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Publicada em 24 de Junho de 2025 às 22:03

Para Paulo Guedes, estados brasileiros precisam atrair capital estrangeiro

Ex-ministro da Economia, Paulo Guedes palestrou no evento Mentes Brilhantes nesta terça-feira

Ex-ministro da Economia, Paulo Guedes palestrou no evento Mentes Brilhantes nesta terça-feira

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
O ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que chefiou a pasta durante o governo de Jair Bolsonaro, palestrou nesta terça-feira (24) no evento Mentes Brilhantes, realizado no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre. Na ocasião, analisou a economia brasileira e sua inserção no mercado global, pontuando também questões geopolíticas do passado e do presente.
O ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que chefiou a pasta durante o governo de Jair Bolsonaro, palestrou nesta terça-feira (24) no evento Mentes Brilhantes, realizado no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre. Na ocasião, analisou a economia brasileira e sua inserção no mercado global, pontuando também questões geopolíticas do passado e do presente.
O economista também sugeriu caminhos para o desenvolvimento econômico do País. Por um lado, criticou a alta carga tributária do Brasil: “O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é destrutivo, é um imposto contra a indústria", exemplificou. Por outro, defendeu que os estados se abram para o mercado global, atraindo capital estrangeiro.
A solução para isso, propõe, seria pela criação de espécies de zonas francas em cada unidade federativa, descentralizando a produção da Zona Franca de Manaus. “É mais Brasil e menos Brasília, nós sabemos que a riqueza está espalhada pelo País”, defendeu.
O exemplo trazido pelo economista foi da China, considerada por ele o país mais capitalista do mundo no aspecto econômico. “Ao invés de fazer como no Brasil, em que fizemos uma zona franca na selva e levamos todo mundo para lá, eles fizeram zonas de exportação, levaram todo mundo para a costa”, apontou.
Além disso, ele defendeu que o Brasil aposte mais em uma verticalização da sua produção primária, fruto da agropecuária. Assim, apontou, locais que produzem soja, por exemplo, poderão produzir seu próprio óleo, sem precisar importar de outros lugares. “O Brasil vai se reindustrializar com bases novas em cima do agronegócio”, projetou.
O ex-ministro também realizou críticas à atual política econômica do Brasil, comandada pelo ministro Fernando Haddad, que não foi citado nominalmente. Entre os entraves citados por Guedes, estão os altos gastos governamentais, que levam à adoção de outras medidas para custeá-los, como a emissão de mais moeda, a contração de dívidas e o aumento de impostos.
Analisando o cenário internacional, considerou que o País, que, de acordo com ele, se manteve estável durante crises mundiais recentes, está voltando a ter problemas econômicos. “Antes, era como se todos estivessem em um baile funk de madrugada e a polícia batesse na porta. Mas nós estávamos na reabilitação. Agora, nós entramos na festa”, falou, recebendo risos e aplausos do público. 
O economista, ainda, apostou que o mundo está vivendo uma ascensão dos partidos posicionados ao centro e à direita do espectro político. Embora seja um liberal-democrata, ele alegou que deverá haver uma união entre conservadores e liberais nos próximos anos no que chamou de uma “tsunami da direita” que “ganhou e vai continuar ganhando” em diferentes países.
“O Ocidente apertou o botão da sobrevivência. Os conservadores estão no banco da frente. Os liberais, no banco de trás. E os socialistas ficaram jogados do lado de fora”, metaforizou.
Guedes foi homenageado pelo Mentes Brilhantes ao final da palestra, recebendo um reconhecimento do CEO do evento, Márcio Oliveira, de quem recebeu elogios. “Cada minuto lá (no Ministério da Economia) valeu a pena, mesmo levando pancadaria, porque estamos aí”, celebrou o economista ao receber a honraria.

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