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Publicada em 05 de Dezembro de 2024 às 11:04

Dólar abre em leve queda nesta quinta-feira com investidores atentos ao debate sobre pacote fiscal

Às 9h06, o dólar à vista caía 0,24%, cotado a R$ 6,0324

Às 9h06, o dólar à vista caía 0,24%, cotado a R$ 6,0324

Arte/Jc
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Folhapress
O dólar abriu em leve queda nesta quinta-feira (5), refletindo o que está ocorrendo em outros mercados emergentes. Os investidores acompanham a discussão sobre o pacote fiscal anunciado pelo governo há uma semana e também esperam dados de empregos nos Estados Unidos.
Às 9h06, o dólar à vista caía 0,24%, cotado a R$ 6,0324. Na quarta, a moeda dos EUA fechou em leve queda 0,27%, cotada a R$ 6,044, e a Bolsa caiu 0,04%, aos 126.087 pontos.
O mercado reagiu, na ponta doméstica, a declarações do ministro Fernando Haddad (Fazenda) e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre o pacote fiscal do governo.
no exterior, dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a falas de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), foram destaque. 
Haddad e Lira falaram em evento do portal Jota, em Brasília, pela manhã. O chefe da ala econômica do governo criticou a forma como parte do mercado recebeu as medidas fiscais anunciadas na semana passada. Ele afirmou que pacote é suficiente para o momento e deve ser aprovado no Congresso ainda neste ano, mas não descartou a possibilidade de ajustes futuros, caso necessário.
O ministro ainda disse que mercado tem "toda legitimidade" para criticar, mas que o "filme é melhor que a fotografia". Apresentado na quinta-feira, o pacote de cortes de gastos prevê uma economia de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026, mas decepcionou os agentes financeiros por excluir propostas de maior impacto nas contas públicas e por incluir a elevação para até R$ 5.000 na faixa de isenção do IR (Imposto de Renda).
A Fazenda estima que o aumento da faixa de isenção terá um impacto de cerca de R$ 35 bilhões na arrecadação federal. Isso será compensado, segundo Haddad, por uma alíquota mínima de 10% no IR para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, o equivalente a R$ 600 mil por ano.
A apresentação das duas propostas ao mesmo tempo, em um momento de grande expectativa pela contenção de despesas, passou a mensagem de que preocupação do governo é mais política do que econômica, o que afetou a segurança sobre os ativos brasileiros.
A desconfiança dos agentes financeiros também é sobre a matemática dos ajustes. Além da cobrança por mais detalhes sobre a compensação do IR, há a percepção de que as estimativas de economia de R$ 70 bilhões em dois anos estão infladas.
Há ainda a cena internacional na conta. A cotação do dólar, aqui, também foi influenciada pela queda da divisa globalmente. Jerome Powell disse que o desempenho recente da economia dos Estados Unidos permite que o Fed seja mais criterioso com a trajetória dos juros.
"Podemos nos dar ao luxo de sermos um pouco mais cautelosos ao tentarmos encontrar a neutralidade" com a política de juros, afirmou o presidente do Fed, citando a força da economia norte-americana e uma inflação um pouco mais alta do que o esperado. 
Além disso, dados da ADP (Automatic Data Processing) mostraram que 146 mil empregos no setor privado dos EUA foram criados em novembro. O resultado veio ligeiramente abaixo da expectativa de 150 mil de analistas consultados pela Reuters.
O relatório antecede o "payroll" (folha de pagamento), que será divulgado na sexta e é a referência de indicador de mercado de trabalho por lá.
Com isso, operadores têm firmado apostas em um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fed neste mês, hoje na faixa de 4,50% e 4,75%.

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