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Publicada em 22 de Julho de 2025 às 17:37

Projeto bilionário da Soli3 pode aliviar armazenagem de soja, diz presidente da Cotrijal

Presidente da Cotrijal, Nei Manica, apresentou projeto de usina de beneficiamento de grãos em evento promovido pela Fiergs nesta terça-feira

Presidente da Cotrijal, Nei Manica, apresentou projeto de usina de beneficiamento de grãos em evento promovido pela Fiergs nesta terça-feira

Tânia Meinerz/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
Três cooperativas agrícolas gaúchas se reuniram para a criação da Soli3, uma usina de extração de óleo de soja em Cruz Alta, que receberá um investimento de R$ 1,25 bilhão. O empreendimento foi apresentado pelo presidente da Cotrijal, Nei Manica, durante o almoço-palestra Indx, promovido pela Federação da Indústria do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta terça-feira (22). Para ele, essa é uma possível solução para o problema de armazenagem de soja no Estado.
Três cooperativas agrícolas gaúchas se reuniram para a criação da Soli3, uma usina de extração de óleo de soja em Cruz Alta, que receberá um investimento de R$ 1,25 bilhão. O empreendimento foi apresentado pelo presidente da Cotrijal, Nei Manica, durante o almoço-palestra Indx, promovido pela Federação da Indústria do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta terça-feira (22). Para ele, essa é uma possível solução para o problema de armazenagem de soja no Estado.
“A armazenagem é um problema muito sério, mesmo com frustrações nos últimos cinco anos, você tem dificuldade na armazenagem. A transformação em agregação de valor com a soja vai com certeza diminuir a necessidade disso, porque você, em vez de armazenar, vai transformar os grãos em farelo, em óleo e jogar no mercado. Isso vai nos ajudar em parte, não vai resolver, mas vai nos ajudar muito”, avaliou Manica em entrevista à reportagem.
O problema, aliás, impacta os produtores no longo prazo. “A armazenagem é um valor estático que você coloca e ele leva 30, 40 anos para pagar o investimento. Aí o mercado está ruim e o produtor não vende. Consequentemente, tem que cada vez mais aumentar a capacidade de armazenagem, que é um ônus pesado, que é um custo pesado. Então, a indústria vai tirar esse volume de commodities do mercado para transformar em proteína e agregar valor em todas as cadeias”, acrescenta o líder cooperativista.
A iniciativa, chefiada ainda pelas cooperativas Cotrisal, de Sarandi, e Cotripal, de Panambi, iniciará as obras em breve e promete o beneficiamento da soja, hoje exportada principalmente como commodity, em grãos. “Vamos começar a construção em janeiro de 2026 para que em dois anos esteja concluída para fazer a transformação dos commodities em biodiesel e em farelo de soja. Realmente, é um grande investimento que acreditamos que vai trazer um bom desenvolvimento para o Estado”, pontua Manica.
O planejamento é de que a Soli3 possa processar até 1 milhão de toneladas de soja por ano, o equivalente a cerca de 16,5 milhões de sacas. Com isso, é estimado um faturamento anual de R$ 2,2 bilhões. Hoje, o Estado conta com indústrias de transformação da soja especialmente na Região Norte, voltadas principalmente à produção de farelo de soja para e de biodiesel.
Ações como a da Soli3, defende Manica, podem beneficiar o Estado de outras maneiras. Além da arrecadação e da mitigação dos problemas de armazenagem, ele acredita que a verticalização da produção de grãos pode diminuir imbróglios logísticos, recorrentemente citados como entraves para o desenvolvimento de diferentes regiões gaúchas.
“É um volume de soja que não vai mais trafegar nas rodovias do Estado, com o custo de logística e o problema das estradas que temos uma deficiência muito grande”, avalia o executivo. O farelo de soja produzido pela Soli3, por exemplo, será escoado pela linha férrea, sendo 60% destinado à exportação e 40% para consumo interno.
A escolha por Cruz Alta para sediar o empreendimento e não por Carazinho, que pleiteou a instalação da planta, aliás, se deu justamente pela presença de linha férrea para uma melhor logística. Manica, todavia, espera que projetos para a construção e recuperação de ferrovias no Estado avancem, sanando o problema estrutural de escoamento das produções.

Parque da Expodireto será ampliado

À frente da Expodireto Cotrijal, Manica também comentou na ocasião sobre o projeto de ampliação do parque de exposições utilizado anualmente para a realização do evento. Localizado entre os municípios de Não-Me-Toque e Victor Graeff, o espaço aguarda as obras de reposicionamento da ERS-142, cuja ordem de início foi dada na segunda-feira (21), para receber a intervenção.
“Está sendo feito um novo trajeto de asfalto para unificar o parque e viabilizar mais empresas para a mostra. Não sei se vamos conseguir ampliar o espaço para 2026, por conta do período das obras, mas vai ser uma ampliação muito significativa para o parte e muito importante para a Expodireto”, celebrou Manica à reportagem.

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