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Publicada em 10 de Julho de 2024 às 18:23

Ibovespa retém a linha de 127 mil pontos apesar da pressão no setor metálico

Ibovespa sobe 0,75% e, no mês, avança 2,67%

Ibovespa sobe 0,75% e, no mês, avança 2,67%

ARTE/JC
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Agência Estado
O Ibovespa operou colado à linha de estabilidade nesta quarta-feira, 10, tendo oscilado apenas 840 pontos entre a mínima (126.928,28) e a máxima (127.769,25) da sessão, em que saiu de abertura aos 127.109,09 pontos. Dessa forma, reteve a linha dos 127 mil pelo segundo fechamento consecutivo, hoje em alta de 0,09%, aos 127.218,24 pontos, mantendo-se no maior nível desde 21 de maio. O giro ficou em R$ 20,2 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa sobe 0,75% e, no mês, avança 2,67%, limitando a perda do ano a 5,19%.O dólar à vista fechou o dia em leve baixa de 0,04%, a R$ 5,4126, e a curva de juros doméstica também cedeu terreno, com o exterior favorável na sessão e a leitura abaixo do esperado para o IPCA em junho, divulgada pela manhã, que contribuiu para reforçar a descompressão suscitada por sinais melhores do governo quanto ao fiscal. Nesse contexto, o Ibovespa estendeu hoje a série positiva pela oitava sessão, igualando em extensão a sequência entre 4 e 15 de maio de 2023.O IPCA registrou alta de 0,21% em junho, abaixo das estimativas do Projeções Broadcast (piso de 0,27%). Nos últimos 12 meses, o índice acumulou alta de 4,23%, perto do piso de 4,25%."Em relação ao qualitativo, tivemos dados positivos. Preços de serviços, serviços subjacentes e serviços intensivos em trabalho recuaram no acumulado em 12 meses, e na média móvel de três meses anualizada e ajustada sazonalmente", afirma Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. "O Banco Central está atento à dinâmica destes segmentos, dada a surpresa da atividade econômica e do mercado de trabalho. Mesmo com essa desaceleração, ainda seguem em patamar acima do desejado pela autoridade monetária", pondera.Por outro lado, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou nesta quarta-feira a "surpresa positiva" do IPCA de junho e avaliou que, aliado à possibilidade de início de corte das taxas de juros americanas em setembro, o Banco Central brasileiro teria um cenário propício para "talvez" retomar caminho de "redução sustentada" da Selic no começo de 2025, reporta de Brasília a jornalista Amanda Pupo, do Broadcast."O BC americano está mantendo a taxa elevada por mais tempo, o que também cria limites para o nosso Banco Central reduzir a taxa aqui. Mas também há sinais de que o Fed a partir de setembro vai começar a reduzir a taxa de juros. Reduzindo lá, abre espaço também para reduzirmos aqui", disse Mello em live realizada pelos jornais O Globo, Valor Econômico e pela Rádio CBN.Em todo o mundo, investidores voltaram a acompanhar os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, hoje em audiência na Câmara dos Deputados. Ele manteve o tom da véspera no Senado, enquanto o mercado aguarda a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, amanhã.Powell disse hoje que a política monetária nos Estados Unidos está restritiva, mas não "intensamente". Para ele, o cenário sugere que a taxa neutra de juros está mais alta do que foi o caso no passado. Durante a audiência na Câmara, ele apontou também que não espera que os juros básicos voltem a ficar nos níveis baixos anteriores à pandemia.Na B3, com a queda de 3,76% no minério de ferro em Cingapura e de 1,81% em Dalian, o dia foi negativo para o setor metálico. Vale ON, a ação de maior peso no Ibovespa, cedeu hoje 1,35%, enquanto as perdas entre as siderúrgicas ficaram entre 0,17% (Gerdau PN) e 1,25% (Usiminas PNA) no fechamento da sessão. "O minério de ferro registrou a terceira queda em quatro dias, e o cobre recuou em meio a sinais negativos provenientes da China. As siderúrgicas e incorporadoras chinesas reportaram perdas, e os dados de inflação destacaram a fraqueza persistente no maior importador de metais", aponta em nota a Guide Investimentos."O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da China desacelerou inesperadamente para 0,2% em junho na comparação anual, enquanto o Índice de Preços ao Produtor (PPI) registrou retração de 0,8%, ressaltando o risco de deflação" que paira sobre a recuperação econômica no país asiático, acrescenta a Guide.O petróleo, por outro lado, avançou nesta quarta-feira, amparado por queda maior do que a esperada no levantamento semanal sobre os estoques da commodity nos EUA, o que sinaliza demanda firme. Apesar do avanço dos preços do Brent e do WTI na sessão, Petrobras ON e PN encerraram o dia, respectivamente, em baixa de 0,29% e 0,94%.O dia foi positivo para as ações do setor financeiro, o que assegurou o fechamento do Ibovespa acima da linha de estabilidade. Destaque, entre as maiores instituições, para a alta de 3,63% em Santander Unit e também para Bradesco (ON +1,76%, PN +1,69%). Na ponta do Ibovespa, além de Santander, destaque para Lwsa (+3,56%), Eztec (+3,19%), Rumo (+2,66%) e Cyrela (+2,54%). No lado oposto, apareceram Azul (-4,83%), CVC (-1,86%), Natura (-1,83%) e Vivara (-1,76%).
O Ibovespa operou colado à linha de estabilidade nesta quarta-feira, 10, tendo oscilado apenas 840 pontos entre a mínima (126.928,28) e a máxima (127.769,25) da sessão, em que saiu de abertura aos 127.109,09 pontos. Dessa forma, reteve a linha dos 127 mil pelo segundo fechamento consecutivo, hoje em alta de 0,09%, aos 127.218,24 pontos, mantendo-se no maior nível desde 21 de maio. O giro ficou em R$ 20,2 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa sobe 0,75% e, no mês, avança 2,67%, limitando a perda do ano a 5,19%.

