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Publicada em 04 de Agosto de 2025 às 14:50

'Poupar como um pessimista e investir como um otimista', as lições de Morgan Housel em evento da XP

Escritor (e) com mais de 9 milhões de cópias de livros vendidos esteve presente na XP Expert deste ano

Escritor (e) com mais de 9 milhões de cópias de livros vendidos esteve presente na XP Expert deste ano

PAULO BARETA/XP EXPERT/DIVULGAÇÃO/XP
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Nícolas Pasinato
Nícolas Pasinato
De São Paulo 
De São Paulo 
Morgan Housel, o autor do best-seller “A psicologia financeira: lições atemporais sobre fortuna, ganância e felicidade”, foi um dos participantes mais aguardados da Expert XP deste ano. No último dia 26, em São Paulo (SP), o escritor explorou temas como resiliência, tempo, risco e o impacto das emoções nas decisões financeiras. A conversa com o escritor contou com a mediação de Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP. 
Perguntado sobre como as pessoas poderiam lidar com a volatilidade inerente ao mundo financeiro, ele falou sobre a importância da coexistência de otimismo e pessimismo na personalidade de um investidor.
“Sempre economizei meu dinheiro como um pessimista e investi como um otimista. Poupo com a ideia de que o mundo é frágil e perigoso, mas invisto pensando que, se conseguir suportar tudo isso, os retornos poderão ser fenomenais”, explicou, acrescentando que avalia ser problemático quando o investidor adota uma postura apenas otimista ou somente pessimista. 
Outras características que podem ser arriscadas para os investidores, segundo o escritor, são a superconfiança e a impaciência. A primeira é problemática quando alguém acredita que pode prever o futuro; no entanto, segundo ele, “ninguém é bom o suficiente para isso”. A segunda, por sua vez, pode fazer com que o investidor deixe de olhar para os aportes de longo prazo.

Ainda sobre o hábito de poupar dinheiro, Housel analisa que um obstáculo comum, que faz com que muitos tenham dificuldade de economizar, é a ideia de que, ao fazê-lo, a pessoa está adiando algum tipo de satisfação ou prazer. Para ele, esse comportamento se tornaria mais fácil se fosse associado com o ganho de independência que se adquire ao praticá-lo.
"Quando poupo meu dinheiro, não vejo que estou postergando uma satisfação. Quando faço isso, sinto prazer imediatamente, porque me sinto mais independente e preparado no momento presente para enfrentar desafios que possam surgir", relaciona.
Quanto o assunto "risco" veio à tona no painel, o autor introduziu o assunto trazendo o seu conceito sobre essa questão. "Para mim, a definição de risco significa que há coisas fora do seu controle que podem acontecer na sua vida e que terão importante impacto sobre suas finanças", definiu.
Nesse sentido, Housel observa que, nessas horas, é preciso verificar o que é repetível, ou seja, quais ações é possível adotar sobre o seu dinheiro que são calculáveis. O mesmo, segundo ele, é possível fazer com alguém que você admira.
"Se olhar para Warren Buffet (considerado o mais bem-sucedido investidor da história), talvez se possa aprender ou reproduzir sua paciência e horizonte temporal , mas não é possível emular o contexto que ele nasceu, as oportunidades que teve e as pessoas com quem ele aprendeu", exemplificou. 

Pense no que você pode se arrepender, aconselha Housel

Outro exercício que ele sugere utilizar relacionado ao risco e à finanças é pensar no que se pode se arrepender no futuro. Esse seu insight surgiu ao ler o livro "30 Lições para Viver - Conselhos Verdadeiros e Testados dos Americanos Mais Sábios", do médico gerontologista Karl Pillemer.
A obra conta com uma coletânea de sabedorias dos "americanos mais sábios", na faixa etária de 80 anos ou mais, sobre seus próprios caminhos em diferentes ramos da vida.
Em um trecho, que aborda as lições referentes à carreira e vida financeira, nenhum dos entrevistados relata, ao examinar o retrovisor de sua trajetória, que deveria ter feito mais dinheiro ou trabalhando mais duro.
Por outro lado, a maioria afirmou sentir não ter passado mais tempo com a família, filhos e amigos.
"A lição diante disso é: pare de tentar fazer mais dinheiro. Use o dinheiro como uma ferramenta para ter uma vida melhor e estar perto de quem ama, sem se preocupar com o que outras pessoas ganham", provoca.

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