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Publicada em 07 de Agosto de 2025 às 16:08

Sobe para 12 o número de empresas habilitadas em edital de hidrogênio verde do governo gaúcho

Combustível pode ser gerado a partir de fontes de energia como a solar e a eólica.

Combustível pode ser gerado a partir de fontes de energia como a solar e a eólica.

freepik/divulgação/jc
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O Governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Casa Civil, divulgou nesta quinta-feira (7) o resultado final da segunda etapa do Edital de Chamada Pública do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul. Conforme nota da Sema, das 16 propostas recebidas, 12 estão habilitadas para seguir para a próxima fase do processo.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Casa Civil, divulgou nesta quinta-feira (7) o resultado final da segunda etapa do Edital de Chamada Pública do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul. Conforme nota da Sema, das 16 propostas recebidas, 12 estão habilitadas para seguir para a próxima fase do processo.
Além dos quatro projetos que já haviam sido aprovados — Tramontina, Refinaria de Petróleo Riograndense, Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis e Âmbar Sul Energia —, outras oito empresas foram consideradas aptas após a análise dos recursos: BE8 S.A, Leal Consultoria e Inovações, Sandero Indústria e Comércio de Produtos Químicos, RenoBrax Campanha Energia Renováveis, Infravix Engenharia, Verdhe Engenharia do Hidrogênio, Rodoplast Indústria, Comércio de Componentes Plásticos, e RD Locações.
As próximas etapas previstas no edital serão as análises técnicas e de capacidade econômico-financeira das contrapartidas, a serem realizadas pelo Comitê Técnico Especializado e pelo Badesul, respectivamente. O investimento total previsto pelo edital é de R$ 102,4 milhões, sendo uma subvenção por projeto de, no máximo, até R$ 30 milhões. O hidrogênio verde é um combustível que pode ser obtido através das fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica.
O objetivo do edital é impulsionar a cadeia produtiva do hidrogênio verde no Rio Grande do Sul, viabilizando a produção, transmissão, armazenagem e uso desse combustível sustentável, tanto para o consumo interno quanto para mercados externos. A iniciativa também busca contribuir com a transição para uma economia de baixo carbono, posicionando o Estado como referência nacional no setor.
Conheça as novas propostas aprovadas pelo Comitê Técnico Especializado após recurso:
Be8 S.A
O projeto piloto da Be8 Energy, em Passo Fundo, propõe a instalação de um posto de abastecimento de hidrogênio verde para caminhões extrapesados com motores adaptados, utilizando H₂ produzido a partir de etanol. Com investimento estimado em R$ 38,7 milhões, a iniciativa busca avaliar a viabilidade técnica, operacional e econômica do uso do H₂V no transporte rodoviário pesado, contribuindo para a descarbonização do setor e posicionando o Rio Grande do Sul como referência nacional na transição energética.
Leal Consultoria e Inovações
O projeto "Hidrogênio Verde Tecnologia Gold", da Leal Consultoria, propõe a instalação de uma planta industrial em Coqueiro Baixo para produzir hidrogênio verde com tecnologia própria, que utiliza um reator molecular e fórmula química orgânica, operando com baixo consumo de energia e de forma contínua, independente do clima. A iniciativa busca descarbonizar setores como a metalurgia, podendo usar diversas fontes hídricas, inclusive água do mar, e promete reduzir em até 99% as emissões de CO₂.
Sandero Indústria e Comércio de Produtos Químicos
O projeto propõe a implantação de um processo industrial inovador e totalmente ecológico para refino de parafina por hidrogenação catalítica, utilizando hidrogênio verde gerado por energia solar. A tecnologia eliminará solventes, reduzirá em até 90% as emissões de carbono e permitirá a coprodução de oxigênio de alta pureza para uso medicinal e industrial, beneficiando especialmente o sistema de saúde de Erechim.
RenoBrax Campanha Energia Renováveis
O projeto "Planta de Amônia Estrela Verde", prevê a construção e operação de uma planta para produção de amônia verde a partir de hidrogênio gerado por eletrólise de água de poço com energia renovável e nitrogênio captado do ar. Destinada aos setores de fertilizantes e indústria química, a iniciativa busca descarbonizar a produção de amônia e promover soluções agrícolas sustentáveis, com benefícios ambientais, tecnológicos, econômicos e sociais, incluindo a geração de empregos qualificados.
Infravix Engenharia
O projeto "Ureia Verde Rio Grande", propõe a criação do primeiro complexo industrial do Brasil para produção de ureia granular de baixo carbono, utilizando hidrogênio verde e CO₂ capturado de biomassa renovável. Localizado em Rio Grande, o projeto visa substituir a ureia importada por um fertilizante sustentável, promovendo a descarbonização do agronegócio, a autonomia em insumos agrícolas e o desenvolvimento regional. A iniciativa representa um marco tecnológico na transição energética e na segurança alimentar do Brasil e da América Latina.
