Sucesso na renda variável requer inteligência, afirmam empresários

"O mercado financeiro é o único onde uma pessoa como Read pode se dar melhor do que uma como Fuscone", comparou. "Inteligência não tem a ver com QI, tem a ver com paciência, disciplina e avidez por aprendizagem", listou.

Vontobel lembrou, ainda, que muitos brasileiros tem um perfil "especulador" e não de investidor na hora de aplicar o dinheiro. "A única coisa que se sabe é que o preço das ações vai oscilar", exemplificou.

Por isso, sugeriu olhar o fundamento das empresas que o investidor pretende colocar seu dinheiro, ter um olhar a longo prazo. "Preço é uma coisa, valor é outra", acrescentou.

Rafael Weber, da RJI, mostrou uma tabela da performance dos fundos administrados no Rio Grande do Sul. A partir de sua pesquisa, há maiores chances de o investidor encontrar um que bata a Ibovespa fora do eixo Rio-São Paulo, onde está a maior concentração.

"É um erro não olhar fora do tradicional leque", alertou.

Valter Bianchi, da Fundamenta, classificou o ato de investir como uma escalada. "Quando está no início, é lento. E o ser humano não foi feito para entender um processo exponencial", analisou. A pandemia de Covid-19 foi, inclusive, mencionada por ele na comparação. "Parecia que o vírus não iria crescer", fez a analogia.

Se o investidor souber dar o devido tempo à aplicação, conforme Bianchi, é capaz de recuperar até os investimentos mal feitos. Assim como Vontobel, ele diferenciou o ato de investir ao de especular.

"Investir requer investigação e tenacidade incomum", definiu o especialista. Ele reconheceu, no entanto, que a especulação capta mais as pessoas do que o investimento.

Durante o painel, foram listados três conflitos no momento de investir: longo e curto prazo; habilidade x sorte; e inteligência e autoconhecimento.