O dólar à vista fechou o dia em leve baixa de 0,04%, a R$ 5,4126, e a curva de juros doméstica também cedeu terreno, com o exterior favorável na sessão e a leitura abaixo do esperado para o IPCA em junho, divulgada pela manhã, que contribuiu para reforçar a descompressão suscitada por sinais melhores do governo quanto ao fiscal. Nesse contexto, o Ibovespa estendeu hoje a série positiva pela oitava sessão, igualando em extensão a sequência entre 4 e 15 de maio de 2023.

O IPCA registrou alta de 0,21% em junho, abaixo das estimativas do Projeções Broadcast (piso de 0,27%). Nos últimos 12 meses, o índice acumulou alta de 4,23%, perto do piso de 4,25%.

"Em relação ao qualitativo, tivemos dados positivos. Preços de serviços, serviços subjacentes e serviços intensivos em trabalho recuaram no acumulado em 12 meses, e na média móvel de três meses anualizada e ajustada sazonalmente", afirma Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. "O Banco Central está atento à dinâmica destes segmentos, dada a surpresa da atividade econômica e do mercado de trabalho. Mesmo com essa desaceleração, ainda seguem em patamar acima do desejado pela autoridade monetária", pondera.

Por outro lado, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou nesta quarta-feira a "surpresa positiva" do IPCA de junho e avaliou que, aliado à possibilidade de início de corte das taxas de juros americanas em setembro, o Banco Central brasileiro teria um cenário propício para "talvez" retomar caminho de "redução sustentada" da Selic no começo de 2025, reporta de Brasília a jornalista Amanda Pupo, do Broadcast.

"O BC americano está mantendo a taxa elevada por mais tempo, o que também cria limites para o nosso Banco Central reduzir a taxa aqui. Mas também há sinais de que o Fed a partir de setembro vai começar a reduzir a taxa de juros. Reduzindo lá, abre espaço também para reduzirmos aqui", disse Mello em live realizada pelos jornais O Globo, Valor Econômico e pela Rádio CBN.

Em todo o mundo, investidores voltaram a acompanhar os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, hoje em audiência na Câmara dos Deputados. Ele manteve o tom da véspera no Senado, enquanto o mercado aguarda a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, amanhã.

