A primeira loja da bandeira Nacional a virar Nicolini, tradicional marca varejista da Metade Sul do Rio Grande do Sul, será a da esquina entre a rua Félix da Cunha e a avenida Tupi Silveira, em Bagé. Patrique Nicolini Manfroi, presidente da rede, afirma, ainda, que a negociação para adquirir 11 unidades, até então sob administração do Carrefour, representará um incremento no faturamento, que deve passar dos R$ 805 milhões de 2024 para R$ 1,3 bilhão.
Caso o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não apresente nenhuma oposição no prazo de 15 dias, a Nicolini, que hoje soma 17 pontos de venda, assumirá as operações nas cidades de Bagé, Dom Pedrito, Pelotas, Rosário do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, São Borja, Alegrete, Camaquã e Santa Cruz. Elas ganharão identidade visual da Nicolini ou do Atacadaço.
“Fizemos em dezembro uma negociação com o grupo Carrefour tratando de 11 lojas. Isso estava no Cade até agora. Segunda-feira passada saiu a divulgação da autorização sem ressalvas, mas a gente aguarda ainda 15 dias se algum conselheiro do Cade tiver alguma oposição”, detalha Manfroi.

Patrique Manfroi participou do Mapa Econômico do RS, em Bagé, na quinta passada
EVANDRO OLIVEIRA/JC
Além do varejo, a Nicolini tem um centro de distribuição em Bagé de perecíveis e não perecíveis, uma central de produção de padaria e outra de hortifrúti. “Estamos trabalhando nesses seis meses tudo que a gente pode internamente. A partir desses 15 dias a gente começa o plano de absorção dessas lojas”, explica.
Entre as condições precedentes ao negócio ficar perfeito, conforme Nicolini, estava a negociação dos aluguéis dos prédios, que não eram do Carrefour. O executivo garante que as tratativas estão bem encaminhadas em 80% dos casos.
“Tem três ou quatro lojas que vão demorar um pouco mais, que são negociações que o Carrefour já tinha algum tempo de discussão com os proprietários, e outras que pode ser que a gente não chegue a um termo”, pondera. A expectativa é assumir as lojas dentro de 30 dias.
Nicolini não pode divulgar o investimento realizado na compra por conta do contrato de confidencialidade. Atualmente, o negócio está presente em Bagé, Dom Pedrito, Pelotas, Rosário do Sul, Quaraí, Livramento e Caçapava. No total, a Nicolini terá 28 lojas a partir da aquisição.
“Era um passo importante que estava no nosso planejamento estratégico. O cavalo passa encilhado e, às vezes, temos que antecipar algumas coisas. Foi isso que fizemos”, avalia.
As lojas que passarão para a Nicolini estão equipadas em pontos privilegiados e com funcionários ativos. “Elas têm seu gerente, sua equipe, estão trabalhando. Isso, hoje, é ouro. O Carrefour teve uma preocupação muito grande de garantirmos a manutenção das pessoas, e isso já estava no nosso planejamento”, destaca.
A Nicolini absorverá cerca de 800 pessoas, que se somarão às 2 mil atuais do quadro. O grupo também pretende contratar mais profissionais, chegando perto de 3 mil colaboradores.
Embora esteja chegando próximo a Porto Alegre, já que Camaquã está distante 100km da Capital, Nicolini reforça que a estratégia é apostar no Interior. “Tem bastante mercado para trabalhar ainda”, justifica.