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Energia

- Publicada em 30 de Junho de 2023 às 18:11

Obras do gasoduto Néstor Kirchner avançam na Argentina

Gás importado poderá abastecer usina de Uruguaiana

Gás importado poderá abastecer usina de Uruguaiana


CRISTIANO GUERRA
A previsão da inauguração do primeiro trecho do gasoduto argentino Néstor Kirchner, que permitirá transportar gás de folhelho (também chamado de gás de xisto) da jazida de Vaca Muerta, na província de Neuquén, até Salliqueló, na província de Buenos Aires, aumenta a expectativa que esse combustível possa chegar, futuramente, ao Brasil e, particularmente, ao Rio Grande do Sul. Essa etapa inicial, que será estreada em 9 de julho, contempla 573 quilômetros de extensão.
A previsão da inauguração do primeiro trecho do gasoduto argentino Néstor Kirchner, que permitirá transportar gás de folhelho (também chamado de gás de xisto) da jazida de Vaca Muerta, na província de Neuquén, até Salliqueló, na província de Buenos Aires, aumenta a expectativa que esse combustível possa chegar, futuramente, ao Brasil e, particularmente, ao Rio Grande do Sul. Essa etapa inicial, que será estreada em 9 de julho, contempla 573 quilômetros de extensão.
Apesar desse avanço, o diretor da MaxiQuim Assessoria de Mercado, João Luiz Zuñeda, destaca que para o gás alcançar o território brasileiro ainda será preciso desenvolver a continuidade do empreendimento. “Será outro projeto financeiro, então o desafio para chegar o gás no Rio Grande do Sul e no Brasil continua o mesmo”, enfatiza o analista.
A segunda fase do complexo, que conectará a província de Buenos Aires até o município de San Jerónimo, na província de Entre Rios, tem previsão de finalização em 2024. Porém, antes disso, no segundo semestre de 2023, conforme disse a secretária de Energia da Argentina, Flavia Gabriela Royón, em seminário realizado na Fiergs em março, o combustível poderia atingir a termelétrica Uruguaiana.
A usina gaúcha, com capacidade instalada de 650 MW (cerca de 14% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul), historicamente sofre com o problema de falta de abastecimento de gás. Apesar da possibilidade de uma nova fonte de fornecimento para a termelétrica, Zuñeda alerta que a crise econômica na Argentina e a proximidade da eleição para presidente naquele país (marcada para outubro deste ano) podem atrapalhar e atrasar a continuidade da segunda fase do gasoduto.
Quando as duas etapas do empreendimento estiverem terminadas, a estrutura terá um pouco mais de 1 mil quilômetros de extensão e deverá ter implicado aproximadamente US$ 6 bilhões em investimentos. Para o diretor da MaxiQuim, a oportunidade de contar com o gás argentino traria uma maior segurança energética para o Rio Grande do Sul e o Brasil. “O que vai valorizar o gás argentino é o mercado brasileiro”, projeta Zuñeda. No entanto, para essa situação se tornar uma realidade e o combustível importado poder ser distribuído a outros clientes, além da térmica de Uruguaiana, um novo gasoduto teria que ser construído ligando as regiões da Fronteira Oeste gaúcha e Metropolitana de Porto Alegre.