O investimento em turismo é um tema enfatizado pelos setores público e privado recentemente. O destaque para o potencial da Serra e para o viés corporativo que Porto Alegre tem como feiras, congressos e eventos puxam a fila de atrativos apontados por autoridades do setor. Foi assim no Encontro Vai Turismo, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na sede da Fecomércio-RS, nesta segunda-feira (17).
O presidente do Sistema Fecomércio- RS, Luiz Carlos Bohn, também frisa as regiões da Campanha e das Missões como turismos consolidados para imersão cultural e religiosa, respectivamente. “Temos que reforçar que este é um grande trade que traz recursos, não polui e gera negócios. Penso que devemos fazer muita força nesse sentido para trazer mais turismo para o Rio Grande do Sul”, frisa.
Bohn diz que uma das principais virtudes gaúchas para atrair o público é a segurança, sem homicídios por brigas de facções, o que pode espantar os visitantes. Mas entende que é preciso aumentar a renda das pessoas, já que não há turismo sem o consumo. “Por isso tentamos sempre impulsionar o empreendedorismo”, completa o presidente.
Luiz Carlos Bohn (e) e Alexandre Sampaio (d) prezam pelo aumento da renda no País para impulsionar o setor
TÂNIA MEINERZ/JC
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação e membro do Conselho Nacional de Turismo, Alexandre Sampaio, segue o raciocínio de Bohn e espera que 2026 seja um ano de avanços em medidas para discutir o turismo como força alavancadora para desenvolvimento econômico e criação de empregos.
Mas também reconhece que os salários oferecidos pelo setor não são o ideal e entende que uma das saídas para aumentar a atratividade em meio a crise de mão de obra é flexibilizar a escala 7x1. Afirma que os pagamentos ocorrem dentro do limite financeiro das operações e são acordados com os sindicatos, e que a dificuldade está em competir com setores como a construção civil e o comércio, por exemplo, com valores melhores.
Para isso, ressalta a importância de trazer os parlamentares para a discussão, ainda mais em um ano de eleição como será o próximo. Outro ponto importante a ser debatido é a reforma tributária, que atende muito mais as indústrias do que o setor de comércio e serviços, conforme Sampaio. “Mas as perspectivas são muito boas, estamos crescendo tanto a nível internacional quanto nacional”, projeta, com otimismo, o próximo ano, apesar das eleições e da Copa do Mundo na América do Norte, que “rouba” turistas do Brasil.
Encontro Vai Turismo teve apresentações da cultura gaúcha na Fecomércio
TÂNIA MEINERZ/JC
Já a analista de turismo da CNC, Vanessa Paganelli, mostra as diferenças entre a indústria e a economia do turismo. A primeira tem 21 atividades diretas ao setor, como agências, hotéis e companhias aéreas. Já a segunda, tem 191 compartilhadas, como bares, restaurantes e táxis; 142 indiretas, como a agricultura familiar e serviços terceirizados; 217 aquecidas, que ganham força a partir de um aumento na circulação de capital, como a indústria têxtil e da construção civil. Ao todo, são 571 atividades relacionadas ao turismo, aponta Vanessa.
O evento na Fecomércio contou com a presença de autoridades municipais e estaduais do turismo, responsáveis pelo fomento do setor. Também esteve presente o empresariado do setor privado, que ressalta a importância do desenvolvimento econômico com aumento de renda e, por consequência, do turismo.