A pesquisa de junho dos Indicadores Industriais do RS, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) neste mês, mostra que a atividade do setor gaúcho na primeira metade do ano fechou em queda de 2,8%. No levantamento por grupos industriais, chama atenção os registros negativos dos principais segmentos ligados à atividade metalmecânica, como o de metalurgia (-16,2), produtos de metal (-8%), máquinas e equipamentos (-3,6%) e veículos automotores (-3,1%).
O presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, explica que o segmento metalmecânico acaba tendo sua dinâmica muito relacionada às condições de investimento, devido à boa parte de sua produção ser composta por bens de capital, assim como em razão de sua longa cadeia produtiva. Com isso, ele relaciona o desempenho negativo do setor com o longo período de aperto monetário no País.
“A alta da taxa de juros, apertando as condições de crédito para as empresas, bem como a incerteza por conta da troca de comando no governo federal e um cenário internacional turbulento, são fatores que fizeram a efetivação dos investimentos ser postergada. Além disso, a retração nas vendas de automóveis ajuda a explicar o fraco desempenho (do setor metalmecânico)”, afirma Petry.
Para o presidente da Fiergs, apesar da conjuntura econômica do primeiro semestre ter sido bastante desfavorável para o setor metalmecânico, há pontos positivos no cenário atual que podem contribuir para uma recuperação do segmento nos próximos meses.
“A queda da inflação e o início do ciclo de cortes da taxa Selic, bem como a aprovação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, são elementos que ajudam na retomada da confiança dos empresários e consequentemente dos investimentos. A recuperação deve ser lenta e gradual, em linha com o dinamismo previsto para a economia brasileira”, analisa.
No começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma queda de 0,50 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano. Em ata, o colegiado sinalizou a manutenção do ritmo de cortes nas próximas reuniões.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, foi de 0,12% em julho, 0,20 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de junho (-0,08%), conforme os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos 12 meses, de 3,99%.
LEIA MAIS: Indústria gaúcha vê com preocupação as relações comerciais com a Argentina
“A alta da taxa de juros, apertando as condições de crédito para as empresas, bem como a incerteza por conta da troca de comando no governo federal e um cenário internacional turbulento, são fatores que fizeram a efetivação dos investimentos ser postergada. Além disso, a retração nas vendas de automóveis ajuda a explicar o fraco desempenho (do setor metalmecânico)”, afirma Petry.
Para o presidente da Fiergs, apesar da conjuntura econômica do primeiro semestre ter sido bastante desfavorável para o setor metalmecânico, há pontos positivos no cenário atual que podem contribuir para uma recuperação do segmento nos próximos meses.
“A queda da inflação e o início do ciclo de cortes da taxa Selic, bem como a aprovação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, são elementos que ajudam na retomada da confiança dos empresários e consequentemente dos investimentos. A recuperação deve ser lenta e gradual, em linha com o dinamismo previsto para a economia brasileira”, analisa.
No começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma queda de 0,50 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano. Em ata, o colegiado sinalizou a manutenção do ritmo de cortes nas próximas reuniões.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, foi de 0,12% em julho, 0,20 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de junho (-0,08%), conforme os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos 12 meses, de 3,99%.
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Indicadores do setor no cenário nacional apresentam baixa
No Brasil, a produção industrial fechou o primeiro semestre com uma queda de 0,3%, conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo IBGE. A nível nacional, os setores ligados à atividade metalmecânica também recuaram na primeira metade do ano, puxados pelas máquinas e equipamentos (-5,8), metalurgia (-3,0), veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,3%) e produtos de metal (-3,5).
No segmento de produtos de metal, aliás, a fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições apresentou uma forte queda de janeiro a junho (-6%). Entre os possíveis motivos que podem explicar a desaceleração na produção desses produtos estão os decretos publicados pelo governo federal (Decreto Nº 11.366, de 1º janeiro de 2023 e Decreto Nº 11.615, de 21 de julho de 2023), com uma série de medidas que visam reduzir o acesso às armas e munições aos brasileiros.
No segmento de produtos de metal, aliás, a fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições apresentou uma forte queda de janeiro a junho (-6%). Entre os possíveis motivos que podem explicar a desaceleração na produção desses produtos estão os decretos publicados pelo governo federal (Decreto Nº 11.366, de 1º janeiro de 2023 e Decreto Nº 11.615, de 21 de julho de 2023), com uma série de medidas que visam reduzir o acesso às armas e munições aos brasileiros.
A fabricantes de armas Taurus, com sede em São Leopoldo (RS), culpa essas duas iniciativas do governo federal pela demissão de mais de 300 funcionários da empresa desde o início de 2023. “Desde o início do ano a Taurus tem aguardado uma definição com relação as novas políticas governamentais de controle de armas no País e vem buscando ao longo deste período manter, de todas as formas, os empregos dos seus profissionais. O assunto foi durante meses tratado com as autoridades do município, do Estado e do governo federal, sem êxito”, afirmou em nota à reportagem.
Ainda de acordo com a empresa, “o novo Decreto afeta não apenas a indústria, mas o Brasil e todo o setor no País, que tem uma mão de obra extremamente qualificada e emprega mais de 70 mil pessoas, registra anualmente faturamento de cerca de R$ 13 bilhões e recolhe aproximadamente R$ 2,8 bilhões em impostos por ano”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da região (STIMMMESL), Valmir Lodi, afirma não acreditar que as demissões estejam relacionadas aos decretos do governo, mas sim, segundo ele, a um volume grande de mão de obra contrato pela companhia durante a pandemia. “Estão usando os decretos como desculpa para cortar os trabalhadores”, diz. Ele também reclamou da falta de transparência nos números da empresa e do restrito diálogo da companhia junto ao sindicato e entes públicos.
Ainda de acordo com a empresa, “o novo Decreto afeta não apenas a indústria, mas o Brasil e todo o setor no País, que tem uma mão de obra extremamente qualificada e emprega mais de 70 mil pessoas, registra anualmente faturamento de cerca de R$ 13 bilhões e recolhe aproximadamente R$ 2,8 bilhões em impostos por ano”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da região (STIMMMESL), Valmir Lodi, afirma não acreditar que as demissões estejam relacionadas aos decretos do governo, mas sim, segundo ele, a um volume grande de mão de obra contrato pela companhia durante a pandemia. “Estão usando os decretos como desculpa para cortar os trabalhadores”, diz. Ele também reclamou da falta de transparência nos números da empresa e do restrito diálogo da companhia junto ao sindicato e entes públicos.


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