Powell disse hoje que a política monetária nos Estados Unidos está restritiva, mas não "intensamente". Para ele, o cenário sugere que a taxa neutra de juros está mais alta do que foi o caso no passado. Durante a audiência na Câmara, ele apontou também que não espera que os juros básicos voltem a ficar nos níveis baixos anteriores à pandemia.

Na B3, com a queda de 3,76% no minério de ferro em Cingapura e de 1,81% em Dalian, o dia foi negativo para o setor metálico. Vale ON, a ação de maior peso no Ibovespa, cedeu hoje 1,35%, enquanto as perdas entre as siderúrgicas ficaram entre 0,17% (Gerdau PN) e 1,25% (Usiminas PNA) no fechamento da sessão. "O minério de ferro registrou a terceira queda em quatro dias, e o cobre recuou em meio a sinais negativos provenientes da China. As siderúrgicas e incorporadoras chinesas reportaram perdas, e os dados de inflação destacaram a fraqueza persistente no maior importador de metais", aponta em nota a Guide Investimentos.

"O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da China desacelerou inesperadamente para 0,2% em junho na comparação anual, enquanto o Índice de Preços ao Produtor (PPI) registrou retração de 0,8%, ressaltando o risco de deflação" que paira sobre a recuperação econômica no país asiático, acrescenta a Guide.

O petróleo, por outro lado, avançou nesta quarta-feira, amparado por queda maior do que a esperada no levantamento semanal sobre os estoques da commodity nos EUA, o que sinaliza demanda firme. Apesar do avanço dos preços do Brent e do WTI na sessão, Petrobras ON e PN encerraram o dia, respectivamente, em baixa de 0,29% e 0,94%.

O dia foi positivo para as ações do setor financeiro, o que assegurou o fechamento do Ibovespa acima da linha de estabilidade. Destaque, entre as maiores instituições, para a alta de 3,63% em Santander Unit e também para Bradesco (ON +1,76%, PN +1,69%). Na ponta do Ibovespa, além de Santander, destaque para Lwsa (+3,56%), Eztec (+3,19%), Rumo (+2,66%) e Cyrela (+2,54%). No lado oposto, apareceram Azul (-4,83%), CVC (-1,86%), Natura (-1,83%) e Vivara (-1,76%).

Dólar

Após romper o piso de R$ 5,40 pela manhã, em meio ao impacto da leitura benigna do IPCA de junho e à valorização de divisas emergentes latino-americanas, o dólar ganhou força ao longo da tarde, operando pontualmente em leve alta. A divisa perdeu força novamente nas últimas horas do pregão e terminou o dia cotada a R$ 5,4126 (-0,04%).

Operadores afirmam que houve certa acomodação do mercado de câmbio na segunda etapa de negócios, com movimentos de correção e realização pontual de lucros naturais depois de uma sequência expressiva de baixa. Pela manhã, a divisa registrou mínima a R$ 5,3731, menor valor intradia desde 14 de junho (R$ 5,3456). Ontem, com liquidez reduzida em razão do feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo, a moeda americana havia recuado 1,13%.

Com a baixa de hoje, o dólar passou a acumular queda de 0,91% na semana, o que leva a desvalorização em julho a 3,14%. A recuperação do real nas últimas sessões é atribuída tanto a um ambiente externo mais favorável a divisas emergentes quanto à diminuição da percepção de risco doméstico, após o reiterado compromisso do governo com as metas fiscais e a ausência de novas críticas do presidente Lula ao Banco Central.

Segundo o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o mercado já incorporou a mudança do tom do presidente Lula em relação às políticas monetária e fiscal à cotação da taxa de câmbio nos últimos dias e busca agora uma acomodação.

"Os movimentos devem ser menores daqui para frente, até porque temos ainda incertezas, como a regulamentação da reforma tributária no Congresso e a questão da compensação das desonerações", afirma Galhardo, que, por ora, trabalha com uma banda larga para a taxa de câmbio no curto prazo, entre R$ 5,30 e R$ 5,40.

