Sempre que se fala em reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa no setor elétrico, as primeiras fontes que vêm à cabeça são a solar e a eólica, mas o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, sustenta que esse objetivo também passa pela geração nuclear. Ele explica sua opinião enfatizando que as termelétricas nucleares, diferentemente das usinas que são alimentadas a carvão e gás natural, não emitem gases como o CO2, que provocam o aquecimento global.
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“Dentro desse conceito (de descarbonização), a nuclear tem uma grande chance”, defende Cunha. Sobre a concorrência com as fontes solar e eólica, o presidente da Abdan argumenta que a geração nuclear é “firme”, ou seja, não oscila com as condições climáticas. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a geração nuclear representa cerca de 1% da matriz elétrica brasileira, com uma potência instalada de aproximadamente 2 mil MW (através das usinas Angra 1 e 2, que ficam no estado do Rio de Janeiro e utilizam urânio como combustível). Para Cunha, o ideal seria que a energia nuclear representasse algo entre 2% a 4% de participação na matriz elétrica.
O País conta ainda com outra térmica em implantação, Angra 3, que é planejada para ter uma potência de 1.405 MW. Contudo, a prefeitura do município de Angra dos Reis tem questionado a obra, alegando alterações no projeto urbanístico e demora em repasses financeiros. Essa situação está na Justiça e, até essa sexta-feira (15), a construção do empreendimento estava paralisada. Recentemente, a 2ª Vara Cível da Comarca de Angra dos Reis revogou a liminar obtida pela Eletronuclear em mandado de segurança que autorizava a retomada das obras e agora a companhia recorrerá da decisão na Justiça e administrativamente junto à prefeitura.
O presidente da Abdan adverte que a cada paralisação das obras o custo para terminar o empreendimento aumenta. Atualmente, Cunha informa que 67% da obra já foi feita, sendo que o aporte desembolsado até agora foi de cerca de R$ 7 bilhões. Ele calcula que mais em torno de R$ 20 bilhões seriam necessários para acabar a térmica. O dirigente estima que será possível terminar o complexo por volta de 2029 ou 2030.
Mesmo com a evolução do uso da energia nuclear, o presidente da Abdan admite que há várias pessoas que têm receio dessa fonte devido à possibilidade de acidentes ou por causa dos resíduos radioativos. No entanto, ele diz que não existe nada no mundo mais controlado do que o setor, seja na medicina, na área de radiação e diagnóstico e tratamento de câncer, ou para a geração de energia elétrica.
Cunha também comenta que, quando se fala em energia atômica, muitos lembram do acidente que ocorreu na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Porém, ele enfatiza que a tecnologia e os cuidados atuais são totalmente distintos e mais seguros. Inclusive no incidente com a Central Nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, o dirigente assinala que os reflexos foram bem inferiores aos verificados na termelétrica europeia. Na Ásia, o problema com a planta foi ocasionado por um terremoto e um tsunami.
Segundo ele, a prova que houve uma evolução entre os dois acontecimentos é que esse segundo não teve o registro de uma contaminação em larga escala das pessoas e foi adotado um eficiente plano de contingência. Cunha afirma ainda que é equivocado chamar o rejeito nuclear, resultante da geração de energia, de lixo atômico, já que esse material ainda pode ter aproveitamento econômico. Ele comenta que esse resíduo é um combustível empobrecido, que não tem mais o nível energético propício para a usina que o gerou, mas que pode ser usado em outra planta ou reciclado.
O País conta ainda com outra térmica em implantação, Angra 3, que é planejada para ter uma potência de 1.405 MW. Contudo, a prefeitura do município de Angra dos Reis tem questionado a obra, alegando alterações no projeto urbanístico e demora em repasses financeiros. Essa situação está na Justiça e, até essa sexta-feira (15), a construção do empreendimento estava paralisada. Recentemente, a 2ª Vara Cível da Comarca de Angra dos Reis revogou a liminar obtida pela Eletronuclear em mandado de segurança que autorizava a retomada das obras e agora a companhia recorrerá da decisão na Justiça e administrativamente junto à prefeitura.
O presidente da Abdan adverte que a cada paralisação das obras o custo para terminar o empreendimento aumenta. Atualmente, Cunha informa que 67% da obra já foi feita, sendo que o aporte desembolsado até agora foi de cerca de R$ 7 bilhões. Ele calcula que mais em torno de R$ 20 bilhões seriam necessários para acabar a térmica. O dirigente estima que será possível terminar o complexo por volta de 2029 ou 2030.
Mesmo com a evolução do uso da energia nuclear, o presidente da Abdan admite que há várias pessoas que têm receio dessa fonte devido à possibilidade de acidentes ou por causa dos resíduos radioativos. No entanto, ele diz que não existe nada no mundo mais controlado do que o setor, seja na medicina, na área de radiação e diagnóstico e tratamento de câncer, ou para a geração de energia elétrica.
Cunha também comenta que, quando se fala em energia atômica, muitos lembram do acidente que ocorreu na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Porém, ele enfatiza que a tecnologia e os cuidados atuais são totalmente distintos e mais seguros. Inclusive no incidente com a Central Nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, o dirigente assinala que os reflexos foram bem inferiores aos verificados na termelétrica europeia. Na Ásia, o problema com a planta foi ocasionado por um terremoto e um tsunami.
Segundo ele, a prova que houve uma evolução entre os dois acontecimentos é que esse segundo não teve o registro de uma contaminação em larga escala das pessoas e foi adotado um eficiente plano de contingência. Cunha afirma ainda que é equivocado chamar o rejeito nuclear, resultante da geração de energia, de lixo atômico, já que esse material ainda pode ter aproveitamento econômico. Ele comenta que esse resíduo é um combustível empobrecido, que não tem mais o nível energético propício para a usina que o gerou, mas que pode ser usado em outra planta ou reciclado.
Mas, adotar a reciclagem, como fazem Alemanha e França, acarreta como subproduto o plutônio, que pode ser empregado na indústria bélica para, por exemplo, a fabricação da bomba atômica. “A opção do Brasil foi por armazenar”, detalha Cunha. O presidente da Abdan recorda que Angra 1 e 2, até quatro anos atrás, guardavam esse resíduo no próprio reator, posteriormente foi contratada uma empresa para fazer esse serviço, utilizando um contêiner blindado e controlado.