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FÓRUM ECONÔMICO

- Publicada em 09 de Novembro de 2023 às 20:12

Extinção da Bolsa de Valores de Porto Alegre completa duas décadas

Bolsas regionais fecharam ou foram englobadas pela B3

Bolsas regionais fecharam ou foram englobadas pela B3


SUAMY BEYDOUN /AGIF/FOLHAPRESS/JC
Com a popularização de aplicativos de investimento, ações na Bolsa de Valores têm se tornado um assunto mais acessível aos brasileiros. Por isso, grande parte do público conhece a B3, de São Paulo. O que muitos não sabem (ou não lembram) é que Porto Alegre também teve sua própria bolsa, extinta há 20 anos.
Com a popularização de aplicativos de investimento, ações na Bolsa de Valores têm se tornado um assunto mais acessível aos brasileiros. Por isso, grande parte do público conhece a B3, de São Paulo. O que muitos não sabem (ou não lembram) é que Porto Alegre também teve sua própria bolsa, extinta há 20 anos.
Na época do fechamento, o jornal Folha de S.Paulo informou, em outubro de 2002, que a BVES (Bolsa de Valores do Extremo Sul) seria extinta em seis meses. Ainda conforme a publicação, a decisão de dissolver a BVES foi tomada, sem unanimidade, em assembleia dos 12 conselheiros. Três corretoras teriam votado contra: Banrisul, Solidus e Geral. O patrimônio da bolsa gaúcha, estimado em R$ 250 mil, seria distribuído entre os 12 sócios.

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Na abertura do Fórum Econômico, realizado no Instituto Caldeira, no dia 24 de outubro, Pedro De Cesaro, sócio-fundador da Propósito, lembrou da entidade. A data do fórum, inclusive, foi definida em alusão à criação da Bolsa de Valores de Porto Alegre, fundada em outubro de 1890.
Segundo o professor associado de macroeconomia e finanças do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufgrs), Nelson Seixas dos Santos, as bolsas de valores regionais existiam em um tempo em que a tecnologia de negociação não permitia que ativos financeiros pudessem ser negociados em nível nacional e global.
"Então, nesse sentido, o papel de toda bolsa regional e, em particular da Bolsa do RS, era prover um ambiente de negociação de ativos acessível aos investidores de cada região do País", lembra.
Havia outras bolsas regionais pelo Brasil, mas, conforme Santos, elas fecharam ou foram englobadas pela B3. "Sendo a maior bolsa do Brasil em termos de valores negociados, era natural que os investidores de todo o País buscassem poder contar com as oportunidades que só ela poderia oferecer."
Santos não acredita na volta da bolsa. "Com a tecnologia de telecomunicações atual, não vejo sentido de bolsas regionais de amplo espectro. Mesmo a B3 luta para sobreviver ao alcance da Bolsa de Nova York e só não se desfaz porque nem todos os investidores nacionais tem condições de atuar em uma bolsa internacional em um arcabouço jurídico totalmente diferente do nosso", avalia.

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