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Publicada em 17 de Junho de 2024 às 17:49

Pesquisa aponta perda de R$ 150 milhões na cultura gaúcha

Setor da música foi o mais atingido, conforme relatório

Setor da música foi o mais atingido, conforme relatório

Gustavo Vara / Prefeitura de Pelotas / Divulgação / JC
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Caren Mello
Caren Mello
O setor cultural gaúcho pode ter uma perda de, no mínimo, R$ 150 milhões dentro de 10 meses, a partir do impacto causado pelas enchentes do mês de maio. O valor é calculado com base em uma pesquisa promovida pelo Instituo Cultural da PUC-RS, em parceria com diversas instituições, como o Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre, entre produtores culturais de todo o Estado.
O setor cultural gaúcho pode ter uma perda de, no mínimo, R$ 150 milhões dentro de 10 meses, a partir do impacto causado pelas enchentes do mês de maio. O valor é calculado com base em uma pesquisa promovida pelo Instituo Cultural da PUC-RS, em parceria com diversas instituições, como o Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre, entre produtores culturais de todo o Estado.
O levantamento segue aberto, mas com dados até 28 de maio, entre 1868 profissionais e produtores de pequenos, médios e grande eventos ouvidos, o setor mais afetado foi o da Música, com 20,7% dos profissionais. Dele, seguem artes cênicas (11,5%), gestão e produção e empresariamento cultural (8,1%), audiovisual (6,8%), artes visuais (6,3%), circo (2,3%), museus (2,1%) e artesanato (1,7%). O relatório aponta que 86 locais com acervos culturais afetados e 242 eventos cancelados ou adiados “Entre eles, vários com grande produtoras. Com certeza, muitos milhões foram perdidos”, avalia um dos coordenadores da pesquisa, Michel Flores, do Instituto Cultural da PUC-RS.
O cálculo de R$ 150 milhões de perdas é feito pelo produtor cultural Vitor Ortiz, idealizador do levantamento. Gestor cultural há mais de 30 anos na Capital e integrante da organização de grandes eventos, como o Porto Alegre em Cena, Ortiz observa que a renda média de profissionais da cultura é calculada em dois salários mínimos. “Não temos números específicos de prejuízos materiais. Mas, se o contingente é de 5 mil profissionais da iniciativa privada sem renda ou com renda prejudicada, é possível chegar a R$ 150 milhões em 10 meses, o tempo previsto para recuperação”, observa.
O gestor cita, com preocupação, um dado específico do relatório: 81,4% dos participantes têm, como única fonte de renda, a cultura, o que pode indicar um contingente semelhante ao período da pandemia. Ortiz acredita que a pesquisa já surtiu efeitos, ao citar a publicação, nesta quinta-feira (13), de instrução normativa pelo Ministério da Cultura (MinC), permitindo flexibilização nas prestações de conta. “Mas é preciso mais. O levantamento evidenciou que a demanda maior é para um auxílio emergencial para esses profissionais”, reivindicou.

Empresas criam Instituto de apoio aos atingidos pelas enchentes

Lançamento no Araújo Vianna reuniu lideranças empresariais dos segmentos atingidos

Lançamento no Araújo Vianna reuniu lideranças empresariais dos segmentos atingidos

Douglas Fischer/Divulgação/JC
Com o objetivo de unir forças para retomar as atividades nas áreas de Turismo e Eventos, foi lançado nesta semana o Instituto Renascer. Mais conhecido pela sigla RSNasce, trata-se de um coletivo de empresas mobilizadas em buscar doações e financiamento, além de criação de iniciativas para a reconstrução.
De acordo com um de seus criadores, Rodrigo Machado, sócio da Opinião Produtora, o instituto servirá para assessorar os integrantes do trade que tiveram perdas de espaços e cancelamentos de projeto. Machado observa a importância do setor para o Rio Grande do Sul, um estado com um PIB de R$ 640 bilhões. “Somos 4 % do PIB. É um setor muito relevante para a economia do Estado. Essas ações visam trazer de volta à ativa, o mais rápido possível, empresas e profissionais atingidos”, explica. O RSNasce indica que, em 2023, os setores movimentaram juntos cerca de R$ 45 bilhões nem solo gaúcho.
O Instituto terá grupos de doações, de gestão e de captação, entre outros. Também está sendo desenvolvida uma plataforma para que essas empresas e profissionais demonstrem a necessidade de ajuda. “Vamos avaliar o projeto e, se tem match com a nossa proposta, vamos ajudar de alguma forma”, explica.
De acordo com levantamento do instituto, 39,6% das empresas tiveram suas operações paralisadas, e 41,9% reduzidas, sendo que a maior parte são MEI (30%) e microempresas (33,2%). Também é considerado que 41,4% dos municípios tiveram hotéis danificados e 50,2% tiveram a rede gastronômica impactada.
Com 18 fundadores e cerca de 100 entidades apoiadoras, o Instituto já programou alguns eventos. O Festival Recomeço, em 22 de junho no Auditório Araújo Vianna, vai angariar recursos significativos, como nomes como Humberto Gessinger e Renato Borghetti. Entre outras iniciativas, está um show do Jota Quest nos dias 13 e 14 de julho.

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