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Publicada em 07 de Junho de 2024 às 12:04

Secretaria de Turismo do RS avalia caso a caso as perdas do setor

O estádio Beira-Rio, assim como a Arena, é um dos pontos que ficou alagado

O estádio Beira-Rio, assim como a Arena, é um dos pontos que ficou alagado

ANSELMO CUNHA/AFP/JC
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Osni Machado
Osni Machado Colunista
Ainda não é possível mensurar ou contabilizar um valor financeiro para o tamanho do prejuízo causa pela enchente sobre o setor de eventos e turístico. Esse segmento da economia representa uma fatia de 4% do PIB gaúcho de acordo com dados do IBGE compilados em 2022 pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (Spgg) e Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur).
Ainda não é possível mensurar ou contabilizar um valor financeiro para o tamanho do prejuízo causa pela enchente sobre o setor de eventos e turístico. Esse segmento da economia representa uma fatia de 4% do PIB gaúcho de acordo com dados do IBGE compilados em 2022 pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (Spgg) e Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur).
O secretário de turismo em exercício do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Rodríguez Jr, explica que, neste momento, a Setur está monitorando, junto às governanças dos destinos gaúchos, influências sobre o fluxo turístico e avalia, caso a caso, os impactos, que em algumas regiões foram maiores à infraestrutura e aos equipamentos turísticos. Em outras, à imagem e percepção de segurança.

“Em um primeiro momento, quando muitos ainda calculam suas perdas, elaboramos uma pesquisa para levantar informações detalhadas e nos aproximarmos de quem luta para resgatar seu negócio lá na ponta. O estudo, conduzido pelo nosso observatório de turismo e pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), foi direcionado ao trade turístico e gestores municipais do setor”, informa.

Rodríguez diz que as respostas evidenciaram que dois em cada três (65,6%) eventos turísticos foram afetados pela crise no estado e 82% das empresas de turismo reduziram ou cessaram operações. Os dados apontam ainda que houve danos a pelo menos 73,1% dos atrativos privados e a 55,5% das atrações públicas. Mais da metade dos municípios (53,8%) informou um tempo estimado de recuperação de mais de dois meses. Do total de 227 respostas, 71,2% apontaram danos em vias de circulação de visitantes e 41,4% com danos em hotéis. A pesquisa segue recebendo respostas.

“O turismo em Porto Alegre é um reflexo do que acontece no Rio Grande do Sul. Havia alta demanda de consumo na Orla do Guaíba, no Cais Embarcadero e no Quarto Distrito (equipamentos gastronômicos). Shoppings e uma parte do Centro histórico e áreas preservadas da cidade e, também, eventualmente a própria área rural de Viamão deixaram de absorver visitantes em virtude das enchentes”, detalha.

O secretário diz que o setor de eventos sofre com a interrupção de jogos de futebol nos estádios afetados e, também, por conta dos shows e congressos suspensos em pontos tradicionais, como na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). “Consequentemente, regiões onde não houve alagamento também colhem prejuízos com a redução de visitantes na cidade. E hotéis, em condições de bem receber, enfrentam período de baixa demanda”. Rodríguez lembra que as interdições do Aeroporto Salgado Filho e da Rodoviária de Porto Alegre foram dois elementos fundamentais para esse cenário na capital gaúcha.

O secretário explica que a Setur, junto com o governo do estado apresentou ao ministro do Turismo, Celso Sabino, um relatório, que foi elaborado em conjunto com instâncias de poder público, entidades não-governamentais e o setor privado, com as medidas necessárias à reconstrução do turismo no Rio Grande do Sul.

Foi feita a solicitação da transferência de recursos federais para os municípios gaúchos, assim como a disponibilização de crédito emergencial para empreendimentos públicos e privados, com ampliação para até R$ 1 bilhão dos recursos do Fundo Geral do Turismo (Fungetur).

O ministro Celso Sabino se comprometeu a intermediar com as demais unidades federais, bem como com a Embratur, através do presidente Marcelo Freixo, e com a bancada federal gaúcha, para a condução dos pleitos. O Ministério da Fazenda também será acionado por conta de demandas referentes a redução das alíquotas de IPI e do resgate da formatação original do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), para todo setor de turismo e eventos.

Quanto aos funcionários do setor, o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Rio Grande do Sul (Sindetur-RS), Danilo Khel Martins, afirma que ainda é difícil avaliar qual é o tamanho real das consequências da tragédia climática. Khel comenta que o sentimento de incerteza persiste mesmo após o anúncio do pagamento de salários-mínimos pelo governo federal, uma vez que não é sabido se empregados de municípios que não foram impactados diretamente pela calamidade, como Gramado e Canela, serão contemplados, ou se companhias de cidades atingidas conseguirão retomar as atividades com o benefício.

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