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Publicada em 17 de Setembro de 2025 às 18:00

RS entra na briga para atrair investimento bilionário de montadora chinesa

Ainda não se sabe ao certo qual é o empreendimento pretendido com a GWM

Ainda não se sabe ao certo qual é o empreendimento pretendido com a GWM

IESA GWM/DIVULGAÇÃO/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
O Rio Grande do Sul está na disputa pela atração do investimento bilionário anunciado pela montadora de carros chinesa GWM ao Brasil. Com sua primeira fábrica no País inaugurada no mês de agosto na cidade de Iracemápolis, no interior de São Paulo, que contou com um aporte de R$ 4 bilhões, a gigante asiática tem buscado outros estados brasileiros para desembolsar os outros R$ 6 bilhões que planeja aportar no Brasil. Os valores deverão ser aplicados em um período de 10 anos.
O Rio Grande do Sul está na disputa pela atração do investimento bilionário anunciado pela montadora de carros chinesa GWM ao Brasil. Com sua primeira fábrica no País inaugurada no mês de agosto na cidade de Iracemápolis, no interior de São Paulo, que contou com um aporte de R$ 4 bilhões, a gigante asiática tem buscado outros estados brasileiros para desembolsar os outros R$ 6 bilhões que planeja aportar no Brasil. Os valores deverão ser aplicados em um período de 10 anos.
Com esse objetivo, uma comitiva da GWM esteve visitando a cidade de Rio Grande, na Região Sul entre julho e agosto. O principal atrativo local seria o porto no município. Em entrevista concedida à Rádio Pelotense no final de agosto, a prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira, afirmou que, após estarem na cidade, os executivos da montadora solicitaram algumas informações que já foram encaminhadas. Desde então, a prefeitura, que tem tratado o tema com sigilo, não trouxe atualizações ao público nem atendeu ao pedido de entrevista da reportagem.
Ainda não se sabe ao certo qual é o empreendimento pretendido com a GWM. Enquanto especula-se a possibilidade da abertura de uma segunda montadora no Brasil, há, ainda, a chance de que o valor envolva um laboratório de pesquisas, que podem ser voltadas ao hidrogênio — um dos combustíveis utilizados pelos motores produzidos pela montadora.
Afinal, o desejo de montar um centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em solo brasileiro teria sido manifestado pelo presidente internacional da GWM, Parker Shi, ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao País em novembro de 2024. "Ele ressaltou o aporte tecnológico significativo previsto e a intenção de criar um centro de pesquisa e desenvolvimento do grupo no Brasil", afirmou, segundo texto divulgado pela assessoria de comunicação do Planalto à época.

Governo gaúcho visitou GWM na China

Comitiva gaúcha visitou a montadora na China e discutiu investimentos em mobilidade elétrica e sustentabilidade | Maurício Tonetto/Secom/Divulgação/JC
Comitiva gaúcha visitou a montadora na China e discutiu investimentos em mobilidade elétrica e sustentabilidade Maurício Tonetto/Secom/Divulgação/JC
Na véspera do encontro de Parker com Lula no ano passado, uma comitiva gaúcha liderada pelo governador Eduardo Leite, que estava em missão à Ásia, visitou a sede da FTXT, subsidiária da GWM focada tecnologias de energia limpa, com foco no avanço de células de combustível de hidrogênio (fora da China a empresa adota a marca GWM Hydrogen).
"Foi uma conversa muito positiva, especialmente porque dentro desse nosso propósito de fortalecer o Rio Grande do Sul para a produção de hidrogênio, podemos conseguir avançar em uma parceria que envolva desenvolvermos um laboratório de inovação ligado ao hidrogênio, produtos relacionados à cadeia do hidrogênio", explicou Leite após o encontro, em entrevista aos jornalistas que acompanharam a missão à Ásia.
À época, o diretor de Assuntos Institucionais da GWM no Brasil, Ricardo Bastos, também afirmou, em nota, que a empresa estaria entusiasmada em compartilhar avanços relacionados ao hidrogênio com o governo gaúcho.
Desde então, o investimento em hidrogênio verde tem sido uma pauta recorrente ao governo estadual. Em junho deste ano, inclusive, o Piratini lançou o Edital de Chamada Pública do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul, que prevê R$ 102,4 milhões a serem repartidos entre propostas de até R$ 30 milhões cada. Ao todo, foram 18 empresas habilitadas, sendo que 12 seguiram à segunda etapa e aguardam o resultado final da seleção.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) também anunciou que pretende lançar até o final do ano um laboratório de tecnologias de hidrogênio. A iniciativa está sendo articulada entre o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da instituição de ensino e a Petronas Brasil.
Apesar do investimento no combustível, o Rio Grande do Sul precisará disputar o interesse da montadora com outros estados que são fortes na concessão de incentivos fiscais. Entre eles, Santa Catarina e Espírito Santo. Também abastecida com um porto, a Bahia está na jogada.

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