Em documento entregue pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (6), a Central dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul e o Fórum das Centrais, evidenciaram 14 medidas que consideram essenciais para a retomada econômica e para manter os empregos no Estado após as enchentes de maio, que deixaram 172 mortos e milhares de desabrigados.
Também nesta quinta-feira, o governo federal anunciou um programa para pagar parte dos salários de quase 500 mil trabalhadores. Serão duas parcelas de um salário mínimo válidos para maio e junho. O presidente da CTB, Guiomar Vidor, no entanto, considerou o anúncio 'tímido'. "Queríamos que fosse baseado no seguro desemprego, se o salário fosse acima de um salário mínimo, que tivesse algum adicional até R$ 2,4 mil e que o restante fosse complementado pela empresa".
A proposta do documento da CTB propõe, além de um auxílio emergencial a ser pago com valores equivalentes aos valores das parcelas de seguro-desemprego, a estabilidade provisória do emprego pelo mesmo período de concessão do benefício. A Central também considera que o auxílio deveria ser pago por três meses.
Dos 14 itens entregues nas mãos do chefe do executivo, 12 são medidas de responsabilidade da união e duas da alçada do governo do Estado. O documento também ressalta a necessidade de mais investimentos em pequenas e médias empresas.
Dos 14 itens entregues nas mãos do chefe do executivo, 12 são medidas de responsabilidade da união e duas da alçada do governo do Estado. O documento também ressalta a necessidade de mais investimentos em pequenas e médias empresas.
No campo estadual, Guiomar defende que microempreendedores individuais, como donos de bancas de cachorro quente, motoristas de aplicativo e comerciantes de feiras, por exemplo, que não são registrados com carteira profissional, também sejam contemplados por programa estadual. "Essas pessoas muitas vezes perderam o carro que trabalhavam. Sugerimos que o SINE, que é estadual, selecione e organize esse trabalhadores para que sejam contratados na reconstrução das cidades", ponderou.
Ainda de acordo com o presidente da CTB-RS, "não dá mais para esperar. Há uma grande quantidade de trabalhadores e trabalhadoras sem uma perspectiva concreta para suas vidas nesse momento de grande dificuldade. É preciso agir", cobrou. Nesta sexta-feira (7), a entidade terá um encontro com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Segundo um levantamento realizado pelo Sebrae, os pequenos empreendimentos tiveram prejuízo de até R$ 50 mil. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, até o dia 29 de maio, 15,2 mil empreendedores responderam ao questionário. Destes, 61,5% dos empreendedores tiveram seu negócio muito impactado pelas enchentes e 37% deles não estão em operação. Outro dado que chama a atenção, é que 85% das empresas não possuem qualquer tipo de seguro contra perdas ou danos.