No exterior, o índice DXY - que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes - operou em leve queda ao longo da tarde, perto do piso dos 105,000 pontos. A moeda americana caiu em relação à maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, em especial as latino-americanas, em meio à baixa moderada dos retornos dos Treasuries de 10 anos.

Em pronunciamento hoje na Câmara dos Representantes, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, trouxe a mesma mensagem apresentada ontem no Senado americano ontem: o Fed não precisa esperar a inflação chegar à meta de 2% ao ano para cortar os juros. Um afrouxamento monetário está condicionado, contudo, aos próximos indicadores econômicos e a uma maior confiança na continuidade do processo de desinflação.

Investidores aguardam a divulgação amanhã, 11, do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA em junho para refinar as apostas em torno dos próximos passos do Fed. Por ora, as chances de corte da taxa básica de juros em setembro superam 70%, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.

"Powell adotou um tom mais ponderado para falar sobre o controle da inflação. A verdade é que não tem muito espaço para prolongamento desse nível de juros altos. A perspectiva é de que haja mesmo uma queda neste ano, o que ajuda divisas emergentes", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.

Por aqui, o IBGE informou pela manhã que o IPCA desacelerou de 0,46% em maio para 0,21% em junho, abaixo da mediana (0,32%) e do piso (0,27%) das estimativas colhidas por Projeções Broadcast. Além do resultado abaixo do esperado do índice cheio, a leitura foi considerada benigna, com desaceleração de núcleos e menor difusão.

"O IPCA trouxe uma melhora no mercado de câmbio pela manhã. A inflação corrente está mais benigna e parece que não haverá necessidade de o BC aumentar juros neste ano", afirma a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli. "Tivemos uma correção à tarde, mas a sensação é de que o ambiente tanto interno quanto externo é um pouco melhor, com IPCA e a sinalização do BC americano de possibilidade de queda de juros neste ano."

Juros

A inflação de junho, mais branda do que a mais otimista das projeções do mercado, abriu espaço para a queda das taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) e afastou quase inteiramente a possibilidade de aumento da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês.

Apesar disso, o mercado segue cauteloso em relação ao cenário fiscal, e a expectativa dos especialistas é de que a volatilidade nos juros futuros persista até haver mais clareza sobre quais serão as medidas do governo para controlar o déficit nas contas públicas.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho em 0,21%, ante 0,46% em maio. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um aumento entre 0,27% e 0,38%, com mediana positiva de 0,32%.

Em 12 meses, a alta do IPCA foi de 4,23%, resultado igualmente abaixo do piso das previsões dos analistas, que iam de 4,25% a 4,40%, com mediana de 4,34%.

O indicador derrubou as taxas de DI, que em determinado ponto do pregão chegaram a recuar 20 pontos-base, e reforçou a visão do mercado de permanência da Selic em 10,50% ao ano na próxima decisão do Copom, que será divulgada em 31 de julho.

Segundo Raphael Vieira, cohead de Investimentos da Arton Advisors, a curva de juros passou a embutir probabilidade quase zero de aumento ou corte da Selic para a próxima reunião do Copom, mas para o final do ano essa hipótese muda, deixando implícita um taxa de 10,98%.

O prêmio em relação à taxa atual, no entanto, está mais relacionado à percepção de risco do que a uma possibilidade concreta de alta da Selic, de acordo com Luiz Rogé, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset. "Enquanto a gente não tiver um sinal concreto de que o governo vai reduzir despesas, o mercado fica flutuando ao sabor de notícias e indicadores técnicos", afirmou.

Julio Hegedus, economista da ConfianceTec, também prevê a permanência da Selic em 10,50% nos próximos meses, e aponta que a forte reação do mercado aos dados do IPCA reflete a despressurização das taxas após uma subida exagerada no final de junho. "O mercado sempre exagera. Quando subiu, houve overshooting e agora está se ajustando. Mas a situação não é ideal, a gente continua no olho do furacão."

A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caiu para 10,525%, de 10,570% no ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2026 cedeu para 11,085%, de 11,187% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 caiu para 11,325%, de 11,472%, e o para janeiro de 2029 recuou para 11,655%, de 11,844%.

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