Já ultrapassada a metade do ano, a perspectiva é que o Fundo Operação Empresa (Fundopem/RS), mecanismo de incentivo fiscal que possibilita abatimento de ICMS para novas atividades ou expansão de companhias no Estado, viabilize empreendimentos que somarão mais de R$ 2 bilhões em aportes em 2023. De janeiro a julho deste ano, o programa já acumula um investimento de mais de R$ 1,8 bilhão, com 75 iniciativas aprovadas e a geração de 1.907 empregos diretos. Em 2022, o aporte total viabilizado pela ferramenta foi de R$ 1,74 bilhão.
“Acredito que iremos atingir (em 2023) por volta de 130 projetos no Fundopem”, calcula o diretor da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Gustavo Rech. Por sua vez, o secretário da pasta, Ernani Polo, enfatiza que o governo gaúcho está empenhado em fomentar uma agenda de desenvolvimento e dentro desse pensamento estão sendo priorizados o Fundopem e a promoção dos distritos industriais.
Os oito distritos industriais do governo gaúcho (Rio Grande, Guaíba, Cachoeira do Sul, Bagé, Cachoeirinha, Gravataí, Montenegro e Alvorada/Viamão) somam uma área de cerca de 5,18 mil hectares. Desse total, 987,6 hectares (o que equivale a cerca de 26 parques da Redenção, em Porto Alegre) ainda estão disponíveis para serem ocupados. Em março do ano passado, eram aproximadamente 2,3 mil hectares livres.
O distrito de Rio Grande, o maior deles com cerca de 2,5 mil hectares, ainda tem 515 hectares desimpedidos, Montenegro tem 154 hectares liberados, em Alvorada/Viamão são 23,8 hectares ociosos, Guaíba tem 122 hectares desocupados, Cachoeira do Sul conta com mais 112 hectares acessíveis e Bagé possui 61 hectares para serem aproveitados. Os distritos industriais de Cachoeirinha e Gravataí não possuem lotes disponíveis. No caso do espaço em Cachoeira do Sul, que ainda possui toda a sua área apta para ocupação, Polo informa que o governo estadual está em tratativas com a prefeitura local para repassar para o município a gestão dessa estrutura.
O secretário ressalta que o governo estadual faz contatos promovendo as oportunidades apresentadas pelos distritos com empresas gaúchas, de fora do Rio Grande do Sul e até internacionais. “Estamos colocando à disposição essa infraestrutura que o Estado possui”, frisa. Ele acrescenta que o Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (Proedi) gera uma condição atrativa para a aquisição dos terrenos nesses lugares. Essa ferramenta permite que o empreendedor possa comprar uma área com até 90% de desconto no valor de mercado, dependendo do tipo de projeto que será realizado.
O mais novo empreendimento a ser inaugurado em um dos distritos industriais, neste mês de agosto, foi a fábrica de cimento e argamassa da empresa Hipermix. O complexo escolheu a estrutura localizada em Montenegro para sediar a terceira unidade do grupo no País, que recebeu incentivo do governo do Estado por meio do Proedi.
A planta representou R$ 100 milhões em investimentos para produção de 100 mil toneladas ao ano. Além disso, a expansão da planta já está prevista para que seja possível dobrar a produção nos próximos dois anos. Nesta primeira etapa do projeto, serão gerados cerca de 200 empregos diretos. A fábrica está em uma área de 78 mil metros quadrados adquirida do Estado. A localização é considerada estratégica pela facilidade de distribuição do produto para mercados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e de outros países, como Argentina, Paraguai e Uruguai.
Polo acrescenta que estão sendo ouvidas as contribuições do meio empresarial para apontar o que o Estado pode fazer para facilitar a concretização dos empreendimentos. Entre as eventuais questões que podem ser aprimoradas, cita o secretário, estão temas nas áreas tributária e ambiental.


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