Verdhe Engenharia do Hidrogênio
O projeto propõe a instalação de uma planta piloto em Erechim para produzir hidrogênio verde por eletrólise da água com energia solar, aplicando-o na hidrogenação de parafina slack wax em substituição a métodos poluentes. O oxigênio gerado será comercializado para uso medicinal e industrial, promovendo inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico local.
Rodoplast Indústria e Comércio de Componentes Plásticos
O projeto prevê a implantação de uma planta-piloto de hidrogênio verde em São Sepé, utilizando energia solar para eletrólise da água e integrando a gestão de resíduos sólidos urbanos como fonte complementar de energia e calor. A iniciativa visa reduzir o passivo ambiental, promover a descarbonização e testar aplicações do hidrogênio em mobilidade sustentável e processos industriais, aliando inovação, economia circular e desenvolvimento regional.
RD Locações
O projeto "H2Mob-RS", da RD Locações em parceria com a Protium Dynamics, Marcopolo e Empresa Sete de Setembro, propõe uma solução completa de mobilidade sustentável com hidrogênio verde no Rio Grande do Sul. A iniciativa abrange a produção local de H₂V a partir de fontes renováveis, a operação de ônibus com células a combustível para transporte urbano e a comercialização do oxigênio gerado, visando descarbonizar o transporte pesado e impulsionar a economia do hidrogênio no Estado.
Propostas que já tinham sido aprovadas anteriormente:
Tramontina
O projeto Hidrogênio Verde Tramontina propõe a implantação de uma planta de produção de hidrogênio verde por eletrólise da água, utilizando energia renovável certificada, na unidade Cutelaria, em Carlos Barbosa. Com capacidade inicial de 1,25 MW, a planta poderá produzir até 462 quilos de hidrogênio de alta pureza por dia.
O hidrogênio será utilizado para converter a frota de empilhadeiras e veículos industriais internos da empresa para células a combustível, eliminando emissões de carbono no transporte. Também será destinado à alimentação de fornos industriais atualmente movidos a hidrogênio cinza. A expectativa é de uma redução anual de 99,89 toneladas de CO₂ equivalente. O projeto reforça o compromisso da empresa com a autonomia energética e com a agenda de descarbonização no Estado.
Refinaria de Petróleo Riograndense
O projeto Biorrefinaria Riograndense – Geração de Hidrogênio Renovável para Utilização como Insumo na Produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) será implantado em Rio Grande e prevê a criação de um complexo integrado, com uma unidade HEFA para a conversão de matérias-primas lipídicas em SAF e Diesel Renovável (RD), além de uma unidade de produção de hidrogênio renovável (HPU).
O diferencial do projeto está na autossuficiência em hidrogênio, com o reaproveitamento de subprodutos da própria HEFA como insumo para a produção, reduzindo a intensidade de carbono e eliminando a dependência de fontes fósseis externas. A iniciativa posiciona a refinaria como referência nacional em descarbonização no setor de combustíveis.
Begreen
Localizado em Passo Fundo, o projeto da Begreen propõe a produção integrada de hidrogênio verde (H₂V), amônia verde e um fertilizante nitrogenado de baixa emissão de carbono, a partir de eletrólise da água com energia renovável e nitrogênio capturado da atmosfera.
Inicialmente, o hidróxido de amônio verde será comercializado como insumo para fertilizantes no Rio Grande do Sul. Em uma segunda fase, a empresa pretende desenvolver e lançar seu próprio fertilizante sustentável, direcionado a produtores locais. O projeto tem como metas reduzir a dependência de fertilizantes importados, fortalecer a cadeia agrícola regional, fomentar a inovação e gerar empregos verdes, com apoio da Universidade de Passo Fundo (UPF).
Âmbar Sul Energia
A proposta da Ambar Sul prevê a implantação de uma planta industrial em Candiota para a produção de hidrogênio verde a partir de energia solar fotovoltaica, com armazenamento em hidretos metálicos. O hidrogênio será utilizado em processos industriais e como vetor energético limpo, promovendo descarbonização, inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável na região.
O projeto visa substituir o hidrogênio cinza por hidrogênio verde no processo de arrefecimento industrial da Usina Termelétrica Candiota 3, por meio de eletrólise da água, alimentada por uma planta solar já existente e um sistema de armazenamento de energia. A iniciativa é uma colaboração entre Âmbar Sul Energia, Arpoador Energia e H2D Energy, e tem como principal objetivo reduzir as emissões de carbono nas operações da usina — com estimativa de corte de 49.136 kg de CO₂ por ano.

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