginho Mello (SC) - e de um vice-governador -, Mateus Simões, de Minas Gerais-, Eduardo Leite, assim como seus colegas, fugiu do tema central do debate e fez uma breve exposição sobre o cenário atual do Rio Grande do Sul e a recuperação após as enchentes de 2024.
“Há um ano, nessa mesma semana do Brasil, eu deveria estar aqui, mas infelizmente não pude estar porque nós vivíamos no Rio Grande do Sul o maior desastre já havido no Estado brasileiro em termos de impacto econômico, número de cidades, de vidas impactadas. E quero inicialmente agradecer toda a mobilização que houve em favor do Rio Grande do Sul. O desastre tem muito mais audiência do que a reconstrução. E, por isso, eu preciso usar os primeiros segundos aqui para destacar que no ano passado nós vivemos, sim, esse desastre, mas no ano passado o Rio Grande do Sul cresceu 3,4%, mais do que o crescimento nacional. E, nesses três primeiros meses do ano, o Rio Grande do Sul é o terceiro maior gerador de empregos do Brasil, mesmo que sejamos a sexta população”, disse.
Na sequência, o governador detalhou que a reconstrução do RS “é real e amparada por um plano de reconstrução”, que é o Plano Rio Grande, e apontou os principais pontos da iniciativa, que trabalha governança, diagnóstico, sistemas de proteção e prevenção aos desastres. “É muito importante eu poder dividir isso com vocês. O Rio Grande do Sul é um estado muito forte”, enfatizou, dando exemplos de instituições de saúde, universidades e parques tecnológicos que destacam o Estado em cada área.
Na mesma linha, apontou empresas norte-americanas que estão no RS, como John Deere, General Motors, Dell, com investimentos relevantes, e valorizou a importância também das indústrias gaúchas de atuação global, como Gerdau, Marcopolo, Randon e Tramontina. Falou ainda das reformas administrativas implementadas em suas gestões no Executivo gaúcho.
“O Rio Grande do Sul é um Estado forte, vibrante, pujante, mas que, infelizmente, ao longo de anos recentes, vivencia e vivenciava um governo frágil. Quando assumi o governo, todos sabem, salários atrasados, sem capacidade de investimentos. Nós implementamos um maior conjunto de reformas entre os estados brasileiros. Uma reforma previdenciária dura, amarga, mas necessária. Foi o único estado que eu já tenho conhecimento que fez a reforma previdenciária igual para civis e militares, pagam a mesma alíquota de contribuição previdenciária. Não tem tratamento diferenciado, porque se trata do dinheiro do contribuinte, que é depois demandado para pagar insuficiência do regime previdenciário.”.
Leite reiterou que a reforma foi “dura, mas necessária”. “E com isso nós conseguimos reduzir o comprometimento da folha de pagamentos brutos sobre a receita corrente líquida de 80% para 60%, e assim ampliar a nossa capacidade de investimentos de 2% sobre a receita corrente líquida para 10% no ano passado.”
O governador também pontuou o programa de privatizações implementado, destacado por ele como “muito robusto”, e reiterou que a primeira privatização de uma companhia de saneamento no Brasil foi da gaúcha Corsan pela Aegea.“Quando eu falo aqui privatização, é vender o ativo completo, levando tudo. O Estado não fica com a captação da água, com o tratamento da água bruta. A gente entregou tudo ao setor privado.”
• LEIA MAIS: "Faremos o dever de casa para que o aumento de cadeiras não acarrete aumento de custos", afirma Hugo Motta
Ele também destacou o programa de concessões. “Também bastante robusto, temos aí já contratados R$ 35 bilhões de investimentos ao longo dos próximos anos e ainda temos um portfólio de concessões até o final deste governo que vai trazer mais R$ 15 bilhões pelo menos em investimentos, então, chegaremos a R$ 50 bilhões só naquilo que é liderado pelo poder público, fora os anúncios de investimentos privados que no ano passado chegaram a R$ 100 bilhões com a CMPC, Aeromot, que vai fabricar aeronaves no Rio Grande do Sul, e uma grande implantação de dados para um parque de data centers. Então, se o Brasil encaminhar segurança e privacidade dos dados, que é uma tarefa que corresponde aqui ao Congresso Nacional e ao governo federal de encaminhar, nós somos capazes de atrair investimentos robustos para que as grandes empresas de tecnologia coloquem esses dados a partir dos nossos data centers”, disse, reforçando a publicação no Diário Oficial da União desta terça a autorização para a disponibilização de energia suficiente para alimentar o parque de data centers gaúcho, de até 5 gigawatts.