Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 23 de Abril de 2024 às 16:29

Gigantes da indústria mostram como dados e meio digital melhoram performance

Principal evento internacional de tecnologia industrial tem se tornado uma plataforma de inovação da indústria

Principal evento internacional de tecnologia industrial tem se tornado uma plataforma de inovação da indústria

RONNY HARTMANN/AFP/JC
Compartilhe:
Guilherme Kolling
Guilherme Kolling Editor-chefe
De Hannover, AlemanhaUm pequeno veículo autônomo ou um braço de robô carregando sozinho caixas ou outros objetos eram atrações em feiras internacionais como a de Hannover há poucos anos. Gradativamente, o principal evento internacional de tecnologia industrial se torna uma plataforma de inovação da indústria, apostando forte no uso de dados, automação, conectividade e ferramentas como a Inteligência Artificial.
De Hannover, Alemanha

Um pequeno veículo autônomo ou um braço de robô carregando sozinho caixas ou outros objetos eram atrações em feiras internacionais como a de Hannover há poucos anos. Gradativamente, o principal evento internacional de tecnologia industrial se torna uma plataforma de inovação da indústria, apostando forte no uso de dados, automação, conectividade e ferramentas como a Inteligência Artificial.
• LEIA TAMBÉM: Em Hannover, presidente da Anfavea diz que investimentos mostram potencial da indústria brasileira

O resultado é que, agora, ao invés de expor apenas o braço de um robô se movendo, algumas empresas mostram simultaneamente um modelo virtual do objeto físico, e tudo pode ser acompanhado in loco pelo visitante, a parte real e a projeção no computador. É o chamado “gêmeo digital”, reprodução exata que pode ser aplicada para uma peça, sistema ou até mesmo uma indústria.

Além de dados em tempo real, o modelo digital pode ser trabalhado para corrigir erros sem parar a operação, isto é, primeiro encontra-se a solução. Depois ela é aplicada, minimizando prejuízos com a parada e também perda de tempo em tentativas e erros.

É possível ainda, com o gêmeo digital, projetar uma expansão de um fábrica ou mesmo fazer novos projetos, substituindo, em alguns casos, os protótipos físicos. Assim, correções e ajustes são realizados ainda antes de tirar do papel uma iniciativa, para colocá-la em prática da forma mais precisa possível, reduzindo perdas de materiais e gastos de energia, por exemplo.

Essas são algumas observações da reportagem, com base em apresentações feitas nos estandes considerados os pontos altos da feira pela organização de Hannover. Engenharia, tecnologia, automação, conexão e inovação andam juntas no trabalho de gigantes da indústria europeia como as alemãs Siemens, Bosch, Wago, Harting, Phoenix Contact e a francesa Schneider Electric, além das big techs norte-americanas representadas por Google Cloud, Amazon Web Services (AWS) e Microsoft, que ganham cada vez mais espaço em Hannover.

Máquinas ajudam operadores a entender problemas pontuais

O uso da Inteligência Artificial chega a um ponto em que as máquinas podem ajudar o operador a saber por que ocorreu um determinado problema. Mais do que isso, por IA, é possível se comunicar. No estande da Siemens, por exemplo, um braço de robô parou de transportar caixas. Pelo sistema, foi questionado por quê? Resposta: porque as caixas não estavam no local determinado, deixa para que o operador pudesse repor o item.
• LEIA TAMBÉM: Organizador confirma Brasil como candidato a parceiro de Hannover em 2026

Outro benefício é predizer o que poderá dar errado se nada for feito para evitar determinada situação. É possível ainda monitorar o consumo de energia de cada equipamento ou setor, em tempo real, ver o ranking das principais razões pelas quais 1% das peças fabricadas não saiu perfeita e ir monitorando em um painel de controle.

Tudo muito preciso, nada aproximado. Determinada peça tem que ser encaixada em um ponto bem específico, não um pouco para cá ou um pouco para lá. Alguns princípios seguem a linha da Indústria 4.0, produção sob demanda sem desperdício, conectividade, automação. Mas agora a ideia é ir além, chegando a zero desperdício.

Aí entra outro eixo da feira, a sustentabilidade. Os modelos digitais ajudam também a definir o melhor desenho possível para uma determinada máquina ou operação. Quanto mais aperfeiçoado, menor a chamada pegada de carbono, isto é, o quanto de gás carbônico emitirá. A meta é emissão zero.

Notícias relacionadas