A usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, começará a liberar águas residuais radioativas tratadas e diluídas no oceano Pacífico nesta quinta-feira (24) - um passo polêmico que o governo japonês diz que é essencial para as décadas de trabalho necessárias para limpar a instalação onde houve colapso de reatores 12 anos atrás.
O primeiro ministro Fumio Kishida deu o aval final nesta terça-feira (22), em uma reunião com ministros envolvidos no plano e instruiu a operadora, a Tokyo Electric Power Company Holdings (TEPCO), a estar preparada para começar a liberação costeira na quinta-feira, se as condições de tempo e do mar permitirem.
Kishida disse que a liberação das águas da usina é um passo essencial no descomissionamento da usina e na recuperação da prefeitura de Fukushima do terremoto e do tsunami que atingiram a cidade em março de 2011.
Ele afirmou que o governo fez de tudo para garantir a segurança do plano, proteger a reputação da indústria pesqueira do Japão e explicar claramente a base científica do movimento. O ministro prometeu que o governo continuará com esses esforços até o fim da liberação e descomissionamento da usina, o que levará décadas. "O governo assumirá a responsabilidade até que o descarte da água tratada com ALPS seja concluído, mesmo que demore várias décadas", disse Kishida.
Legisladores da oposição e ativistas protestaram veementemente pedindo que o Japão imediatamente abandonasse o plano. Hong Kong e Macau anunciaram que irão banir produtos de Fukushima, além de nove outras províncias, em resposta ao anúncio de Tóquio, enquanto a China intensificou os testes de radiação em produtos pesqueiros japoneses, atrasando a liberação de mercadorias pela alfândega.
Um grande terremoto e um tsunami destruíram os sistemas de resfriamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi, fazendo com que três reatores derretessem e contaminassem a água de resfriamento. A água, 1,3 milhões de toneladas, foi coletada, filtrada e estocada em cerca de mil tanques, que ocupam grande parte do terreno da usina e alcançarão sua capacidade máxima no início de 2024.
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A companhia pretende lançar 31,2 mil toneladas de água até o fim de março de 2024, o que esvaziaria apenas 10 tanques do local. O ritmo aumentará com o passar do tempo.


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