A restauração total do terminal portuário de Estrela, danificado pela catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul no ano passado, deverá demorar mais um ano para ocorrer, calcula o secretário do Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade do município, Rafael Mallmann. No entanto, ele informa que a partir de outubro o complexo situado na beira do Rio Taquari voltará a operar principalmente com embarcações que movimentam areia.
“A expectativa, nessa retomada, é de atuar semanalmente com dois barcos. Antes era praticamente diária a movimentação”, diz Mallmann. A areia é utilizada pela indústria da construção civil da região e hoje está chegando ao Vale do Taquari por rodovias. O secretário detalha que os silos verticais do empreendimento já foram recuperados, porém admite que ainda há muito da estrutura portuária a ser reconstruída. “Estamos trabalhando agora para a recuperação de dois silos horizontais, além do pavilhão de carga geral, que foi completamente levado pelas águas”, salienta o dirigente.
De acordo com o secretário, os trabalhos estão sendo custeados com recursos da prefeitura e da empresa Nutritec (que opera no local com a movimentação de grãos). Sobre essa operação, Mallmann comenta que a companhia está fazendo a logística dos grãos por meio terrestre, sem utilizar por enquanto o modal aquaviário. Ele acrescenta que o equipamento que fazia o carregamento de cereais das embarcações foi destruído com a enchente. O secretário estima que será necessário investir em torno de R$ 12 milhões para recuperar plenamente o terminal.
Mallmann considera que, futuramente, a hidrovia do Mercosul (que ligará o Rio Grande do Sul ao Uruguai) sendo concretizada poderá favorecer o aumento da movimentação de cargas no porto estrelense, que ficará no extremo dessa ligação aquaviária. No entanto, ele ressalta que, antes desse cenário se tornar uma realidade, será preciso fazer a dragagem do restante das vias fluviais gaúchas, assoreadas pelas enchentes ocorridas em 2024. Outra medida que pode beneficiar o modal logístico, apontada pelo secretário, é aumentar o calado do Rio Taquari, que hoje é de cerca de 2,5 metros.