A pesquisa de junho dos Indicadores Industriais do RS, divulgada nesta segunda-feira (7) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), mostra que a atividade do setor não conseguiu sustentar a alta registrada no mês anterior e voltou a cair. O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) recuou 2,3% em relação a maio, sem efeitos sazonais, mantendo uma trajetória volátil, já que havia crescido 2,1% no quinto mês de 2023, e a tendência declinante iniciada em setembro do ano passado. “Os resultados consolidam o fraco desempenho do setor durante a primeira metade do ano. O cenário econômico pouco favorável, com a demanda interna insuficiente, os juros elevados e os altos níveis de incerteza com o futuro, impactou fortemente a atividade da indústria gaúcha”, explica o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
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Com isso, em junho, o índice gaúcho esteve no mais baixo patamar desde maio de 2021, mas 5,1% acima do nível anterior ao da pandemia, em fevereiro de 2020. Todos os seis indicadores que compõem o IDI-RS caíram em junho na comparação dessazonalizada com o mês que o antecedeu: as compras industriais (-9,7%), a utilização da capacidade instalada (-1,6%), as horas trabalhadas na produção (-1,2%), o faturamento real (-0,4%), a massa salarial real (-0,2%) e o emprego (-0,1%).
Nas comparações anuais, os resultados negativos também predominaram. O IDI-RS recuou 5,1% ante junho do ano passado, 6° queda seguida, e, no primeiro semestre, acumulou retração de 2,8% sobre o mesmo período de 2022. Os componentes do IDI-RS mais diretamente associados à produção recuaram: compras industriais (-9,4%), faturamento real (-3,5%), UCI (-2,8%) e horas trabalhadas na produção (-0,6%). Já os relacionados ao mercado de trabalho continuam positivos, com massa salarial real subindo 6,4%, e o emprego, 0,8%.
POR SETORES
No levantamento por setores industriais, a queda da atividade também foi generalizada. 10 dos 16 nichos pesquisados caíram, na comparação entre os primeiros semestres de 2023 e 2022, com destaque para os impactos negativos vindos das indústrias de produtos de metal, máquinas e equipamentos, químicos e derivados de petróleo, Madeira e Veículos automotores.
Por outro lado, as principais influências positivas partiram de alimentos, equipamentos de informática e produtos eletrônicos, couros e calçados, tabaco e móveis.
Em relação às perspectivas, o presidente da FIERGS vê que o cenário econômico enfim agrega elementos favoráveis. “A queda da inflação, a redução dos juros, a diminuição da incerteza com a questão fiscal e a aprovação da Reforma Tributária podem sustentar alguma recuperação da atividade no segundo semestre, mas que dificilmente terá força para recompor as perdas do primeiro e levar a indústria gaúcha a um crescimento em 2023”, diz.


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